HISTÓRIA E MEMÓRIA DO RIO DE JANEIRO
Rio, museu aberto de História - Cidade monumento à memória
(Por Helder Molina - historiador, amante da história-memória-cultura do Rio, faz aulas passeios históricos pelo Centro Histórico do Rio)
heldermolina@ig.com.br, professorheldermolina@gmail.com
ONDE O RIO NASCEU...
Partindo do chafariz do Mestre Valentim e sua arte colonial, ao lado do Paço Imperial, local onde as lavadeiras se encontravam para lavar, conversar, cantar e “tramar, e donde os escravos carregavam água para as casas abastecer. Centro histórico, Seu roteiro é um poema Vamos ao Rio, antigo e presente! Rio monumento, de becos que cantam e encantam, de vielas, favelas, cortiços, geografia recortada, intensa e bela. Dores de cidade partida,marcada por contradições , traços fortes de antigas e atuais feridas
Rio antigo, passado vivo, senzalas da opressão, palco de resistências.
Arena ecoante de sussurros, de lamentos da escravidão. Rio História, capital colonial, ruas impregnadas de marcas do presentes, do passado, que revive e se faz memória. Museu aberto de tradições, lendas, crenças, mitos, lutas, identidades que não se apagam Rio dos índios, donos da terra, dizimados, violentados, das lagoas e dos mangues aterrados, das matas destruídass, dos morros removidos, da limpeza étnica. Rio dos negros e negras, das culturas acorrentadas, transformados em mercadorias, coisificados. Acervo atual de esperanças e lamentos, que ecoam e não foram em vão. Ancestrais a caminhar pelas ruas de pedras, quitandas, mercados, mercadores, pescadores, vendedores, dos homens vindos do mar. Uma igreja a cada canto, um santo a cada dia,
Rio imperial, republicano, tropical, porões inundados de tantos ais, onde o Brasil tomou suas decisões.Rio centro, Rio velho, revisitado, amado, esquecido, violentado, cantado, versado, proseado. Rio de janeiro, fevereiro e março, a natureza fez régua e compasso, aqui cidadania busca a rima com esperança nos próximos passos. Vamos revisitar o Rio antigo. .PRAÇA XV...que já foi a VÁRZEA, o pelourinho, largo do paço, a sede do poder, palco da abolição inventada onde as chibatas sangravam a escravidão. O monumento a OSÓRIO, e da triste memória do massacre aos guaranis do Paraguai, na guerra imperial.
Rio da RUA DIREITA, principal eixo da cidade colonial, da igreja do carmo da ANTIGA SÉ, e sua irmã da TERCEIRA ORDEM, de beco Barbeiros e das sangrias,. Dos ARCOS DOS TELES, onde o comércio das QUITANDAS, do MERCADO, da IGREJA DA LAPA, dos mercadores, de devoção clandestina e reprovada pela elite escravocrata e católica. Cada beco, tanta história, na IGREJA DO ROSÁRIO, de São Benedito, dos homens pretos, do sincretismo, da escrava Anastácia. Dar irmandades e seus cemitérios santos, da arquitetura restaurada da Justiça Eleitoral, hoje novo centro cultural, do primeiro BANCO, o do Brasil (hoje Centro Cultural), DA CANDELÁRIA erigida por salvar os náufragos e para afastar os perigos do mar. Tudo em argamassa de óleo de baleia, farinha de conchas e argilas, por mãos escravas, lamentos cativos.
Rio dos CORTIÇOS, dos pobres livres, das casas coletivas coloniais, do esgoto a céu aberto, dos “ENFEZADOS”, dos “TIGRES” dos botecos, dos bares e cafés, onde literavam nossos poetas e escritores da OUVIDOR, agitando os sentimentos abolicionistas e republicanos.
Rio da BELLE ÉPOQUE, que bela época de sonhos liberais e capitalistas, sangue índio e africano, sonho europeu, orgulho parisiense, alma brasileira, negro no trabalho, elitista na opulência, da avenida que derrubou os cortiços, e virou CENTRAL depois RIO BRANCO. Da ORDEM para os pobres e PROGRESSO para os ricos.
Vamos revisitar, das belas letras à engenharia de uma futura nação, primeira UNIVERSIDADE DO BRASIL. Do lavradio, e suas casas de antiguidades, da FEIRA DO RIO ANTIGO, Da lapa com seus dutos por onde corriam as águas, pela RUA DO CANO, até o chafariz do Mestre Valentim. Da praça dos tropeiros, das carroças,, onde estacionavam as charretes das madames, senhores e barões, batizada de TIRADENTES para nos trazer a memória as rebeliões anti monarquistas e contra as derramas, e que o ouro é moeda de mãos nobres. Da CARIOCA, do rio aterrado, do Boqueirão e cemitério de indigentes, do morro e convento do Santo Antonio. Dos escombros do CASTELO donde se aterrou o flamengo
Por fim, o triângulo cultural, a biblioteca real que é NACIONAL, do teatro das artes nobres, que é MUNICIPAL, e do museu das BELLAS ARTES. E, embebidos de cultura e história, cansados, sedentos, vamos tomar um chopp no AMARELINHO, com um papo histórico, daqueles sem colarinho. Assim, misturando poesia, cultura e memória,este poeta HELDER MOLINA resgata com gosto e prazer algumas páginas vivas de nossa história
HELDER MOLINA - Professor de História – Agosto de 2000
Doutor em Políticas Públicas e Formação Humana (UERJ); Mestre em Educação (UFF); Licenciado e Bacharel em História (UFF). Trabalho com Assessoria Sindical; Formação Política; Produção de Conteúdos; Planejamento; Gestão; Elaboração e Produção de Cadernos de Formação, Apostilas, Conteúdos Didáticos; Produção e Execução de Cursos, Seminários, Palestras, Aulas, Oficinas; Produção de Projetos Sindicais, professorheldermolina@gmail.com - 21 997694933,Facebook: Helder Molina Molina
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