quarta-feira, 10 de julho de 2013

PLANEJAMENTO DA AÇÃO SINDICAL

Sindicato: ferramenta para potencializar a ação sindical

2 - O Planejamento da Ação Sindical
Um sindicato para estar a serviço da ação sindical deve:

􀂃 Permitir que os diretores fiquem, ao máximo,
Livres da burocracia, sem perder o controle da situação (o acompanhamento se dá via relatórios, despachos, reuniões de planejamento semanal, reuniões de direção, reuniões de avaliação, etc.).

􀂃 Fornecer informações para auxiliar a diretoria nas decisões. Exemplo: mapeamento da categoria, perdas salariais, e ainda, no setor público, receitas de despesas do poder público, aumento ou redução de arrecadação, crescimento econômico, etc.; no setor privado, a lucratividade das empresas, distribuição de lucros, dentre outros.

􀂃 Garantir infraestrutura humana e material necessário à ação sindical: profissionais, espaço físico, instalações, veículos, etc.

􀂃 Administrar eficazmente os recursos humanos e materiais (funcionários motivados e competentes), o que significa ter uma política de pessoal, veículos, máquinas em condições de uso, racionalidade nos gastos e agilidade nas receitas, orçamentos financeiros, etc.

É indispensável a qualquer entidade sindical
Ter clareza sobre os seguintes pontos, antes de estabelecerem
o seu Planejamento Sindical:

A - Qual critério usaremos para definir prioridades?

B - Questões como: organização das mulheres, jovens, departamento cultural são discutidas com a diretoria e a base sindical?
C - Qual nossa política de alianças na elaboração e na execução de nosso plano de ação?

Para a criação desse plano de trabalho é preciso avançar em três questões básicas:

• Onde queremos chegar? Quais objetivos de nosso trabalho?
• Como vamos chegar? Que meios temos (recursos humanos e materiais, mobilizações, acúmulos de forças)?
• Como saber se chegamos? Como e com quem avaliar a caminhada feita?

CONCEPÇÃO, ÉTICA, GESTÃO SINDICAL: 10 QUESTÕES PARA PENSARMOS NOSSAS PRÁTICAS

Questões para reflexão:

1. Os novos diretores e as novas diretoras recebem informações adequadas sobre os processos internos de funcionamento da entidade sindical, da cultura interna, do funcionamento burocrático, do papel que devem desempenhar, da história do sindicato, da federação, da confederação e da central sindical? Ou passam a participar das diretorias sem essas importantes informações?

2. Os diretores e as diretoras da entidade sindical participam de um processo de formação política e sindical - que inclui cursos, palestras, seminários, debates, estudos individuais e ou em grupos - sobre temas de interesse do movimento sindical, tais como História do Movimento Sindical, Concepções Sindicais, Transformações do Mundo do Trabalho e Análise da Conjuntura?

3. Nas reuniões de diretoria, há um tempo determinado para debate sobre temas da conjuntura política, econômica e social, sobre a avaliação da correlação de forças? Ou a reunião é destinada pincipalmente para debater sobre a administração da máquina sindical, apresentando-se rapidamente alguns relatos sobre fatos que ocorrem na Conjuntura?

4. Os diretores e as diretoras leem jornais e revistas , refletindo, comparando, analisando além das aparências? Ou geralmente não leem e, quando leem, simplesmente aceitam passivamente a visão parcial e deturpada da grande imprensa? Leem livros constantemente sobre temas de interesse sindical e político?

5. Os diretores e as diretoras trabalham no sentido de democratizar as relações sindicais, ou se comportam como ''mini monarcas'' no '' pequeno pedaço'' que dominam , desenvolvendo práticas mandonistas e burocratizantes?

6. Os diretores e as diretoras visitam as empresas constantemente para estabelecer contatos com os trabalhadores, procurando ouvi-los e, ao mesmo tempo, estimulando-os à sindicalização, à participação nas atividades sindicais e à organização por local de trabalho? As demandas apresentadas pela base são objeto de debate no sentido da entidade apresentar propostas objetivas e viáveis que possibilitem o envolvimento dos trabalhadores e trabalhadoras nas lutas desenvolvidas pela categoria? Ou a base é tratada como massa de manobra, equivocada, ignorante e que, portanto não tem condições para opinar com qualidade?

7. A diretoria da entidade tem possibilitado que os trabalhadores e as trabalhadoras se expressem o mais democraticamente possível, encaminhando as decisões tomadas pela maioria? Ou a diretoria, em geral, comporta-se olhando de cima para baixo, dando ordens para que a categoria as cumpra?

8. As ações da entidade são planejadas estrategicamente, têm governabilidade, são planejadas a curto, médio e longo prazo, têm objetivos e metas definidas, estão baseadas no que é tático, provisório e passageiro e, simultaneamente, no que é estratégico, princípio e permanente? Ou as ações são sempre de apagar os incêndios, de ''correr atrás dos prejuízos'', sem que haja planejamento adequado?

9. Os diretores e as diretoras da entidade fazem uma avaliação constante do trabalho que desenvolvem? Refletem sobre a prática, avaliando o crescimento que estão tendo, se estão produzindo adequadamente no sentido da construção de uma sociedade justa e democrática? Tratam os funcionários da entidade com todo o respeito que os trabalhadores e as trabalhadoras merecem? Conseguem trazer novos militantes para a atividade sindical? Têm, na prática, atitudes que visam a renovação dos quadros sindicais? Ou, ao contrário, já estão acomodados naquela função repetitiva, sem motivação para ações mais consequentes, despolitizando as lutas, ficando aprisionados ao corporativismo imediatista, tendo medo que trabalhadores e trabalhadoras da base possam vir a ocupar seus lugares?

10. Ao montar a chapa para concorrer à próxima eleição da entidade, prevalece um clima de camaradagem, procurando sempre colocar nos cargos companheiros e companheiras que tenham melhores condições para exercê-los, com melhor capacidade, preparação ideológica, dedicação, representação na categoria? Ou prevalece um clima de hostilidade, de disputa desenfreada pelos cargos, de ataques pessoais muitas vezes injustos, desperdiçando enormes energias políticas e esgarçando os tecidos de relacionamento das lideranças?

Estas perguntas não devem ser respondidas de maneira simplista do sim ou não. Elas exigem uma reflexão mais aprofundada. São questões que precisam ser enfrentadas pelos sindicalistas, sobretudo por aqueles que pretendem que as entidades sejam instrumentos importantes na luta econômica por melhores condições de salário e de trabalho, na luta política pela transformação profunda da sociedade e na luta ideológica contra os valores das classes dominantes. Os problemas relacionados à estruturação interna das entidades não devem consumir toda a energia e tempo dos sindicalistas, impedindo-os de participar das lutas mais gerais dos trabalhadores.

Quando esses problemas forem verdadeiramente enfrentados as entidades terão melhores condições para exercer seu papel de contribuir na articulação de um movimento sindical forte e democrático, tão necessário nesse momento conjuntural que o país atravessa.

AGENDA SÓCIO ECONÔMICA E POLÍTICA DA CLASSE TRABALHADORA E OS DESAFIOS ATUAIS DE NOSSA LUTA

Fundamentais neste contexto a luta contra o monopólio midiático, e a reforma estrutural da política no Brasil. Os movimentos sociais devem pressionar o governo federal. Um absurdo que empresas privadas de comunicação se enriqueçam com verbas publicitárias vindas dos impostos cobrados à sociedade, em sua ampla maioria formada por trabalhadores. Cortar publicidade pública nessa mídia golpista é um passo revolucionário no contexto brasileiro. Democratizar as comunicações, criando a Lei de Médios, enfrentar a concentração da informação e da opinião nas mãos de 6 famílias que transformaram isso num negócio hereditário. O governo precisa enfrentar a classe dominante, o latifúndio permanece intocado, os banqueiros nunca ganharam tanto, os juros altos é a maior punição aos assalariados, em todos os aspectos. Enfrentar essa burguesia rentista, deslocando os pagamentos de juros para investimentos em áreas que resolvam os problemas do povo. Promover logo as reformas políticas, tributárias. Encaminhar a aprovação do projeto de democratização dos meios de comunicação. Criar mecanismos para investimento pesados em transporte público, que encaminhem para a tarifa zero. Acelerar a reforma agrária e um plano de produção de alimentos sadios para o mercado interno. Garantir logo a aplicação de 10% do PIB em recursos públicos para a educação em todos os níveis, desde as cirandas infantis nas grandes cidades, ensino fundamental de qualidade até a universalização do acesso dos jovens a universidade pública. Sem isso, haverá uma decepção e o governo entregará para a direita a iniciativa das bandeiras, que levarão a novas manifestações, visando desgastar o governo até as eleições de 2014. É hora do governo aliar-se ao povo ou pagará a fatura no futuro. A hora é agora, ou então as ruas vão atropelar.

QUE MOBILIZAÇÕES SÃO ESSAS? INTERESSAM A QUEM? O QUE AS MOTIVARAM? O QUE REIVINDICAM?




R:, Os 15 anos de governo, economia e políticas neoliberais, iniciadas com Fernando Collor e aprofundadas com Fernando Henrique, e mais os últimos dez anos de Lula e Dilma, que são governos de composição de classes transformou a forma de fazer política em refém apenas dos interesses do capital. Os partidos envelheceram, se burocratizaram, abandonaram a organização popular, as lutas das ruas. Suas práticas os transformaram em meras siglas que aglutinam, em sua maioria, oportunistas para ascender a cargos públicos ou disputar recursos públicos para seus interesses. Uma geração inteira de jovens que nasceram depois das Diretas Já, na disputa pela Constituinte e redemocratização do Brasil, e mesmo as que nasceram depois das lutas pelos Impeachment de Collor, não tiveram oportunidade de participar da política. Hoje, para disputar qualquer cargo, por exemplo, o de vereador, o sujeito precisa ter mais de um milhão de reais. O de deputado custa ao redor de dez milhões de reais. Os empresários capitalistas pagam, financiam privadamente as campanhas, e depois os políticos os obedecem. Uma autêntica compra dos deputados, uma privatização da política, um assalto ao Estado, aos recursos públicos. Um compadrio entre os de cima, que se apoderam dos instrumentos e instituições públicas, para enriquecimento privado.

Os jovens, em geral, e os trabalhadores está de saco cheio dessa forma de fazer política privada, mercantil. O império da mercadoria, o fetiche do consumo, um tempo de indeterminação da política. Com raras excessões, os partidos da esquerda institucional, os sindicatos, e mesmo os movimentos sociais populares, quase todos eles, se moldaram a esses métodos. Envelheceram, se tornaram pragmáticos, perderam substância ideológica, abandonaram as estratégias de ruptura e de mudança estrutural, vivem das migalhas da política e da economia capitalista, e se contentam com isso. Adaptaram-se ao capital e sua lógica. Muitos administram a ordem das coisas, e perderam contato com as ruas. E, portanto, gerou na juventude uma ojeriza à forma dos partidos atuarem. E eles têm razão. A juventude não é apolítica, ao contrário, tanto é que levou a política para as ruas, mesmo sem ter consciência do seu significado. Mas está dizendo que não aguenta mais assistir na televisão essas práticas políticas que sequestraram o voto das pessoas, baseadas na mentira e na manipulação. E os partidos de esquerda precisam reapreender que seu papel é organizar a luta social e politizar a classe trabalhadora. Senão cairão na vala comum da história.

A direita, a mídia, os grupos fascistas viram a oportunidade para pegar caronas nas insatisfações populares, e se tentaram dirigir as ruas, impondo suas bandeiras, sua pauta, para claramente desgastar o atual governo, e construir uma alternativa conservadora de virarem o jogo.
A classe dominante, os capitalistas e seus interesses, e seus porta-vozes ideológicos, que aparecem na televisão todos os dias, têm um grande objetivo: desgastar ao máximo o governo Dilma, enfraquecer as formas organizativas da classe trabalhadora, derrotar quaisquer propostas de mudanças estruturais na sociedade brasileira e ganhar as eleições de 2014, para recompor uma hegemonia total no comando do Estado brasileiro, que agora está em disputa. Para alcançar esses objetivos, eles estão ainda tateando, alternando suas táticas. Às vezes, provocam a violência para desfocar os objetivos dos jovens.

CURSO DE FORMAÇÃO SENGE-RONDÔNIA: MOVIMENTO SINDICAL, CRISE CAPITALISTA, DESAFIOS ATUAIS



R: No Sindicato dos Engenheiros de Rondônia fizemos uma análise histórico-política do contexto em que surgiu o capitalismo, para compreender o surgimento das lutas organizada dos trabalhadores, e delas o movimento operário, e depois os sindicatos assim como os conhecemos. Com a transição do sistema feudal, em que os trabalhadores eram camponeses servos, para o capitalismo, em que estes vão trabalhar coletivamente nas fábricas, há um aprisionamento e controle sobre o processo de trabalho e dos trabalhadores, mas nessa relação coletiva eles vão se descobrindo enquanto classe, e passam a questionar as contradições, a exploração brutal, a opressão produtiva. E começa a se organizar, primeiro quebrando as máquinas, depois construindo as uniões por fábricas, as greves, e depois os sindicatos.

Analisamos o processo da revolução industrial, o surgimento da indústria moderno, os burgos e os burgueses se tornando classe dirigente do processo econômico e político, com a tomada do poder político, tornando o capitalismo um sistema produtor de mercadorias, em escala continental, depois mundial.
Discutimos as concepções ideológicas que fundaram o movimento sindical, o papel dos anarco sindicalistas, dos comunistas, dos socialistas, e de outras corrente.

No Brasil analisamos a transição da sociedade colonial e da economia escravista para o capitalismo urbano industrial, o surgimento da classe trabalhadora urbana, as lutas e greves que consolidaram os sindicatos no Brasil. A construção de uma "República sem povo", feito de cima para baixo, com forte marca da exclusão social e desigualdade econômica e autoritarismo político. A opressão provocada pelas elites agrárias e urbano-industriais contra a maioria do povo, formada de trabalhadores, na sua maioria analfabetos, saindo da escravidão das senzalas para uma nova escravidão dos salários, da marginalidade, das favelas, do desemprego, do racismo, e de todas as formas de pre conceitos e discriminações sociais, culturais e políticas.

Estudamos o processo de industrialização, de capitalismo tardio, de uma burguesia interna que se subalternizou e se submeteu aos interesses e ordens do capital internacional. Esse capitalismo tardio, fruto de uma escravidão tardia, é responsável pelos profundos atrasos sociais e culturais que persistem no tempo presente, que se recusa a reconhecer e garantir os direitos dos trabalhadores, que vê os sindicatos como inimigos que devem ser destruídos, que criminaliza os movimentos sociais, e utiliza o Estado como patrimônio privado de uma classe contra as outras, usa e abuso do nepotismo, do patrimonialismo, e privatizou a política.

Discutimos o sindicalismo nos diferentes períodos, da primeira república, do Estado novo varguista, do nacional desenvolvimentismo que internacionalizou nossa economia numa divisão internacional do trabalho que nos tornou um pais exportador de matérias primas e de commodites, isto é, uma internacionalização subalterna e predatória aos interesses nacionais e populares. O sindicalismo na ditadura militar, onde o capital estrangeiro e os interesses dos Estados Unidos deram um golpe nas conquistas e avanços sociais e econômicos que estavam em processo de construção no início dos anos 60. A repressão, a violência de classe, a privatização do Estado pelo capital multinacional, o amordaçamento das vozes de oposição, o arrocho salarial e o banimento dos movimentos sociais populares, num contexto autoritário com uso da prisão, tortura e morte.

Por fim, discutimos o surgimento dos novos movimentos sociais, do novo sindicalismo, das oposições vindas das ruas, das fábricas, das universidades, dos profissionais liberais, do mundo das artes e da música, e da juventude.

A transição, a consolidação democrática, a reconstrução do Estado democrático, o Neoliberalismo, com as privatizações, precarizações de direitos, desindustrialização, entrada desenfreada do capital estrangeiro comprando nosso patrimônio público, e o impacto das novas tecnologias no mundo do trabalho, a privatização da saúde e da educação, e a contraditória transição que se iniciou no governo Lula, os concretos avanços sociais, e as enormes concessões ao setor privado, principalmente no campo econômico.

ESTIVE NO CONGRESSO E SEMINÁRIO DE FORMAÇÃO DO SINDICATO DOS ENGENHEIROS DE RONDÔNIA

Aconteceu, entre os dias 27 e 29 de junho, o 10º Congresso Estadual de Sindicatos de Engenheiros (Coesenge), em Rondônia. Como parte do encontro, foi realizado o Seminário de Formação Política e Sindical, com o professor Helder Molina. onde fiz uma análise histórico-política do contexto em que surgiu o capitalismo, para compreender o surgimento das lutas organizada dos trabalhadores, e delas o movimento operário, e depois os sindicatos. “Discutimos as concepções ideológicas que fundaram o movimento sindical, o papel dos anarco-sindicalistas, dos comunistas, dos socialistas e de outras correntes.

Por fim, discutimos o surgimento dos novos movimentos sociais, do novo sindicalismo, das oposições vindas das ruas, das fábricas, das universidades, dos profissionais liberais, do mundo das artes e da música, e da juventude”, pontuou. O material didático com textos de subsídios para estudo do tema, além de charges e ilustrações, foi disponibilizado para ser compartilhado ou distribuído.