segunda-feira, 25 de julho de 2011

Cursos de Formação Política - 22 anos na estrada! Caminhando, caminheiro...

Olá tudo bem?
Escolhi essa estrada, a caminhada me orientou o caminho, a práxis aprendi fazendo,fiquei rico? sim! de milhares de amigos(as) e companheiros de tantas paragens, e continuo caminhando. Meta? Só caminhar. Horizonte? Onde a vista alcançar, a alma não cansar, o coração não fraquejar, e os pés tiverem força para buscar...
Como canta Renato Teixeira: "Ando devagar porque já tive pressa, cada um de nós constroe a sua história"

Formação Política, Educação, Planejamento Sindical - São 22 anos anos na estrada...

Com um grande abraço,
Helder Molina


CURSOS DE FORMAÇÃO POLÍTICA E SINDICAL - ALGUNS TEMAS Focado mais na atual e próxima conjuntura política, econômica e sindical, na manutenção e defesa dos direitos dos trabalhadores diante da crise do capitalismo, das políticas do novo governo, e das reformas que se avizinham.

2 - Papel dos Representantes nos Locais de Trabalho
e as Tarefas do Militante e Dirigente Sindical.

> Aqui nós focamos na concepção sindical de organização por local de trabalho, seu papel, suas tarefas, como organizar, o que fazer, como melhorar a relação direção>base>direção.

3- Participação Política, Cidadania e Sindicalismo, hoje!
> Uma abordagem sobre étíca na política, solidariedade, construção coletiva, relações humanas (interpessoais), prática do(a) dirigente e militante sindical, a questão da participação política e papel dos movimentos coletivos pela cidadania ativa e direitos sociais, gênero, igualdade racial, políticas públicas, e a relação destes com os sindicatos.

4 - Políticas Públicas, Sindicato e Participação Política.

> Uma variante do tema anterior, mais focada no serviço público, papel do Estado (poder público), políticas públicas, participação nos conselhos, fóruns de gestão pública, e a relação entre poder, governo, movimentos sociais e participação política.

5- Ética, Relações Interpessoais, Gestão e Prática Sindical, hoje:
> Ética, relações interpessoais, trabalho coletivo, respeito à diferença, importância do estudo e da formação para construção de uma ética solidária e participativa, as deformações e burocratizações presentes no sindicalismo hoje, a adaptação do movimento sindical à lógica burguesa da competição, individualismo e pragmatismo.

6 - Negociação Coletiva de Trabalho: Estrutura, processos e simulações da negociação coletiva.
> As estruturas e os processos da negociação coletiva no Brasil.As concepções e as experiências em negociação do movimento sindical. A negociação coletiva no Brasil atual. Simulações dos processos de negociação, os caminhos, avanços e recuos da negociação. O que é negociação coletiva, como se constroe uma pauta, passo a passo, as cláusulas, o que é dissidio, o que é acordo, convenção, e como se negocia, o que se negocia, exercícios práticos de todas as etapas do processo de negociação coletiva (público e privado).


7- Movimento Sindical e Capitalismo: Origens e atualidade da luta de classes

> O modo de produção capitalista, a contradição capital-trabalho, preço, lucro, mais valia, trabalho assalariado, divisão social do trabalho, mercadoria, alienação. Surgimento das lutas operárias, das idéias socialistas e dos sindicatos. Burgueses x proletários. Luta de classes. > As idéias de Marx e suas contribuições para a luta dos trabalhadores. > A formação da classe trabalhadora brasileira, a partir do fim da escravidão, do início do capitalismo industrial e do surgimento do trabalho assalariado no Brasil. > A contribuição das idéias comunistas, socialistas, trabalhistas e anarquistas na formação do movimento operário e sindical brasileiro,
> As diferentes centrais sindicais e organizações operárias que existiram, ou que existem, hoje, no Brasil. > O sindicalismo na Era Vargas, as heranças do Estado Novo na legislação e na estrutura sindical brasileira. > O sindicalismo na Ditadura Militar, > O surgimento do novo sindicalismo, da CUT, e os desafios do sindicalismo nos tempos neoliberais. Ideologia e políticas neoliberais, a resistência dos trabalhadores. > As centrais sindicais (FS, GGT, CGTB, SDS, CAT, NCS), a CONLUTAS e CTB > As concepções sindicais e o sindicalismo diante da conjuntura atual. > Sindicalismo, movimentos sociais e governo Lula


9- , Construção de Discurso, Linguagem e Prática de Oratória.
Teorias e práticas de comunicação oral e/ou escrita para os dirigentes e militantes. Tecnicas e exercícios de discursos, persuasão, retórica, argumentação,(com gravação e análise das imagens e som do(a) orador(a) O que dizer, como dizer e para quem dizer.

Meios e contéudos da linguagem. A importância da linguagem. Glossário básico da linguagem sindical.

10 - Como Fazer Análise de Conjuntura.
> Identificando e discutindo o que é conjuntura, infraestrutura e superestrutura. Os aspectos econômicos, políticos, culturais e sociais que envolvem o contexto em que estamos analisando. As classes sociais, a luta de classes, a correlação de forças, os aliados, os parceiros e os adversários. Os diferentes movimentos e projetos políticos em disputa na sociedade. O papel das mídias, a coerção e o consenso, os interesses de grupos e frações de classe. Os aspectos locais (internos) e gerais (externos).

11 - Concepção, organização e ação sindical: o sindicato e a organização por local de trabalho
> O que é sindicato e seu papel na sociedade capitalista > O que é ser dirigente sindical, hoje. O que é luta de classes, como se manifesta hoje. A relação sindicato-local de trabalho. A organização sindical de base. As diversas concepções sindicais, hoje: Como diagnosticar os problemas do local de trabalho, Como atuar no sentido de resolve-los, tarefas imediatas, Questões de médio e longo prazo, prazos e responsáveis, A comunicação sindical no local de trabalho, quem resolve, A legislação sindical, CLT, aspectos de saúde, segurança e condições de trabalho.

12 – Metodologia de Gestão Sindical e Planejamento Sindical

12 - Planejamento Estratégico de Gestão

DIAGNÓSTICO: Quem somos (missão, meta)
O que fazemos (mapa das atividades, projetos, frentes de atuação)
Quais recursos temos disponíveis
Humanos (nomes, qualificações e funções)
Materiais (equipamentos, estruturas móveis e imóveis)
Financeiros (orçamento, fontes de receitas)
Políticos (governabilidade, decisão, gestão, capacidade de decidir e agir)
ANÁLISE DA CORRELAÇÃO DE FORÇAS (ALIADOS E ADVERSÁRIOS).
Relacionar e analisar detalhadamente adversários e os aliados, parceiros.
- CONSTRUÇÃO DE UMA ÁRVORE OU UM MAPA DE OBJETIVOS E PROBLEMAS
Localizar e descrever os problemas que impedem a realização de seus objetivos
Localizar, analisar e estabelecer hierarquicamente seus objetivos, por grau de importância
– MAPA OU ARVORE DE AÇÕES ESTRATÉGICAS
Desenhar um mapa ou árvores com as ações consideradas estratégicas, isto é, fundamentais, numa perspectiva de olhar o futuro e agir no presente,
– DESENHAR UM QUADRO DETALHADO DAS AÇÕES (OPERAÇÕES)
Ações de curto prazo, de médio prazo e de longo prazo
Prazos para execução
Responsáveis (quem vai executar ou se responsabilizar por encaminhar a execução)
Supervisão (quem vai garantir que as ações sejam executadas e não caiam no esquecimento). Recursos necessários e disponíveis




Helder Molina

Assessoria de Formação Política e Sindical

Planejamento Estratégico de Gestão

Produção de material didático, cadernos e projetos de formação político-sindical e capacitação profissional

Projetos, pesquisas e estudos sindicais



Blog: heldermolina.blogspot.com,

Emails: heldermolina@ig.com.br, professorheldermolina@gmail.com

Fone: 21 97694933







@ Metodologia:
Aulas expositivas, com auxílio de Slides em Power Point; estudos de textos básico sobre os temas; exibições de filmes curtos e documentários políticos e sindicais vinculados aos temas; utilização de crônicas e poesias; dinâmicas de grupos e jogos de integração

@ Referências acadêmicas, profissionais e sindicais
@ Doutorando em Políticas Públicas e Formação Humana - PPFH-UERJ.
@ Mestre em Educação - Universidade Federal Fluminense - UFF
@ Licenciado e Bacharel em História – UFF
@ Especialização em Direitos Sociais - UERJ
@ Pós graduado em História do Brasil – Universidade Cândido Mendes.
@ Professor da Faculdade da UERJ.
@ Professor do Curso de Extensão em Historia e Atualidade do Pensamento Marxista - SISEJUFE.
@ Assessor de Formação do SINDPD-RJ. Desde 1998
@ Educador e membro do Coletivo de Formação da CUT/RJ. De 1995 a 2006.
@ Educador do Programa Integrar de Formação de Dirigentes. 1997-2000 – CNM/CUT
@ Educador do Programa Integração da CUT NACIONAL – Ensino Médio. 2001-2002. FITTEL/CUT.
@ Assessor de Formação da CUT/RJ. Desde 2007

@ Algumas referências em formação política, planejamento estratégico e assessorias sindicais e projetos de educação de trabalhadores

Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Rio - FETAG-RJ
Sindicato dos Trabalhadores da Previdência e Saúde de Santa Catarina - SINDPREVS-SC
Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Estadual de Ponta Grossa-PR - SINTESPO
Sindicato dos Trabalhadores da Previdência e Saúde do Ceará - SINPRECE
Sindicato dos Trabalhadores da Educação da UFMS e UGD - SISTA/MS
Sindicato dos Trabalhadores da Educação da UFMT - SINTUF
Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal de Mato Grosso - SINDSEP-MT
Sindicato dos Trabalhadores no Servido Público Federal no Distrito Federal - SINDSEP-DF
Sindicato dos Trabalhadores das Universidades da Paraíba - SINTESPB
Sindicato dos Trab. das Instituições Federais de Educação de MG - SINDIFES-MG
Associação dos Servidores da Universidade de Pelotas - ASUFPEL
Associação dos Servidores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Fasubra – Federação dos Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras
Sindicato dos Bancários de Teresópolis - RJ
Sindicato dos Bancários de Niterói -RJ
Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense – RJ.
Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro – RJ
Sindicato dos Trabalhadores na Alimentação de Petrópolis/RJ
Sindimina/RJ
Sindicato dos Arrumadores de Angra dos Reis
Sindicato dos Servidores Municipais de Angra dos Reis
Associação dos Servidores da Sec. Trabalho e Desenvolvimento Social do CE
Sindicato Nacional dos Aeroviários - SNA
Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFCe - SINTUFCe
Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFRJ - SINTUFRJ
Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFF - SINTUFF
Sindicato dos Professores do Rio de Janeiro - SINPRO-RIO
Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense – SINDIPETRO-NORTE FLUMINENSE
Sindicato dos Petroleiros de Duque de Caxias – SINDIPETRO-CAXIAS
Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro - RJ
Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal - SINTRASEF - RJ
Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação - SEPE- RJ
Sindicato dos Trabalhadores na Previdência Social - SINDSPREV-RJ
Sindicato dos Comerciários de Nova Iguaçu - RJ
Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações - SINTTEL-RJ.
Sindicato dos Trabalhadores em Energia Elétrica do Estado do RJ
FENADADOS – Federação Nacional dos Trabalhadores em Informática
FITTEL - Fed. Interestadual dos Trabalhadores em Telecomunicações
Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Informática do Estado do Rio – SINDPD-RJ
Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Informática do Ceará - SINDPD-CE
Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo - ES
Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói – RJ
Rede PVNC
Escola Sindical 7 de Outubro – Belo Horizonte – MG
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente do Rio de Janeiro
Fundação São Martinho - RJ
Prefeitura de Angra dos Reis/RJ
Prefeitura de Barra Mansa/RJ
CIESPI – Centro Internacional de Estudos e Pesquisas Sobre a Infância
Associação Excola de Atenção a Infância e as Drogas
Rede Rio Criança – Direitos da Criança e do Adolescentes – Rio - RJ
FASE
CADTS – Centro de Assessoria, Desenvolvimento e Trabalho Social
PACs – Políticas Alternativas para o Cone Sul
Fórum Estadual de Cooperativismo Popular e Economia Solidária
CEDAC – Centro de Educação e Desenvolvimento Comunitário/RJ
ACP - Sindicato dos Professores de Campo Grande-MS
SIMTED Dourados - MS
SIMTED Três Lagoas
Sindicato dos Assistentes Sociais de Alagoas
Sindicato dos Assistentes Sociais do Rio de Janeiro
FETEMS - Federação dos Trabalhadores da Educação de Mato Grosso do Sul
SINTRASEF - Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal do RJ
SINDSEP-MG - Sindicato dos Servidores Federais de Minas Gerais
SINDSEP-MT - Sindicato dos Servidores Federais de Mato Grosso
SINDSEP-DF - Sindicato dos Servidores Federais do Distrito Federal
FENASEPE - Federação Nacional dos Servidores Públicos Estaduais
SINTUFEJUF - Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Juiz de Fora
CUT RIO DE JANEIRO
CUT NACIONAL: SNF/PROJETO INTEGRAÇÃO
CNM/PROJETO INTEGRAR
CUT CEARÁ
CUT ESPÍRITO SANTO
CUT GOIÁS

Negociação Coletiva - Cabo de guerra? Arte da Mediação e Relação de Forças

Entrevista - Revista EXPRESSÃO - ACP - Sindicato - Campo Grande - Mato Grosso do Sul

1. Professor Helder, para começar, comente sobre a importância da negociação salarial coletiva para uma categoria de trabalhadores em educação.

Com a constituinte de 1988, que garantiu o direito de organização e representação sindical dos(as) trabalhadores(as) do setor público, avançamos muito no processo de negociação. Mas os governos ainda não respeitam a entidades sindicais como legítimas representantes dos interesses e direitos dos(as) trabalhadores(as), e continuam tratando os(as) trabalhadores(as) como “servos” de seus “feudos”, ou como novos escravos assalariados. E o conflito na maioria das vezes é inevitável.Na década de 1990, com o advento das políticas neoliberais, houve uma intensificação da flexibilização e confisco dos direitos, precarização das condições e relações de trabalho, e uma busca desenfreada pelas terceirzações. Hoje temos o direito de greve, mesmo ainda não regulamentado, mas temos que recorrer a ele todos os anos, para negociar. A greve é um direito democrático e um instrumento legítimo de pressão assegurado constitucionalmente aos servidores públicos.A luta sindical abrange diferentes ações como mobilização, greve, articulação, organização, entre outras, e leva, quase sempre, a momentos ou a processos de negociação em que há disputa de interesses.



2. Negociações coletivas acontecem todos os anos, numa data-base específica. Como deve ser feito o trabalho de preparação para as negociações?

Todo(a) dirigente sindical, as lideranças da base, e a categoria, devem saber que a negociação coletiva entre governos e servidores públicos (caso dos professores(as) e funcionários(as) de escolas), possui algumas especificidades. O resultado da negociação coletiva, para ter validade, deve ser transformado em projeto de lei, aprovado pelo Poder Legislativo e sancionado depois pelo Executivo. O fato do Poder Executivo só poder criar despesas se autorizado por lei coloca o Legislativo como ator importante e indispensável nesse processo de negociação coletiva, Para entender esse processo, todos(as) trabalhadores(as) devem saber que, para os trabalhadores públicos, há dificuldades com a Justiça do Trabalho para a solução de conflitos. O poder público deve observar, ainda, as limitações definidas na Constituição Federal, na Constituição Estadual e na Lei Orgânica dos Municípios (conforme cada caso), nas Leis de Diretrizes Orçamentárias, nos orçamentos anuais aprovados pelo Legislativo e na Lei de Responsabilidade Fiscal, em termos de recursos e comprometimento da receita com pagamento de pessoal.



3. Helder, em seu curso de negociação coletiva você compara a arte de negociar com a arte de guerrear e até cita as lições do general Sun Tzu no livro “A Arte da Guerra”. Nesse cenário de disputa de classes, partindo da posição dos trabalhadores, quais as condições fundamentais para se obter êxito?

O curso é um espaço de construção de conhecimento a partir do saber e experiência dos participantes. Para tanto, parte do pressuposto que o próprio conceito de negociação e, mais especificamente, de negociação coletiva seja reconstruído, com base em reflexões tornadas possíveis através da vivência de situações simuladas de negociação e da leitura de textos.

Como na “arte da guerra” É impossível imaginar um exército sem disciplina, onde os soldados ataquem da forma e no momento que bem entenderem, sem seguir uma estratégia de ação definida pelos seus superiores. ´

Na negociação é a mesma coisa. Nenhuma ação deverá ser deflagrada sem a elaboração de um planejamento e o envolvimento de todos os membros. É lógico que poderão haver mudanças de estratégia no meio do percurso. Afinal, as ações são definidas em função das reações incontroláveis do adversário, não é verdade? Mas, nesse caso, todos os membros deverão estar informados das mudanças e capacitados para entrar em ação na hora, e da forma certa. Negociar sem atentar para a disciplina, é correr o risco de uma grande derrota política e moral. Na negociação, um processo longo, é fundamental ter calma, autocontrole. Dedicar o mesmo tempo para preparar e para falar. Contar até dez antes de responder, e só depois de ter certeza de que entendeu o que o outro lado está propondo..Ouça mais do que fale e faça isso para entender, não para refutar. Tenha respeito pelo negociador do outro lado da mesa, não se ganha no grito, não se convence na força. Considere as questões levantadas e aconselhe-se antes de decidir.



4. E o contrário, o que precisa ser evitado em uma mesa de negociações?

Tente descobrir o máximo possível de informações da pessoa com quem está negociando. Quais são seus interesses e motivações? E suas necessidades, desejos, preocupações.Na negociação temos que ser estrategistas, isso inclui imaginar quais são as ações que a outra parte pode tomar. É como em um jogo de xadrez: antes de mexer qualquer peça, você precisa avaliar o que aquela ação vai influenciar no jogo do outro. Quais são as peças que ele detém? Qual é a posição delas e que tipo de risco representam? Isso envolve pensar bastante antes de tomar qualquer decisão. Muitas pessoas se deixam tomar pela ansiedade de acabarem logo com a negociação ou de conseguirem o que querem mais rapidamente, acabam agindo precipitadamente. Decidem sem se preocupar com as possíveis reações do outro e se distanciam dos seus objetivos.Depois de ler e aprender com essas habilidades, você deve ser capaz de melhorar suas negociações.



5. No cenário da negociação coletiva, quais são os papeis da base da categoria e da direção sindical?

Preparar-se para desenvolver essas ações é um dos desafios de todo dirigente sindical. Os sindicatos devem se qualificar seus dirigentes no desenvolvimento e aperfeiçoamento das habilidades de negociação, para fortalecer sua capacidade de ação e de organização coletiva, permitindo que ele conheça e compreenda o objeto das negociações e o ambiente em que elas ocorrem. Para isso, é fundamental conhecer o passo a passo do processo de negociação, tais como: Conhecer o contexto socio econômico e político, os cenários e atores envolvidos nesse processo, as etapas e o objeto da negociação: a pauta da negociação, as habilidades do negociador: capacidade de pessoas e grupos para a negociação.



6. A greve é um dos recursos utilizados pelos trabalhadores. No sindicalismo moderno, quais são as principais ferramentas que os trabalhadores possuem, em uma negociação coletiva, para conquistar avanços?

Não existe negociação coletiva sem direito de greve A luta coletiva é imprescindível para fazer avançar a consciência política, a união da classe, fortalecer o sindicato e garantir conquistas permanentes para os servidores. Além do direito de greve e a busca da negociação, lutamos pela ratificação da Convenção 151 da OIT, que garante a negociação coletiva no serviço público, tornando-se uma obrigatoriedade dos agentes políticos, prefeitos, governadores etc., negociar as justas reivindicações dos servidores e celebrar acordo coletivo de trabalho com os sindicatos.

7. Helder, analisando a atual conjuntura brasileira e mundial, que terreno você enxerga para a batalha das classes por meio da “arte de negociar”?

A negociação e conquista dos direitos dos trabalhadores contra o capital e os governos, a luta de classes, a permanente batalha das idéias, o confronto cotidiano entre patrões e empregados negociação, as táticas e estratégias que os trabalhadores constroem para atuarem nos cenários da ação sindical, como atores políticos e sociais, são exemplos concretos do que chamamos de A Arte da Guerra.Os terrenos da luta de classes são como verdadeiros campos de batalhas. Para enfrenta-lo, os sindicatos devem conhecer e analisar a correlação de forças, ter a definição clara de quem são adversários e aliados nesses processos, ver a força e a disposição de luta de seu “exército” (os trabalhadores e trabalhadoras), e o deles (gestores, patrões, governos), eis as condições fundamentais para se encaminhar para uma negociação, mobilização, greve, enfim. Guardadas as devidas proporções, a arte de negociar é uma arte de guerrear.O capital e o Estado capitalista desenvolvem armas potentes para a guerra de classes, entre eles, e contra nós. Portanto, não é uma tarefa para amadores.

Sindicato: Sujeito coletivo de resistência dos trabalhadores: Seu papel histórico e sua atualidade

Sindicato:
Sujeito coletivo de resistência dos trabalhadores:
Seu papel histórico e sua atualidade



Helder Molina
professorheldermolina@gmail.com
Historiador, mestre em Educação, doutorando em Políticas Públicas e Formação Humana,
professor da UERJ, educador sindical e assessor de formação da CUT-RJ



Na luta política e ideológica atual, uma das formas mais persistentes utilizadas nas tentativas para enfraquecer e confundir o papel dos sindicatos, são várias e multifacetadas teorizações em torno da crise sindical. Não há dúvida em relação à concreticidade das assertivas que dizem que movimento sindical enfrenta enormes problemas e dificuldades, exigindo profunda reflexão sobre a sua orientação, ação, organização.

O debate sobre o papel dos sindicatos, na atual hegemonia do capital e suas metamorfoses, é marcado por profundas divergências. Mas essas divergências estão presentes deste o nascimento do movimento operário, e sobre quais seriam suas tarefas na luta contra o capitalismo e pela construção de uma nova ordem econômica, social e política., desde meados do século XIX, e perpassando por todo século XX.

Nessas análises e debates, constatamos profundos antagonismos, de um lado, uma visão, ao nosso ver, marcada pelo esquerdismo, que carrega tintas nas denúncias e exigências, com um programa muitas vêzes ultimatista e doutrinário, por isso mesmo, incapaz de dialogar com as massas de trabalhadores, propondo-se como alternativa, mas se isolando dos processos vividos por estas.

De outro lado estão a ideologia liberal e sua concepção e prática sindical, com um discurso e projeto reinventado, que se constituem com cara própria, ou vários caras de um mesmo projeto societário de adequação ou conservação da ordem capitalista.

Como subproduto desta última, identificamos as concepções reformistas, que têm como objetivo a conquista de melhores condições de trabalho e de vida, sem adpatado à sociabilidade capitalista, sem contudo romper com o projeto societário desse modo de produção. Uma humanização do capitalismo, como se assim fosse possível.

Os sindicatos enfrentam problemas e dificuldades, que exigem profunda reflexão sobre a sua orientação político-deológica, ação, organização e formas de intervenção e perspectivas tático-estratégicas, frutos das alterações radicais na composição e estratificação da sua base social, provocadas pela profunda revolução no processo produtivo. Essa crise se relaciona com a enorme ofensiva desregulamentadora, para eliminar ou enfraquecer os direitos históricos dos trabalhadores.

A crise capitalista e seus elementos sócio-regressivos só aprofundaram as tentações neocorporativas e as práticas burocráticas sob o discurso de sobrevivência e da prática possível diante das dificuldades da ofensiva do capital.

Para Marx, enquanto o movimento dos trabalhadores mantiver vínculos exclusivos vinculado à forma-sindicato, cuja característica é a luta meramente defensiva, de caráter econômico ou político, contra o capital, continuará com sérias limitações diante da própria lógica do capital, submetida a esse “sujeito” que domina o complexo societário contemporâneo.

Esta experiência mostrou que a partir da própria produção capitalista, do coração do sistema já era possível construir um duplo sentido. O horizonte limitado dos sindicatos dentro da ordem capitalista faz com que tenham limites em transpor esta ordem, tendo um papel político e pedagógico importante no sentido de mostrar à classe trabalhadora seus limites em se reformar.

Além de reconhecer o valor das lutas sindicais, Marx não deixou de destacar a necessidade estrutural delas. As lutas econômicas faziam parte da própria condição operária, eram intrínsecas à condição da mercadoria-força de trabalho. Para ele o sindicalismo e os sindicatos eram uma condição própria do mundo industrial capitalista demonstrou ser correta. Marx destacou o valor das lutas sindicais, seus aspectos políticos e sua importância moral para a classe trabalhadora, ele manteve sempre uma posição de crítica do sindicalismo e dos seus limites.

Mesmo o sindicalismo de indústria, um sindicalismo de massa que veio a prevalecer durante o século XX, possuía também, como característica principal, a luta meramente defensiva contra os abusos dos capitalistas.

A luta contra o capital não deve se reduzir somente à esfera do salário e do emprego, sob pena de reduzi-las às reivindicações corporativas. Isso porque ao lutarem por aumentos salariais, os trabalhadores lutam contra os efeitos e não contra as causas desses efeitos, que o que fazem é refrear o movimento descendente, mas não alterar o seu rumo: que aplicam paliativos e não a cura da doença.



O que fazer?

É verdade que vivemos um tempo complexo, com profundas e aceleradas mudanças no mundo do trabalho, de globalização, crise do emprego formal e do trabalho assalariado. Um tempo em que a dominação capitalista se traveste de novas formas de gestão e métodos de produção, novas sociabilizadas baseadas no consumo, no individualismo, na competição e na desenfreada busca de respostas individuais para problemas que só podem ser resolvidos coletivamente.

As inovações tecnológicas, o endeusamento do mercado, que transforma o dinheiro numa religião, a alienação crescente dos jovens, a falta de perspectivas profissionais, a exclusão crescente das massas trabalhadoras, colocam para nós o desafio de se debruçar nos estudos, abandonar as respostas fáceis, os chavões, as palavras de ordens vazias de conteúdos, e aprofundar na reflexão política da realidade em que vivemos.

Ao nosso ver, a formação é uma ferramenta fundamental para consciência de classe e ação política dos trabalhadores, mais do que nunca os sindicatos precisam investir na formação política e sindical de seus dirigentes e militantes.

Essas questões só podem ser compreendidas se estudar paciente e atentamente a realidade. Resgatar esse desejo e essa possibilidade de rasgar o tecido do modo de vida e de produção capitalista, do ponto de vista da produção intelectual e da luta política concreta.

Na concepção de Gramsci, os sindicatos devem atuar como educadores coletivos da classe para sua emancipação, e para disputar hegemonia na luta contra o capital e suas ideologias. A crise social e seus elementos sócio-regressivos só aprofundaram as tentações neocorporativas e as práticas burocráticas sob o discurso de sobrevivência e da prática possível diante das dificuldades da ofensiva do capital.

Para que a produção de intelectuais possa acontecer, no caso da burguesia, esta conta com os aparelhos de hegemonia como o próprio Estado e suas instituições, os meios de comunicação, a educação, e etc. No caso da classe trabalhadora, ela conta com os sindicatos, os movimentos sociais e os partidos operários.