sexta-feira, 31 de julho de 2015

DILMA, SUA BASE SOCIAL É O POVO, NÃO PERCA TEMPO COM EMPRESÁRIOS

Tá, reunir com governadores é importante, negociar com o congresso nacional é necessário, com empresários, é função de quem governa. Mas o que a Dilma precisa mesmo é se misturar com o povo, ir aonde o povo está, sua base social, nos bairros populares, nas comunidades de periferias, nas favelas, no meio do povo, terminais de ônibus, nos movimentos sociais, no MST, nos sindicatos, nas centrais sindicais, nos movimentos de juventude, e de estudantes. Falar sobre investimentos em moradia, saúde, segurança, educação, políticas contra o desemprego, ampliar os Mais Médicos, Mina Casa Minha Vida, renda mínima, fazer reforma agrária, agricultura familiar, parar com os cortes orçamentários em políticas sociais, parar com essa absurda subida nas taxas de juros, que só aumenta o lucro dos sanguessugas banqueiros, e que só piora a vida dos trabalhadores, diminui o consumo, paralisa o consumo, acaba com o crédito. Sai dos palácios e reuniões com os de cima, vai dialogar com os de baixo, só assim sai do canto do ringue. Tá na hora, ainda dá tempo, mas cada dia o tempo vai encurtando

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Assessoria; Formação Política; Produção de Conteúdos; Planejamento; Gestão;

Facebook: helder molina molina
Email: professorheldermolina@gmail.com - Fones: 21 2509 6333, 21 9769 4933


SEM FORMAÇÃO POLÍTICA, NOS TORNAMOS ESCRAVOS DO COTIDIANO SINDICAL
"A luta, por mais justa que seja, sem a presença do estudo crítico da realidade, da reflexão teórica, perde substância, esvazia-se de conteúdo. Sem a formação continuada e permanente, sem a disciplina de nos tornamos intelectuais de nossa classe, caímos num praticismo, num administrativismo, num burocratismo perigoso, acrítico, despolitizado, e nos tornamos escravos do cotidiano. O sindicato se reduz ao um conjunto de tarefas imediatas, Sem sentido estratégico, transformador e sem ruptura com o status quo." (Florestan Fernandes, 1993. Foi sociólogo, professor da USP)




• 24 anos fazendo formação política e sindical, planejamento estratégico de gestão sindical, projetos e estudos sindicais, produções de material didático para cursos de formação, assessoria em gestão e administração sindical, e educação de trabalhadores.
• São mais de 130 sindicatos, federações sindicais, associações de classe , de diferentes concepções políticas, correntes de pensamentos, etc...
• Metodologia participativa, interativa, com dinâmicas de grupos, estudos de textos, produções coletivas, dramatizações e exercícios práticos dos temas, e com subsídios de novas linguagens tecnologicas e ferramentas digitais.
• Cada curso/tema é desenvolvido em 2 dias - Com carga horária de 12 a 16 horas/aulas
• Produzimos o material didático de acordo com os conteúdos programáticos, como recursos didáticos e metodológicos, trabalhamos com vídeos/DVDs, com músicas, documentários e filmes sobre os temas abordados. Cada cursista recebe a apostila completo e CD com todo material do curso,







TEMAS E CONTEÚDOS - CURSOS E SEMINÁRIOS DE FORMAÇÃO POLÍTICA E SINDICAL
1 - Papel dos Representantes nos Locais de Trabalho
e as Tarefas do Militante e Dirigente Sindical.

Ø Concepção sindical de organização por local de trabalho,
Ø Características, atitudes, perfil, tarefas, exercícios com casos concretos
Ø Como organizar, planejar,
Ø A relação local de trabalho – sindicato, direção>base>direção.
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2 – A Relação entre Sindicatos, Movimentos Sociais e Governos, hoje!

Ø Uma abordagem sobre étíca, solidariedade, construção coletiva, relações humanas (interpessoais),
Ø Prática do(a) dirigente e militante sindical,
Ø A questão da participação política e
Ø Papel dos movimentos coletivos pela
Ø Cidadania ativa e direitos sociais, gênero, igualdade racial,
Ø Políticas públicas, e a relação destes com os sindicatos e movimentos sociais.
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3 - Políticas Públicas, Sindicato e Participação Política.

Ø Formas de Estado no Modo de Produção Capitalista
Ø O Estado no Modo de Produção Socialista
Ø A formação do Estado, poder e serviço público no Brasil
Ø Serviço público, papel do Estado (poder público), políticas públicas,
Ø Participação nos conselhos, fóruns de gestão pública,
Ø A relação entre poder, governo, movimentos sociais e participação política.
Ø A crise atual, neoliberalismo, alternativas
Ø Os sindicatos devem participar do Estado?
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4 - Ética, Relações Interpessoais, Gestão e Prática Sindical, hoje:

Ø Ética, relações interpessoais,
Ø trabalho coletivo, respeito à diferença,
Ø importância do estudo e da formação para construção de uma ética solidária e participativa,
Ø as deformações e burocratizações presentes no sindicalismo hoje,
Ø a adaptação do movimento sindical à lógica burguesa da competição, individualismo e pragmatismo.
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5 - Negociação Coletiva de Trabalho:
Estrutura, processos e simulações da negociação coletiva.

Ø As estruturas e os processos da negociação coletiva no Brasil.
Ø As concepções e as experiências em negociação do movimento sindical.
Ø A negociação coletiva no Brasil atual.
Ø Simulações dos processos de negociação, os caminhos, avanços e recuos da negociação.
Ø O que é negociação coletiva, como se constroe uma pauta, passo a passo,
Ø As cláusulas, o que é dissidio, o que é acordo, convenção, e
Ø Como se negocia, o que se negocia,
Ø Exercícios práticos de todas as etapas do processo de negociação coletiva (público e privado).
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6 - Movimento Sindical e Capitalismo:
Origens e atualidade da luta de classes e dos sindicatos

Ø O modo de produção capitalista, a contradição capital-trabalho, preço, lucro, mais valia, trabalho assalariado, divisão social do trabalho, mercadoria, alienação. Surgimento das lutas operárias, das idéias socialistas e dos sindicatos. Burgueses x proletários. Luta de classes.
Ø As idéias de Marx e suas contribuições para a luta dos trabalhadores.
Ø A formação da classe trabalhadora brasileira, a partir do fim da escravidão, do início do capitalismo industrial e do surgimento do trabalho assalariado no Brasil.
Ø A contribuição das idéias comunistas, socialistas, trabalhistas e anarquistas na formação do movimento operário e sindical brasileiro,
Ø As diferentes centrais sindicais e organizações operárias que existiram, ou que existem, hoje, no Brasil.
Ø O sindicalismo na Era Vargas, as heranças do Estado Novo na legislação e na estrutura sindical brasileira. > O sindicalismo na Ditadura Militar,
Ø O surgimento do novo sindicalismo, da CUT, e os desafios do sindicalismo nos tempos neoliberais. Ideologia e políticas neoliberais, a resistência dos trabalhadores.
Ø As centrais sindicais: Força Sindical, GGT, CGTB, UGT NCST), CSP/CONLUTAS/INTERSINDICAL e CTB
Ø As concepções sindicais e o sindicalismo diante da conjuntura atual.
Ø Sindicalismo, movimentos sociais e governos Lula e Dilma
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7- Construção de Discurso, Linguagem e Prática de Oratória.

Ø Técnicas de construção de argumentos (produção de textos).
Ø Teorias e práticas de comunicação oral e/ou escrita para os dirigentes e militantes.
Ø Técnicas e exercícios de discursos, persuasão, retórica, argumentação,(com gravação e análise das imagens e som do(a) orador(a).
Ø O que dizer, como dizer e para quem dizer.
Ø Meios e contéudos da linguagem.
Ø A importância do conhecimento, argumento e inguagem.
Ø Vocabulário de linguagem sindical.
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8 - Como Fazer Análise de Conjuntura: Metodologia e Exercícios

Ø Identificando e discutindo o que é conjuntura, infraestrutura e superestrutura.
Ø Os aspectos econômicos, políticos, culturais e sociais que envolvem o contexto em que estamos analisando.
Ø As classes sociais, a luta de classes, a correlação de forças, os aliados, os parceiros e os adversários.
Ø Os diferentes movimentos e projetos políticos em disputa na sociedade.
Ø O papel das mídias, a coerção e o consenso, os interesses de grupos e frações de classe.
> Os aspectos locais (internos) e gerais (externos).
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9 - Concepção, organização e ação sindical:
o sindicato e a organização por local de trabalho

Ø O que é sindicato e seu papel na sociedade capitalista
Ø O que é ser dirigente sindical, hoje.
Ø O que é luta de classes, como se manifesta hoje.
Ø A relação sindicato-local de trabalho.
Ø A organização sindical de base.
Ø As diversas concepções sindicais, hoje:
Ø Como diagnosticar os problemas do local de trabalho,
Ø Como atuar no sentido de resolve-los, tarefas imediatas,
Ø Questões de médio e longo prazo, prazos e responsáveis,
Ø A comunicação sindical no local de trabalho, quem resolve,
Ø A legislação sindical, CLT, aspectos de saúde, segurança e condições de trabalho.
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10 – Gestão e Planejamento Sindical: Planejamento Estratégico de Gestão:

Ø DIAGNÓSTICO: Quem somos (missão, meta)
Ø O que fazemos (mapa das atividades, projetos, frentes de atuação)
Ø Quais recursos temos disponíveis. Humanos (nomes, qualificações e funções). Materiais (equipamentos, estruturas móveis e imóveis). Financeiros (orçamento, fontes de receitas)
Ø Políticos (governabilidade, decisão, gestão, capacidade de decidir e agir)
Ø ANÁLISE DA CORRELAÇÃO DE FORÇAS (ALIADOS E ADVERSÁRIOS).
Ø Relacionar e analisar detalhadamente adversários e os aliados, parceiros.
- CONSTRUÇÃO DE UMA ÁRVORE OU UM MAPA DE OBJETIVOS E PROBLEMAS
Ø Localizar e descrever os problemas que impedem a realização de seus objetivos
Localizar, analisar e estabelecer hierarquicamente seus objetivos, por grau de importância – MAPA OU ARVORE DE AÇÕES ESTRATÉGICAS
Ø Desenhar um mapa ou árvores com as ações consideradas estratégicas, isto é, fundamentais, numa perspectiva de olhar o futuro e agir no presente,
Ø – DESENHAR UM QUADRO DETALHADO DAS AÇÕES (OPERAÇÕES)
Ø Ações de curto prazo, de médio prazo e de longo prazo. Prazos para execução
Ø Responsáveis (quem vai executar ou se responsabilizar por encaminhar a execução)

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11 - Direitos dos Trabalhadores, Processos e Condições de Trabalho e
Qualidade de Vida e Assédio Moral

Ø - Modo de produção capitalista, exploração do trabalho e assédio moral
Ø - Lógicas liberal, gestão empresarial, lucro e produtividade
Ø - Conceito de Assédio Moral e suas conseqüência profissionais, físicas e morais.
Ø - Legislação e jurisprudência no enfrentamento do conflito e dano moral.
Ø - Formas de prevenção
Ø - Consequências psicológicas e jurídicas do assédio para a vítima,
Ø - Ação sindical contra o assédio moral
Ø - Convenções da OIT

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12 – Estado, Poder, Hegemonia e Contra Hegemonia no Brasil
O Papel dos Sindicatos e os Movimentos Sociais

• A formação do Estado dos(as) trabalhadores(as), sindicatos, movimentos sociais urbanos e rurais, organizações e partidos de esquerda.
• A construção e desenvolvimento do capitalismo e o papel do Estado e das políticas sociais. A concepção liberal do Estado. O Estado na tradição marxista. Políticas sociais e a construção da cidadania: análise histórica e teórico-conceitual.
• A relação entre trabalho e organização sindical. O sindicato, representação e identidade operária. Concepções e desenvolvimento histórico do movimento sindical no Brasil.

• Movimentos sociais, classes e consciência de classe. Teoria das organizações clássicas dos trabalhadores: partidos e sindicatos. A teoria dos movimentos sociais e o debate dos novos movimentos sociais. Concepções e desenvolvimento histórico do sindicalismo e dos movimentos sociais no Brasil.
• Os papéis e o protagonismo dos movimentos sociais na construção e consolidação dos direitos sociais, da cidadania e democracia.
• A ideologia neoliberal, a reestruturação econômico-produtiva do capital, o projeto de mercado máximo e Estado mínimo, as privatizações, e a resistência dos sindicatos e movimentos sociais a consumismo e da flexibilização.
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13 - Relações Humanas, Trabalho Coletivo, Gestão e Administração Sindical

• Ética, relações interpessoais, trabalho coletivo, respeito à diferença,
• O que é sindicato, seu papel na sociedade, a conquista dos direitos sociais, o trabalho no serviço público, o papel do Estado e do Serviço Público
• Relação entre estudo, trabalho e formação humana: Construção de uma ética solidária e participativa.
• Relações sindicais em tempo da mercantilização da vida: Deformações e burocratizações presentes no sindicalismo hoje,

• Adaptação do movimento sindical à lógica burguesa da competição, individualismo e pragmatismo.
• Planejamento de Ações
• Concepção, Estrutura Sindical, e Organização por Local de Trabalho,
• Organizar, planejar, definir prioridades de uma gestão sindica
• Melhorar a relação política: Direção x base x direção x sociedade
• Metodologia de Avaliação coletiva,


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terça-feira, 21 de julho de 2015

CENÁRIO COMPLEXO, DE DESAFIOS À ESQUERDA SOCIAL E POLÍTICA, AOS SINDICATOS E MOVIMENTOS SOCIAIS, E À FORMAÇÃO SINDICAL:


Helder Molina
Historiador, mestre em Educação, doutor em Políticas Públicas e Formação Humana, professor da Faculdade de Educação da UERJ, pesquisador e educador sindical

É a luta de classes! Mas viva do que nunca, e que se expressa pelo ódio e intolerância, contra informação, desinformação, calúnias, e a lavagem cerebral que a mídia (nas redes sociais, nas TVs, e nos jornais) faz cotidianamente contra os partidos de esquerda, o governo Dilma, e a CUT, os sindicatos, os movimentos sociais. E isso impregna até os dirigentes e militantes sindicais.
Tenho visto dirigentes combativos nas lutas específicas, fazem a análise de conjuntura com o mesmo discurso hegemônico da mídia, usam argumentos de nossos inimigos. Faltam informações elementares de História, Política, Economia, Poder, Luta de Classes, Ideologia, Poder, Papel da Mídia.
É preciso um trabalho de paciência, para ir desmontando as "verdades" que muitos dos nossos trazem, como suas, mas que são as dos nossos adversários à direita..
Como fazem falta os espaços permanentes e continuados de formação política, ideológica, e humana, nos movimentos sociais, sindicatos, e partidos de esquerda? Foi um crime contra a consciência dos trabalhadores esse pragmatismo que tomou conta do sindicatos e movimentos sociais.
Cresceu o conservadorismo e a despolitização entre os militantes. Perdeu-se a memória, a história, os processos, os fios, os laços. É preciso um trabalho de paciência, para ir desmontando as "verdades" que muitos dos nossos trazem, como suas, mas que são as dos nossos adversários à direita. Percebi a enorme falta que fazem os debates, leitura aprofundada, reuniões de núcleos, estudo crítico, formação ideológica, formação política sistemática, reflexão estratégica. Uma geleia geral na cabeça de nossos ativistas e militantes.

Sindicato, encruzilhadas, e atualidade da luta pelos direitos, democracia, justiça social e emancipação humana

Há um discurso recorrente de que existe uma crise identidade no movimento sindical. Se há uma crise? Precisa conceituar crise, para depois verificar se esse conceito, esse papel do sindicato está em crise, ou em mutação. Penso que o movimento sindical para por uma transição, que envolve burocratização, perda da sua identidade, de busca de novas referências, principalmente num mundo onde a informalidade cresce e o velho capitalismo assume novas faces e discursos, de reinado do mercado, do individualismo, da fragmentação, como diz Chico Oliveira, de indeterminação na política.
Assim analisando, o movimento sindical está numa encruzilhada, se dividiu, fragmentou, olha a existência de 7 centrais sindicais, da polarização e intolerância política crescente no interior das correntes, partidos de matrizes socialistas, enfim.
Minha identidade é o movimento sindical, onde tenho referência, militância política, atividade profissional. A década de 1990 em diante foi da ofensiva neoliberal no mundo do trabalho, da ofensiva do desemprego e da destruição dos direitos dos trabalhadores. Meu doutorado é dedicado a tentar entender essa mutação, esse novo sócio-metabolismo, essa nova identidade, e que foi perdida com o arrastão neoliberal

Mutação, fragmentação e encruzilhada

De um lado o esquerdismo se propõe como alternativa, e se isola, buscando sua identidade. Apresenta um discurso fácil, de condenação de todos, de recusa a qualquer coisa que pareça sensato, de combate intestinal aos aliados, agora considerados ex-aliados.De outro os setores neoliberais e o peleguismo reciclado, reinventado, também se constitui com cara própria, ou vários caras de uma mesma identidade.
Lutar também contra os hegemonismos, rediscutir eticamente a concepção de democracia, exercer na prática a tolerância, tão fundamental para desenvolver a unidade de classe, tudo isso, se não cuidamos, vai sendo esquecido, abandonado, e viramos burgueses, liberais e capitalistas na prática, embora afirmemos defender o socialismo e a democracia dos trabalhadores.
Essa crise está também no método e no discurso. Nosso discurso já não atrai os trabalhadores, suas direções precisam se renovar, suas práticas estão comprometidas por problemas éticos, e principalmente pela cooptação e adaptação à ideologia neoliberal, e as dificuldades entre ser movimento autônomo e independente e se relacionar com um governo que teve origem nas lutas sociais e dos trabalhadores brasileiros, dos últimos trinta anos

A importância estratégica da Formação Política,
Ideológica, e Humana
Nos sindicatos a formação deve servir de instrumento, ferramenta, para construir novas lideranças, novos militantes. Muitos trabalhadores e trabalhadoras conhecem o sindicato através das assembléias, das mobilizações, das negociações salariais, mas não entendem muito bem o que é o sindicato, de onde veio, para que serve, como se organiza. Muitos só buscam o sindicato na hora das dificuldades, não se sentem pertencentes ao sindicato.
Muitos desses trabalhadores, nas lutas, se aproximam e depois são convidados a ser dirigentes, e não sabem exatamente o que fazer na diretoria, que função desempenhar, como pode ajudar, e os dirigentes mais velhos podem ajudar na participação dos novos dirigentes, mas é papel da formação criar condições dele se formar, com cursos, oficinas, palestras, seminários, enfim.
A formação básica dos dirigentes e militantes sindicais, e os desafios do atual contexto. Novos e antigos dirigentes devem aprofundar o conhecimento sobre as transformações que estão ocorrendo no mundo do trabalho, as mudanças na economia e na política, o papel das novas tecnologia, a questão do desemprego estrutural, da informalidade que cresce, da violência como produto da desigualdade social e da concentração absurda de rendas que existe no mundo hoje, e no Brasil principalmente.
Devem buscar entender os problemas relacionados com a gestão dos sindicatos, da administração financeira, das relações com os funcionários, do cotidiano da máquina sindical.

Enfrentar a burocratização, cada dia mais presente
nos sindicatos.

A formação deve se preocupar com as questões das negociações coletivas, como negociar, fazer exercícios práticos de negociação, discutir as correlações de forças nas negociações, quando avançar, quando recuar, entender o cenário econômico, político, ver quem são nossos aliados, e adversários, nas campanhas salariais.

Enfrentar questões atuais da nossa sociedade e nos sindicatos

Não basta criar secretarias de mulheres e de negros ou anti racismo, a verdade é que o movimento sindical é machista, é racista, isso só se supera com combate político, enfrentando cotidianamente as manifestações, posturas, falas e gestos machistas ou preconceituosos nos sindicatos, nas assembléias, nos locais de trabalho.
Os cursos, encontros, seminários ajudam a problematizar, discutir e elaborar propostas, mas é preciso que isso se desdobre em outros espaços, como na empresa, na repartição pública, na escola, na família, nas relações informais, na comunidade. Os movimentos anti racistas, anti sexistas e feministas têm crescido em suas influências, muitos sindicatos já criaram secretarias específicas, nos coletivos de mulheres e anti racista sempre tiveram atuações afirmativas, e precisam ser fortalecidos.
Os sindicatos devem olhar isso como essencial para construir um projeto de sociedade emancipada, livre, solidária e que respeite a diversidade cultural.
Questões ambientais, da juventude, dos trabalhadores desempregados? Os sindicatos são muito corporativos
A consciência ambiental está crescendo nos movimentos sociais, as lutas pela preservação da água, da natureza, das praias, contra a poluição, os desmatamentos, e destruição da natureza, mas ainda é pouco. O capitalismo é o grande responsável pela destruição da vida, do ecossistema. O capitalismo sobrevive da produção de lucro, da exploração do trabalho humano e da natureza, e para isso ele destrói as forças produtivas. Ele é um destruidor de forças produtivas. Defender a natureza é combater o capitalismo, isso o movimento sindical está começando a compreender.

Desemprego e da informalidade dos jovens

Temos estudos do DIEESE, do IPEA, do IBGE, enfim, que mostram que mais de 50% da força de trabalho no Brasil estão na informalidade, são trabalhadores desempregados, precarizados, terceirizados, que sobrevivem sem proteção de leis trabalhistas, sem acesso à previdência social, sem garantia de futuro.
E os sindicatos ainda hoje só olham para os trabalhadores de carteira assinada, com emprego formal. Nossos sindicatos ainda estão presos ao passado fordista, isto é, ao mercado de trabalho da grandes corporações, de endereço determinado. Essa massa de trabalhadores estão buscando formas alternativas de viver e de se organizar políticamente, veja a multidão de camelôs, E a maioria dos desempregados são jovens, são mulheres, moram nas periferias, nas favelas, são exércitos de reserva do narcotráfico.
Os sindicatos precisam dialogar com a juventude trabalhadora, ouvir suas reivindicações, entender sua linguagem, que se expressam nas artes, na musica, nas manifestações culturais, no movimento estudantil, mas principalmente nos movimentos de rebeldia, presente nas comunidades, nas periferias, como Hip Hop, Funk, grafites, esportes.
Se os jovens não vêm ao sindicato é porque nossa prática e nossos discursos lhes são estranhos, corporativos, envelhecidos, burocratizados, carrancudos mesmo.
Eles vão buscar refúgio em outros lugares, como drogas, seitas evangélicas, torcidas organizadas, etc.
Basicamente abordarmos a Historia do movimento sindical, como surgiram os sindicatos, as centrais sindicais, as diferentes concepções sindicais de ontem e de hoje, a questão da gestão e do planejamento sindical, cursos de oratória e construção de discursos, negociação coletiva, o que é ser dirigente sindical,
E principalmente resgatar a historia do sindicalismo, que foi se perdendo, e as novas gerações desconhecem, parece que não temos passado, e vivem de um presentismo pragmático, corporativo, de negócios salariais e da defesa do emprego a qualquer custo. Abandonamos a luta pelo socialismo, nos conformamos com o capitalismo, e isso, a meu ver, será nossa morte. O sindicato deve lutar contra o capitalismo por uma outra sociedade, um outro Estado.
È possível resgatar? Ou é só desejo?

Reitero: Num programa de formação, deve existir palestras, debates, cursos, seminários, sobre os temas mais necessários, como a relação do movimento sindical com os governos, a questão da negociação coletiva, das tecnologias, meio ambiente, novas reconfigurações do mundo do trabalho, antiracismo, juventude, movimentos sociais, educação dos trabalhadores, a questão da previdência e dos direitos trabalhistas, saúde do trabalhador, assédio moral, etc.
Exibir filmes, fazer debates e formação utilizando o cinema, o vídeo. Precisamos montar um centro de memória dos sindicatos, a memória sindical está espalhada nos sindicatos, nos arquivos “mortos”, nos depósitos, nos armários, nas caixas, nas casas dos militantes, nos arquivos de ex-dirigentes, enfim. A memória dos sindicatos, com raríssimas exceções, estão amontadas em gavetas, armários, arquivos, quanto muito. Ou nas casas dos militantes e dirigentes, os que guardam vestígios, porque a maioria joga fora. E verdade, lutamos contra a mídia, os empresários, os fazendeiros, os banqueiros, os patrões públicos e privados, é verdade. Mas também lutamos contra nossa preguiça e acomodação, nosso corporativismo que acha que o sindicato basta por si mesmo, que só vive para fazer campanha salarial, e olhe lá.

domingo, 12 de julho de 2015

DESAFIOS À EDUCAÇÃO PÚBLICA, AOS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO E SEUS SINDICATOS. (Helder Molina - 2015)

DESAFIOS À EDUCAÇÃO PÚBLICA, AOS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO E SEUS SINDICATOS.
(Helder Molina - 2015)
Vivemos uma crescente e degradante precarização das condições de trabalho e de salário, principalmente na escola pública. Professores e funcionários trabalham com contratos temporários, vivem em situação de precarização, são garantias de salários, direitos fundamentais, como férias, 13º terceiro, aposentadoria, previdência, etc. Uma nova escravidão, de salários indignos e condições degradantes de trabalho.
Degradantes as condições das escolas, a situação das salas de aulas, faltam equipamentos, materiais. Os concursos públicos são cada vez mais demorados, e só existem a custa de muitas lutas, denúncias, mobilizações dos próprios professores e funcionários. E os concursados ficam meses, até anos, aguardando para serem convocados, e quando são, já praticamente duplicou, ou triplicou, a falta de profissionais, e novamente os governos buscam o "exército intelectual de reserva", isto é, uma enorme quantidade de profissionais que se subordinam a trabalhar por condições precárias e contratos temporários.
Por isso todo ano tem que fazer campanha salarial, mobilização, passeatas, paralizações, greves. A terceirização, precarização, degradação dos direitos, desvio e má gestão dos recursos, e abandono da escola, este é o retrato da escola. A educação como prioridade é uma demagogia barata nas bocas dos candidatos e governantes. A verdade é que a escola pública ainda resiste porque os trabalhadores que nela estão são convocados, dia apos dia, a resistir e defendê-la. Hoje a educação é tratada como mercadoria, há uma crescente mercantilização do ensino. A escola privada é um grande negócio de empresários, e a escola pública, na visão empresarial, deve ser gerida baseada na meritocracia, produtivismo, mercantilismo, e outros ismos do neoliberalismo
A escola pública é uma conquista da sociedade democrática, da luta contra o elitismo que impera na nossa cultura. Uma conquista de muitos movimentos, dos sindicatos, da cidadania democrática, das organizações populares, dos partidos progressistas. O povo precisa da escola pública, os trabalhadores só terão acesso ao conhecimento, à ciência, à tecnologia, se existir a escola pública, seja ela fundamental, média ou superior. Os ricos não precisam da escola pública, eles já têm acesso aos bens culturais e educacionais, produzidos pela divisão de classes, pela segmentação dos lucros, pelo acesso ao Estado, enfim.
escola pública porque milhares de profissionais se dedicam a ela, e não é só pelo salário, é pela ideologia da defesa do público, pelo compromisso da garantia do espaço de produção do conhecimento útil aos trabalhadores, aos pobres, único espaço onde os pobres podem sonhar em serem sujeitos, terem futuro. Se trata de lutar pela sobrevivência material, mais que isso, de garantir que o conhecimento, a ciência, a tecnologia seja protagonizada pelos trabalhadores. E verdade que as greves se arrastam, pois os governos viram as costas, greve de educadores não mexe na taxa de lucros, não produz mais valia, enfim, não se trata de um setor produtivo, do ponto de vista de mercadorias, como uma fábrica, um banco, enfim. Mas se tratam de um setor extremamente importante para a democracia, a cidadania, os direitos sociais. São eficazes porque denuncia os descasos, os desrespeitos, a escravidão vivida pelos profissionais de apoio, e pelos educadores, nas injustas e indignas condições de vida e de trabalho. Do ponto de vista do mercado, rentável é taxa de juros altos, financeirização da educação, vender ações nas bolsas de valores, trocar professor de carne e osso, por televisão, aulas à distância, tutoria, etc. Não produzimos para o mercado, produzimos para a sociedade, para os setores mais marginalizados, mais abandonados pelo Estado oficial e pela lógica econômica da eficácia e da eficiência.
Há uma espécie de anestesiamento social, de individualismo, de domínio da lógica do consumo, do que vale é o indivíduo, o mérito individual, cada um por si. A lógica da competição, do mercado, do lucro. Vale mais o ter do que o ser. O direito à propriedade está acima do direito à vida. Um banqueiro que lucra 1 bilhão de reais, com juros altos, câmbio e bolsa de valores, não é criminoso, mas um sem teto que pede esmolas na porta de um banco é preso como perigo à propriedade privada e à riqueza individual. Daí se explica o desprezo pelo público, pelo coletivo, um esvaziamento da esfera pública, a morte da política como bem comum, com vontade geral. Quem pode, paga escola particular, quem não pode, que suporte a degradante escola pública. Greve? coisa de preguiçosos, baderneiros, vagabundos, quem mandou escolher ser professor? O desdém e o desprezo com a "rés” pública, isto é, com a coisa púbica, são grandes aliados da privatização e do elitismo, e da exclusão.
É degradada pela violência, pelo desemprego, miséria social ausência de políticas pública, enfim. Os professores e os alunos não são inimigos, são aliados, parceiros, na defesa da escola pública, inimigos são os que a querem privatizar, ou simplesmente destruí-las, tornar uma escola pobre para os pobres, e outra escola rica, para os ricos, aprofundando o dualismo educacional. A lógica privatista, é o grande inimigo da escola pública, da universidade pública,

domingo, 5 de julho de 2015

Como todos sabemos, não há racismo no Brasil


Leonardo Sakamoto - 04/07/2015

Como todos sabemos, não há racismo no Brasil.
Ou exploração sexual de crianças e adolescentes.
O machismo? Uma mentira.
E a homofobia, uma invenção.
Não há genocídio de jovens pobres e negros das periferias.
Ao me relacionar com as outras pessoas, não faço isso só, mas me acompanham séculos de acomodação cultural, de preconceitos e medos dos que vieram antes de mim. Não só a genealogia pesa sobre os ombros, mas também a história e as condições sociais do país. De certa forma, na fala do “agora” está presente toda a história humana.
Se uma criança nasce com a pele mais escura que sua família sofre preconceito da sociedade mesmo que seus pais não tenham sofrido. Se for pobre, pior ainda. Tomando como referência a média salarial, os valores pagos para uma mesma função na sociedade coloca, em ordem decrescente: homem branco rico de um lado e mulher negra pobre do outro.
Para muita gente, basta saber que a outra é negra.
A Justiça que se pretende ao tentar reconstruir a sociedade por um novo viés não é apenas a de saldar a dívida de uma escravidão mal abolida, mas sim a tentativa de mudar o pensamento e a ação de uma sociedade que trata as pessoas de forma desigual por conta da cor de pele.
Ir contra a programação que tivemos a vida inteira, através da família, de amigos, da escola, da mídia e até de algumas igrejas em que pastores pregam que “africanos são amaldiçoados por Deus'' é um processo longo pelo qual todos nós temos que passar. Mas necessário.
Todos nós, nascidos neste caldo social somos potencialmente idiotas a menos que tenhamos sido devidamente educados para o contrário. Pois os que ofendem uma jornalista de forma tão aberta, como foi o caso da apresentadora Maria Júlia Coutinho, da TV Globo, só fazem isso por estarem à vontade com o anonimato (Hanna Arendt explica) e se sentirem respaldados por parte da sociedade.
Toda a vez que trato da questão da desigualdade social e do preconceito que os negros e negras sofrem no Brasil (herança cotidianamente reafirmada de um 13 de maio de 1888 que significou mais uma mudança na metodologia de exploração da força de trabalho, pois não garantiu as bases para a autonomia real dos ex-escravos e seus descendentes), sou linchado.
Pois, como todos sabemos, não há racismo no Brasil. “Isso é coisa de negro recalcado.''
Ou exploração sexual de crianças e adolescentes. “As meninas é que pedem e depois a culpa é dos homens?''
O machismo? Uma mentira “criada por feminazis para roubar nossos direitos''.
E a homofobia, uma invenção “daquela bicha do Jean Wyllys''.
Não há genocídio de jovens pobres e negros das periferias. “Eles é que estão no lugar errado e na hora errada, pois os 'homens de bem' seguem a lei e nada acontece com eles.''