quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

BREVES NOTAS SOBRE A CONJUNTURA: RESISTIR AO GOLPE, VENCER, E GIRAR O GOVERNO À ESQUERDA,

BREVES NOTAS SOBRE A CONJUNTURA:
Dias difíceis teremos pela frente. O governo e os setores contra o golpe precisam ampliar a base contra o impeachment, que hoje é em torno de 200 deputados. A freio de arrumação do Fachin, do STF, dá um fôlego, mas o mérito não vai mudar muito,. O processo vai continuar. Os próximos passos vão depender muito dos desdobramento da atual conjuntura. Se Cunha vai ser preso, ou pelo menos suas asas podadas pelo STF. Mas se ele continuar agindo abertamente, a sanha golpista vai continuar, com a tendência de maior acirramento em janeiro e fevereiro, numa conjuntura polarizada. A crise fiscal e financeira do governo vai se aprofundar, e ai a governabilidade vai pro saco. O fato ruas, mobilizações, tanto do nosso lado, quando do lado dos golpistas, também vai fazer peso na balança da luta de classes, dora em diante. Lula falou com representantes de 40 partidos progressistas do mundo todo, ontem na Alemanha, falou com imprensa internacional. Pesa muito, mas o processo interno pesa mais, Dia 13, domingo, eles vão para as ruas. E nós estamos com uma agenda de atos, culminando com o dia 16/12, que coincide com o dia que o STF julga o mérito da liminar de Fachin ao PCdoB. Um abraço, depois nos falamos.

PEDAGOGIA DA RUA: DILMA CAI? PORQUE ESSE ATAQUE TODO?

PEDAGOGIA DA RUA: DILMA CAI? PORQUE ESSE ATAQUE TODO?
HELDER MOLINA MOLINA·QUINTA, 10 DE DEZEMBRO DE 20151 leitura
Ontem, esperando, banco cheio, uma ex-aluna me reconhece, está com seu filho, um rapaz de uns 20 anos, estuda na UERJ. Ela me pergunta: " E Dilma cai? Porque esse ataque todo? Não entendo"! Eu argumento: " Cunha é lobista das grandes empresas que financiaram a campanha de mais de 200 deputados, Temer pertence ao Partido Paulista, isto é, partido da burguesia patrimonialista e conservadora paulista, a mesma de Serra, FIESP, que vem da oligarquia cafeeira, da República Velha que derrubou Vargas, Jango. E Cunha é mero instrumento do golpe, a direita cresceu muito nestes últimos anos, elegeu grande maioria parlamentarn pelo financiamento privado, e formou a bancada BBBB: Banco, Bala, Boi e Bíblia, conservadora, regressiva, anti popular, anti direitos humanos, escravista,m etc. O garoto me diz "Mas a Dilma representa esses setores, faz um governo de direita". Eu pergunto: "Vamos pensar melhor: De que lado está a Rede Globo? Todos os jornais, TVs e revistas da mídia empresarial? Porque tamanha ofensiva contra a Petrobrás? Para esquarteja-la e depois privatiza-la? Quais interesses dos EUA em relação à América Latina? Em acabar com o Mercosul? Será porque o Brasil participa do BRICS, aliás, a fundação dos Brics foi no Brasil em Fortaleza em 2014? Qual interesse das multinacionais do petróleo sobre o Pré Sal? A mudança do regime de partilha para o regime de concessão? Ele me diz: "Mas Lula não fez as reformas para enfrentar a mídia e a reforma política, o latifúndio mata e manda, os bancos nunca ganharam tanto". Eu digo: "Concordo, Lula conciliou na hora em que devia aprofundar reformas, não enfrentou o grande capital financeiro e industrial, nem a mídia, nem o latifúndio, nem fez a reforma política, se adaptou ao financiamento privado, mas ampliou direitos, inclusão social, distribuiu renda, democratizou o Estado, fez concursos, ampliou crédito, multiplicou o acesso a educação, criou renda mínima". "Foi pouco". Diz ele. Digo: "Mas vc acredita mesmo que Cunha, Temer, Aécio, Alckmin, Serra, vão fazer estas reformas? ampliar esses direitos"? Ele me diz: Claro que não". Então o que temos que fazer agora? Defender a democracia contra o golpe, e lutar nas ruas por essas reformas. E ele me pergunta: "Qual sua disciplina na UERJ, posso assistir suas aulas? Como ouvinte? Me convenceu. Digo: "Seja bem vindo, mas antes luta contra o golpe, e discute isso com as pessoas". Umas dez pessoas ouviram a conversa, e ficaram pensando. Mas, chegou minha senha, vou para o caixa.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

EM DEFESA DA DEMOCRACIA, CONTRA O GOLPE, TENHO LADO

Lamento, mas minha substância é política, é ideológica, sou de esquerda, e neste momento estou empenhado na luta contra o golpe no Brasil. Tem vários “amigos” do facebook que estão se manifestando apoiando o golpe, ou tentando justificar através de uma pseudo neutralidade, pseudo imparcialidade. Do tipo: “Não estou de um lado nem do outro”, Um direito dessas pessoas, mas prefiro separar os terrenos, neste momento. Vou retirar de minha lista, ontem já fiz com 09, e vou continuar. Me tornei militante na luta contra a ditadura militar e em defesa da democracia, nos idos dos anos 80. E não estou aqui defendendo a pessoa de Dilma, que sequer conheço. Estou defendendo a institucionalidade democrática. O que se trama no Brasil é um golpe a serviço dos interesses do grande capital internacional, capitaneado pelos EUA. Um golpe orquestrado pela direita, pelo empresariado, através da bancada BBB, Boi Bíblia e Bala, e pela mídia privada monopolista, Rede Globo à frente. Um golpe que representará, se consumado, um profundo retrocesso e retirada de direitos sociais e políticos duramente conquistas nos últimos anos. Um regresso do neoliberalismo e do império do capital em seu estado bruto. Um golpe contra a vontade popular majoritária expressada nas urnas em 2014. Neste momento lutarei ao lado daqueles que lutam contra o golpe.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

FORMAÇÃO - AÇÃO POLÍTICA - ORGANIZAÇÃO DE BASE - DESAFIOS 2016

Estamos numa encruzilhada histórica, com grandes desafios econômicos, políticos e ideológicos, na disputa contra os que querem o retrocesso político, a quebra de nossa soberania econômica e social, e a submissão aos interesse do mercado e das empresas internacionais.
Em 2016 esses desafios serão ainda maiores, num contexto de redução de empregos, juros altos, redução de direitos, e avanço das políticas de privatização, precarização, terceirização.
Nesse contexto a formação política, o estudo crítico da realidade, a formulação coletiva de ações, o debate democrático e a busca de rumos diante dos desafios são fundamentais Fortalecer a ação sindical dos sindicatos nos locais de trabalho, na disputa de hegemonia na sociedade, na defesa dos direitos dos(as) trabalhadores(as)
Resgatar a história de lutas de nossa classe e de nosso movimento, como instrumento necessário para construção de nossa identidade e consciência de classe, nas questões de gênero, diversidades culturais e étnico raciais, políticas públicas Discutir e atualizar o debate sobre as concepções e estruturas sindicais, de ontem e as atuais, num contexto de fragmentação política e perda de referências ideológicas das organizações dos trabalhadores, e de avanço das ideologias e práticas conservadoras e capitalistas Possibilitar o conhecimento político, argumentos e conteúdos para compreender o mundo, a realidade social, a luta de classes e busca de uma sociedade democrática e justa.
O projeto de formação de dirigentes e militantes visa. Construir novas lideranças, renovar a militância sindical, para dar continuidade à organização e luta dos trabalhadores em defesa de seus direito. Transformar os (as) os(as) diretores(as) em verdadeiros militantes, nos princípios do sindicalismo classista, combativo, ideológico, na perspectiva. Fortalecer os vínculos orgânicos, dentro da concepção e princípios sindicais combativos e classistas. Possibilitar a construção de espaço de troca e socialização das experiências, desenvolvimento de relações solidárias e fraternas, na construção de um ser humano emancipado, autônomo e sujeito político coletivo
Bom conselho diretor, boas festas, e um ano novo de muitas lutas, conquistas e consolidações de direitos.
Helder Molina - Dezembro de 2015
Assessoria de Formação Política, Planejamento Institucional, Gestão Sindical, Projetos Sindicais
Licenciado e Bacharel em História, Pós Graduado em História do Brasil Contemporâneo, Mestre em Educação, Doutor em Políticas Públicas e Formação Humana, Professor de Economia e Política da Faculdade de Educação da UERJ, Educador e Assessor Sindical. Facebook: Helder Molina Molina. - professorheldermolina@gmail.com - 21 2509 6333, 21 99769 4933

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

OS SINDICATOS DIANTE DA OFENSIVA NEOLIBERAL NO BRASIL. FINAL DOS ANOS 80, INÍCIO DOS ANOS 90: TEMPOS DIFÍCEIS. Parte 1

OS SINDICATOS DIANTE DA OFENSIVA NEOLIBERAL NO BRASIL.
FINAL DOS ANOS 80, INÍCIO DOS ANOS 90: TEMPOS DIFÍCEIS. Parte 1
(Helder Molina)
Era o ano de 1989. Depois de duas grandes greves gerais de trabalhadores, dirigidas pela CUT,e pelo movimento sindical combativo, grandes avanços organizativos da classe trabalhadora. Inflação altíssima, custo de vida nas nuvens, final do governo Sarney.
No final desse ano, Lula havia perdido as eleições para Collor, no segundo turno. No ano anterior (1988) tinha sido aprovada a nova constituição federal, que garantiu importantes direitos sociais e políticos, de democratização da sociedade, apesar da correlação de forças no congresso, à época, ser desfavorável às esquerdas e aos movimentos sociais. Estávamos fazendo a transição da ditadura militar para um regime de liberdades democráticas.
Mas os anos que viriam seriam muito difíceis. Collor foi a porta de entrada do neoliberalismo. Privatizações das estatais, confisco nos direitos dos trabalhadores, desmonte do serviço público e do Estado. Confisco da poupança, plano econômico de arrocho nos trabalhadores. Estado mínimo para os pobres, direitos sociais e trabalhadores, e mercado máximo para os empresários. Mas Collor era só o começo, o pior viria de 1994 em diante, com FHC as políticas neoliberais tomaram fôlego, com desemprego em massa, leilões de privatizações, iniciadas por Itamar Franco. Ataque direto aos sindicatos, flexibilização e precarização das relações de trabalho e do emprego, quebradeira da indústria, crescimento do ensino privado, desmantelamento das universidades e escolas públicas.
A abertura comercial irrestrita quebrou a soberania nacional, a indústria, as pequenas empresas, os serviços públicos. A inovação tecnológica introduziu os computadores pessoais em massa, os celulares, a internet, enfim, a revolução tecnológica e digital destruiu milhões de empregos, aprofundou a cultura do individualismo, do consumismo, e principalmente entre os jovens. Consumo, logo existo. A mídia amplificou a ideologia liberal do cada um por si, da inserção pelo consumo, da descartabilidade, do fetichismo da mercadoria.
O movimento sindical era a barreira de contenção contra a avalanche neoliberal e privatizante. As esquerdas enfrentam enorme crise, pela ofensiva e hegemonia do mercado e do privado.

SINDICATO COMO ESCOLA DE FORMAÇÃO E DE LUTA POLÍTICA DA CLASSE.


É a formação que aumenta nossa capacidade de compreender o mundo, a política, o poder, as ideologias, o papel dos sindicatos, dos movimentos sociais. Sem estudar, a gente cai em uma atuação sem crítica, pode se tornar oportunista, carreirista, conservador. A preguiça intelectual é uma das formas de alienação, vivemos numa sociedade alienada e alienante, dominada pelo imediatismo, consumismo, individualismo. Fazer cursos, estudar, exercitar as práticas coletivas, exercer a solidariedade, se educar para a troca, a tolerância, a construção coletiva.
O sindicato é uma escola de formação, uma escola de militantes, de desenvolvimento do companheirismo, de troca e aprendizado nas relações humanas e política. Um sindicato combativo e forte tem na formação uma ferramenta de independência de classe, de autonomia e emancipação humana e transformação social. A leitura é que produz o conhecimento. Ninguém fala do que não conhece. Não há técnicas e teorias que se possam aprender sem leitura, sistematização, escrita, produção de textos, sem prática permanente. Ler e escrever é o fundamento para produção do conhecimento, sem conhecimento não há do que falar. A linguagem é uma ideologia, e essa ideologia é construída na linguagem, no discurso.
Entender que numa sociedade em que a maioria das pessoas se informam pelas mídias, é fundamental utilizá-las. É importante utilizar as redes sociais, os sites. O movimento sindical tem que disputar as redes sociais, utilizar as redes sociais como forma de organização, politizar, discutir direitos, ampliar a democracia, quebrar os monopólios.
As redes sociais devem ser instrumento de construção da política do sindicato, compartilhamento de informações, troca de agendas, divulgação das lutas e conquistas, ferramenta de mobilização da categoria, de organização e formação da classe trabalhadora. Essas mídias devem ser atualizadas, com conteúdos informativos, mas também críticos, formativos, para elevar o nível de consciência da categoria.

CONSTRUINDO A CONCEPÇÃO E PRÁTICA SINDICAL


CONSTRUÍNDO A CONCEPÇÃO E PRÁTICA SINDICAL
Helder Molina


• Os (as) servidores(as) questionam a necessidade e o papel do sindicato, que explicar a história e o papel do sindicato na luta por seus direitos, um rico debate sobre o corporativismo, a individualismo presente em grande parcela dos novos servidores que foram aprovados nos concursos recentes, demonstrando um desprezo e desconhecimento pela história e memória dos que lutaram, noutros contextos, noutras gerações, para a conquista de um Estado democrático, com direito de organização sindical, e garantia de todos os direitos que os servidores possuem hoje.

• Um debate entre a luta coletiva e a acomodação individual e alienada, a questão da alienação e do analfabetismo político está evidente no discurso dos servidores que não se propõem a participar de uma assembléia, levando o sindicato a mobilizar e enfrentar o individualismo e a evidente recusa de participação. Neste debate, se coloca a importância da comunicação e presença permanente do sindicato no local de trabalho, através da formação e da organização na base, papel das delegacias sindicais.

• Os diferentes papéis, com os antigos dirigentes transmitindo suas experiências aos mais novos. Essa troca de conhecimentos entre gerações é fundamental para a continuidade do sindicato, e a construção de novos quadros dirigentes. O sindicato e a consciência de classe é um processo de construção coletiva, cada um tendo um papel e uma importância nesse processo. O pertencimento, e o processo coletivo que produz a consciência de classe.

• Quem é o sindicato? Onde ele esta? Quem é ele? Depois uma longa procura, de um silencio ensurdecedor, descobre-se que o “sindicato somos todos nós”, isto é, uma relação coletiva, não é um lugar, é uma identidade, um pertencimento, todos são o sindicato, quando vestem sua camisa, e agem coletivamente.

• Fundamental relacionar o sindicato, o cotidiano do trabalhador de hoje ao tema da história do capitalismo e da opressão sobre os trabalhadores, da luta dos anarquistas e dos comunistas pelos direitos dos trabalhdores, e da luta contra a escravidão de ontem, relacionando com os militantes de hoje, e as lutas contra a escravidão do salário, da crescente e perversa terceirização das relações de trabalho, e das precarizações generalizadas no serviço público, a escravidão da mais valia sob a forma de recusa dos direitos, de desrespeito à representação dos trabalhadores, do autoritarismo das empresas e dos governos, os novos “capatazes” e “senhores” que são certos gestores e os representantes governamentais que agem como senhores de escravos, e o serviço público como uma senzala.

Características e Perfil Ético Político do(a) delegado(a) sindical Helder Molina


Ao longo das experiências formativas que participamos, fomos construindo um PERFIL ÉTICO POLÍTICO DO(A) MILITANTE E DIRIGENTE SINDICAL

a) Ter ética, responsabilidade e compromisso com seu mandato eleito.

b) Participar ativamente de todas as atividades convocadas pelo sindicato, pelo sindicato e pela CONDSEF

c) Divulgar e fazer chegar à base todas as deliberações e encaminhamentos aprovados pelo sindicato.

d) Ter postura solidária, ser companheiro, respeitar as diferenças, ter tolerância com as divergências.

e) Estudar, ler, participar de cursos de formação, palestras, seminários, debates, promovidos pelo movimento sindical.

f) Abolir o machismo e o sexismo de suas práticas e concepções, combater todas as formas de preconceitos, homofobia, racismo e desrespeito aos idosos, pessoas com deficiências.

g) Participar dos movimentos sociais, e estar atento a tudo que acontece políticamente, ser solidário com as lutas gerais dos trabalhadores, e promover um sindicalismo classista, combativo, de luta, pela base e democrático.

h) Ser comunicativo, disponível, e buscar sempre a participação coletiva para resolver os problemas, seus e de sua categoria.

i) Combater todas as formas de individualismo, egoísmo, corrupção, autoritarismo, burocratização, e desvios de recursos públicos.

j) Defender o sindicato sempre, e ter compromisso com o serviço público e a sociedade,principalmente com os trabalhadores.

Caracteristicas e perfil ético político do(a) delegado(a) sindical



• O delegado e a delegada sindical devem ter o seguinte perfil, apresentado pelos participantes, nas cinco turmas:

a) Ter ética, responsabilidade e compromisso com seu mandato eleito.

b) Participar ativamente de todas as atividades convocadas pelo sindicato, pelo sindicato e pela CONDSEF

c) Divulgar e fazer chegar à base todas as deliberações e encaminhamentos aprovados pelo sindicato.

d) Ter postura solidária, ser companheiro, respeitar as diferenças, ter tolerância com as divergências.

e) Estudar, ler, participar de cursos de formação, palestras, seminários, debates, promovidos pelo movimento sindical.

f) Abolir o machismo e o sexismo de suas práticas e concepções, combater todas as formas de preconceitos, homofobia, racismo e desrespeito aos idosos, pessoas com deficiências.

g) Participar dos movimentos sociais, e estar atento a tudo que acontece políticamente, ser solidário com as lutas gerais dos trabalhadores, e promover um sindicalismo classista, combativo, de luta, pela base e democrático.

h) Ser comunicativo, disponível, e buscar sempre a participação coletiva para resolver os problemas, seus e de sua categoria.

i) Combater todas as formas de individualismo, egoísmo, corrupção, autoritarismo, burocratização, e desvios de recursos públicos.

j) Defender o sindicato sempre, e ter compromisso com o serviço público e a sociedade,principalmente com os trabalhadores.

domingo, 22 de novembro de 2015

Radiografia das forças politico-sindicais no Brasil 30 anos: 1985 – 2015

Radiografia das forças politico-sindicais no Brasil
30 anos: 1985 – 2015

Anos 70:
Matriz 1: Teologia da Libertação, Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), Pastorais Católicas: Pastoral Operária, Pastoral da Terra, Ação Operária Católica, Pastoral Social, Pastoral Carcerária...

Matriz 2: Organizações Revolucionárias: Marxistas, Trotsquistas, Leninistas, Maiostas (China), Castristas (Cuba): As mais importantes
• AP – Ação Popular.
• ALN: Aliança Libertadora Nacional
• POLOP: Política Operária.
• PCdoB: Partido Comunista do Brasil
• PCB: Partido Comunista Brasileiro
• PCBR: Partido Comunista Brasileiro Revolucionário
• MR8 – Movimento Revolucionário 08 de Outubro
• CS: Convergência Socialista (base atual do PSTU)
• DS: Democracia Socialista
• O Trabalho (corrente estudantil Liberdade e Luta
• MEP – Movimento de Emancipação do Proletariado
• MCR – Movimento Comunista Revolucionário

Matriz 3 : Independentes (“Autênticos” – Manifesto dos 113): De onde surgiu a ARTSIND: Articulação Sindical: Lula, sindicalismo do ABC, Intelectuais progressistas

Partidos de Esquerda: Anos 80
PT – Fundado em 1982:
• Sindicalismo do ABC,
• Pastorais: Operária, e da Terra; CEBs – Teologia da Libertação
• Organizações Revolucionárias como DS, CS, O TRABALHO, INDEPENDENTES/AUTÊNTICOS (ARTICULAÇÃO), MCR, MEP
• Intelectuais de esquerda que lutaram contra a Ditadura.
PCB: Maior partido de esquerda, fundado em 1922, hegemonia nos anos 40, 50 e 60.

PCdoB: Racha do PCB em 1962: Balanço sobre a URSS, períodos STALIN e KRUSHEV; disputam a data de 1922 (dizem ser o partido fundado em 1922)

PSB – Miguel Arraes, Esquerda Socialista fundada nos anos 20.
PDT: Leonel Brizola



Partidos de esquerda: Anos 90

• PT: Todas as correntes dos anos 80 estão presentes, até a chegada de Lula ao Governo Federal.
• PCB: Racha em 1992 surgindo o PPS – Roberto Freire.
• PCdoB: Entra na CUT em 1992 – Corrente Sindical Classista
• PSB: Ainda de esquerda: Frente Brasil Popular: Miguel Arraes, João Paulo Bisol (Vice de Lula em 1989), Jamil Haddad
• PDT: Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Alceu Colares, Saturnino Braga ( Brizola foi vice do Lula em 1994)

Tendências Sindicais – anos 80 que fundaram a CUT (1983-1990)

ARTICULAÇÃO SINDICAL :
• Lula e o sindicalismo originário do ABC, professores, servidores públicos, rurais, categorias urbanas: Sindicalismo de base, combativo, independente, e de negociação
CUT PELA BASE:
• Quase todas as organizações da esquerda revolucionária; Pastoral Operária, Pastoral da Terra
CONVERGÊNCIA SOCIALISTA:
• Corrente Trotsquista, Quarta Internacional, que depois daria origem ao PSTU
O TRABAHO:
• Corrente Trotsquista, Quarta Internacional


Outras tendências sindicais– anos 80

• PCdoB + PCB + MR8: Fundaram a CGT (Central Geral dos Trabalhadores)
• PSB: Entrou na CUT
• PDT: Ficou na CUT, depois foi para CGT
• Pelegos: Fundaram a CGT, depois a Força Sindical

Tendências sindicais: Anos 1990 e atuais

ARTSIND: ARTICULAÇÃO SINDICAL:
• Sempre mais de 50% dos sindicatos de base da CUT, e das direções estaduais e nacional. Tem divisões internas, mas que se unificam na disputa e projetos na política interna da CUT contra as outras correntes
CORRENTE SOCIALISTA DEMOCRÁTICA:
• Que antes se organizavam como MTS, Movimento dos Trabalhadores Socialistas. Originaram-se da antiga CUT PELA BASE. Seus militantes se organizavam no PT através da DS. Democracia Socialista
O TRABALHO:
• Corrente com presença dos servidores federais e professores
ARTICULAÇÃO DE ESQUERDA:
• Rompimento com a ARTSIND
TENDÊNCIA MARXISTA:
Outras correntes localizadas: Estaduais, ou em categorias específicas

Tendências fora da CUT: Atuais

CORRENTE SINDICAL CLASSISTA – CSC:
• Atuam na CTB, 90% dos sindicatos filiados à CTB, e das direções estaduais e nacional. São militantes do PCdoB
SINDICALISMO SOCIALISTA BRASILEIRO – SSB
• Vinculados ao PSB, quando o PSB ainda era de esquerda, até 2010. Atuam na CTB
CSP- CONLUTAS:
• Central Sindical que tem origem no PSTU, cujo sindicalistas saíram da CUT em 2005. E sindicalistas do PSOL (que saíram do PT em 2006 e fundaram o PSOL)
INTERSINDICAL:
• Sindicalistas ao PSOL, e setores independentes
UNIDADE CLASSISTA: Sindicalistas ligados ao PCB

terça-feira, 17 de novembro de 2015

EDUCAÇÃO E IDEOLOGIA: NEUTRALIDADE? ENGAJAMENTO?


Helder Molina.
Licenciado e Bacharel em História, mestre em Educação, doutor em Políticas Públicas e Formação Humana
• A neutralidade científica é passível de ser encontrada no plano do real?
Não. A neutralidade científica, defendida pela corrente positivista, seria a imparcialidade do trabalho científico, ou seja, o pesquisador não se envolveria emocionalmente com o tema e objeto abordado. Uma racionalidade e um afastamento, sem “contaminações” próprias da relação sujeito-objeto. A realidade não é ordenada e linear, ao contrário, é sinuosa e conflituosa. A relação sujeito-objeto é marcada por contradições, dialoga com interesses econômicos, sociais, políticos e ideológicos. Para existir ciência e conhecimento é necessário selecionar objetos de estudo e esta seleção não é nada imparcial: Escolhe-se a metodologia, os referenciais teóricos, o universo da amostragem, os dados são analisados segundo estes critérios. Nisso tudo há intencionalidade, vontade, subjetividade.
• A neutralidade no ensino propalada por Max Weber é uma teoria datada e superada?
Nas ciências, como na vida, os valores e concepções são disputados como verdades. Axiomas (verdades) são relativas, depende dos referenciais, da concepção de homem e de mundo, do lugar social (classes) na hierarquia de poder, economia. Portanto, verdades são formulações relativas, que devem ser contextualizadas dentro de uma historicidade, levando-se em conta que as idéias são disputadas na vida social concreta. As ideias não são dissociadas (separadas) no mundo concreto, e este mundo concreto é contraditório, conflituoso e em permanente mudança. As teses de Webber foram importantes na afirmação do pensamento científico positivista, liberal, capitalista, portanto. Marcado pela ideologia da ordem, harmonia social, e progresso. Datadas, mas não superadas. Essas concepções permanecem vivas e atuais, mesmo na academia, principalmente nas ciências exatas e biológicas. Como na resposta anterior, não é nenhuma neutralidade no ensino, na pesquisa, nas ciências, na política, na economia, nas relações sociais. Em todos estes campos da vida humana e social tudo é permeado por ideologia, valores de classes sociais, projetos de poder. O conflito, a disputa contra hegemônica, a contradição, a mudança permanente.
• É possível ou mesmo aconselhável uma pedagogia destituída de ideologia?
Toda ciência, portanto a pedagogia como campo das ciências humanas e sociais, é permeada por ideologia, concepções, valores. A educação não é neutra, a sala de aula, a fala dos professores e dos alunos, os textos escolhidos, as ementas definidas, as didáticas e ferramentas escolhidas, os critérios de avaliação, o currículo, a distribuição das disciplinas, os campos de pesquisas, a concepção de curso e de disciplina acadêmico, tudo isso envolve escolhas ideológicas, referenciais políticos, em disputas, no mundo social. Não há nenhuma neutralidade, não é possível nem mesmo aconselhável, e quem diz que é neutro escondendo, ou tentando esconder, que o mundo é contraditório e a realidade é conflituosa. E o mundo não é, está sendo. Os seres humanos não são definitivos e nunca estão prontos, estão em construção, em dialética mudança e superação.
• Paulo Freire e Karl Marx e Antonio Gramsci prosseguem atuais?
Sim, por todos os argumentos elencados acima. A contradição como dialética, as forças sociais e ideológicas em choques na arena das ideias e das ciências, os conflitos entre classes sociais, particularmente no capitalismo, entre explorados X exploradores, opressores X vítimas das opressões, opulência X miséria, concentração X desigualdade e exclusão, e principalmente entre dominantes e dominados, do ponto de vista econômico e político, em qualquer contexto histórico ou espaço em que essas relações se estabeleçam.
• Há engajamento ideológico no curso de pedagogia da UERJ?
Sim, pela conservação, e pela mudança: Há professores e alunos que defendem ambas concepções. De neutralidade científica e despolitização das ciências. Há outros que se posicionam e atuam em sentido contrário, de defesa do engajamento político, social e ideológico, de tomada de posição diante da realidade social, e de ação concreta no mundo, nos movimentos sociais, nas instituições e organizações políticas, na afirmação da autonomia como compromisso de classe, de uma universidade voltada aos interesses da maioria, que são trabalhadores, e de uma ciência comprometida com a mudança social e a transformação no sentido da justiça social, liberdade e igualdade.

sábado, 3 de outubro de 2015

A importância da Formação Sindical e da Organização nos Locais de Trabalho



A importância da Formação Sindical e da Organização nos Locais de Trabalho

Helder Molina (*)

Um dos objetivos principais da formação é construir novas lideranças, ajudar a construir no militante uma consciência mais solidária, mais fraterna, que nada cai do céu, que as conquistas vem em processos que muitas vezes duram longos períodos.
A Formação sindical tem o papel também de renovar a militância sindical, para dar continuidade à organização e luta dos trabalhadores em defesa de seus direitos. Penso que a formação é uma ferramenta muito importante para fortalecer a ação sindical, resgatar a história de lutas de nossa classe e de nosso movimento, discutir e atualizar o debate sobre as concepções e estruturas sindicais, de ontem e as atuais, mas fundamentalmente, para mim, o papel da formação é dar conhecimento político, argumento e conteúdos para compreender o mundo, a realidade social, a luta de classes e busca de uma sociedade democrática e justa.


O que é prioridade na formação do sindicalista de hoje é estudar e conhecer a história da nossa classe e dos sindicatos. Conhecer e analisar o que é o capitalismo, a sociedade capitalista, as classes sociais, o Estado, o papel dos sindicatos, a organização e luta na defesa dos direitos dos trabalhadores.
Conhecer as concepções e a estrutura sindical, os desafios atuais, as dificuldades enfrentadas hoje, pelos trabalhadores, na conquista e garantia de seus direitos. A formação também deve ensinar o dirigente sindical a planejar a gestão, definir metas e objetivos, quais ações devem desenvolver. Como se comunicar, falar em público, convencer, argumentar, como negociar, como participar nas mesas como fazer uma pauta, como conduzir uma assembléia, uma plenária, etc.
O sindicato deve lutar pela defesa dos direitos dos trabalhadores. O papel fundamental dos sindicatos é a luta e a negociação, na busca e garantia dos direitos sindicais, políticos, sociais e trabalhistas.
O sindicato deve priorizar a organização nos locais de trabalho, estar sempre junto dos trabalhadores, ouvindo suas reivindicações, escutando suas propostas, buscando politizá-lo, trazer para a luta coletiva. Sozinho ninguém conquista nada.
O dirigente sindical deve ser paciente, tolerante, ter argumentos, precisa estudar, conhecer a realidade, discutir conjuntura, entender de economia e de política, pois ele é um formador de opinião, um exemplo para os trabalhadores.
A luta prática educa os trabalhadores, no cotidiano dos enfrentamentos com os patrões e os governos, mas precisa estudar, conhecer teoria, aprofundar os conhecimentos, enfim.
Desde o surgimento do capitalismo os trabalhadores lutam para garantir seus direitos. O capitalismo, e o capitalista, vive da exploração dos trabalhadores, a produção dos lucros vem do trabalho não pago aos trabalhadores.
O trabalho do trabalhador é que produz as mercadorias, as riquezas, transforma a natureza, mas o nosso trabalho é apropriado, expropriado pelos capitalistas, pelos patrões, e nisso se assenta a exploração, a exclusão social, a miséria.
A concentração de renda, a acumulação dos lucros advém dessa exploração e exclusão. Lutamos contra o capitalismo, e buscamos uma economia, Estado e sociedade em que o trabalho humano, e suas riquezas, sejam distribuídos de forma justa e equilibrada, entre os trabalhadores.
Uma luta coletiva, processual, que se afirma em cada greve, cada mobilização, cada combate, nas vitórias e nas derrotas, enfim
Nos últimos 40 anos, os trabalhadores do estão na linha de frente da organização sindical, da busca dos direitos, e na construção de um serviço público que atenda aos reais interesses da maioria da sociedade, que são os trabalhadores.
Foram fundamentais na luta contra a ditadura e pela reconquista da democracia e do Estado democrático de direito no Brasil, na ideologia do Estado mínimo e mercado máximo.
Tenho grande respeito, consideração e admiração pela luta dos trabalhadores, e eles são fundamentais para um Estado democrático, voltado aos interesses maiores dos trabalhadores brasileiros. Nas lutas permanentes, nos debates nas assembleias, na importância da formação política, nos cursos de formação, para alargar nossa visão de sociedade, superando o corporativismo e o burocratismo, que nos faz olhar para os próprios umbigos.
As mesas nacionais e setoriais de negociação com o governo, os grupos de trabalhos, os avanços nas negociações com o governo, agora que temos um governo que negocia, ouve os trabalhadores, e reconstrói o Estado, que foi destruido nos tempos neoliberais, tudo isso é importante, mas não pode substituir a autonomia, a independência e a luta dos trabalhadores.
Sindicato deve ser independente de partidos e do Estado, ter autonomia e se basear nos reais interesses dos trabalhadores, elevando sua consciência e reafirmando sempre que só a luta conquista direito, e que tudo que conquistamos até hoje é fruto de nossa luta e organização.




Helder Molina (*)

Um dos objetivos principais da formação é construir novas lideranças, ajudar a construir no militante uma consciência mais solidária, mais fraterna, que nada cai do céu, que as conquistas vem em processos que muitas vezes duram longos períodos.
A Formação sindical tem o papel também de renovar a militância sindical, para dar continuidade à organização e luta dos trabalhadores em defesa de seus direitos. Penso que a formação é uma ferramenta muito importante para fortalecer a ação sindical, resgatar a história de lutas de nossa classe e de nosso movimento, discutir e atualizar o debate sobre as concepções e estruturas sindicais, de ontem e as atuais, mas fundamentalmente, para mim, o papel da formação é dar conhecimento político, argumento e conteúdos para compreender o mundo, a realidade social, a luta de classes e busca de uma sociedade democrática e justa.


O que é prioridade na formação do sindicalista de hoje é estudar e conhecer a história da nossa classe e dos sindicatos. Conhecer e analisar o que é o capitalismo, a sociedade capitalista, as classes sociais, o Estado, o papel dos sindicatos, a organização e luta na defesa dos direitos dos trabalhadores.
Conhecer as concepções e a estrutura sindical, os desafios atuais, as dificuldades enfrentadas hoje, pelos trabalhadores, na conquista e garantia de seus direitos. A formação também deve ensinar o dirigente sindical a planejar a gestão, definir metas e objetivos, quais ações devem desenvolver. Como se comunicar, falar em público, convencer, argumentar, como negociar, como participar nas mesas como fazer uma pauta, como conduzir uma assembléia, uma plenária, etc.
O sindicato deve lutar pela defesa dos direitos dos trabalhadores. O papel fundamental dos sindicatos é a luta e a negociação, na busca e garantia dos direitos sindicais, políticos, sociais e trabalhistas.
O sindicato deve priorizar a organização nos locais de trabalho, estar sempre junto dos trabalhadores, ouvindo suas reivindicações, escutando suas propostas, buscando politizá-lo, trazer para a luta coletiva. Sozinho ninguém conquista nada.
O dirigente sindical deve ser paciente, tolerante, ter argumentos, precisa estudar, conhecer a realidade, discutir conjuntura, entender de economia e de política, pois ele é um formador de opinião, um exemplo para os trabalhadores.
A luta prática educa os trabalhadores, no cotidiano dos enfrentamentos com os patrões e os governos, mas precisa estudar, conhecer teoria, aprofundar os conhecimentos, enfim.
Desde o surgimento do capitalismo os trabalhadores lutam para garantir seus direitos. O capitalismo, e o capitalista, vive da exploração dos trabalhadores, a produção dos lucros vem do trabalho não pago aos trabalhadores.
O trabalho do trabalhador é que produz as mercadorias, as riquezas, transforma a natureza, mas o nosso trabalho é apropriado, expropriado pelos capitalistas, pelos patrões, e nisso se assenta a exploração, a exclusão social, a miséria.
A concentração de renda, a acumulação dos lucros advém dessa exploração e exclusão. Lutamos contra o capitalismo, e buscamos uma economia, Estado e sociedade em que o trabalho humano, e suas riquezas, sejam distribuídos de forma justa e equilibrada, entre os trabalhadores.
Uma luta coletiva, processual, que se afirma em cada greve, cada mobilização, cada combate, nas vitórias e nas derrotas, enfim
Nos últimos 40 anos, os trabalhadores do estão na linha de frente da organização sindical, da busca dos direitos, e na construção de um serviço público que atenda aos reais interesses da maioria da sociedade, que são os trabalhadores.
Foram fundamentais na luta contra a ditadura e pela reconquista da democracia e do Estado democrático de direito no Brasil, na ideologia do Estado mínimo e mercado máximo.
Tenho grande respeito, consideração e admiração pela luta dos trabalhadores, e eles são fundamentais para um Estado democrático, voltado aos interesses maiores dos trabalhadores brasileiros. Nas lutas permanentes, nos debates nas assembleias, na importância da formação política, nos cursos de formação, para alargar nossa visão de sociedade, superando o corporativismo e o burocratismo, que nos faz olhar para os próprios umbigos.
As mesas nacionais e setoriais de negociação com o governo, os grupos de trabalhos, os avanços nas negociações com o governo, agora que temos um governo que negocia, ouve os trabalhadores, e reconstrói o Estado, que foi destruido nos tempos neoliberais, tudo isso é importante, mas não pode substituir a autonomia, a independência e a luta dos trabalhadores.
Sindicato deve ser independente de partidos e do Estado, ter autonomia e se basear nos reais interesses dos trabalhadores, elevando sua consciência e reafirmando sempre que só a luta conquista direito, e que tudo que conquistamos até hoje é fruto de nossa luta e organização.

O Papel dos Sindicatos e do Movimento Sindical na Luta Pelos Direitos dos Trabalhadores e os Desafios da Atual Conjuntura Econômica e Política Brasileira

O Papel dos Sindicatos e do Movimento Sindical na
Luta Pelos Direitos dos Trabalhadores e os
Desafios da Atual Conjuntura Econômica e Política Brasileira

Helder Molina (*)
professorheldermolina@gmail.com - 21 2509 6333, 21 99769 4933

*Licenciado e Bacharel em História, mestre em Educação,
doutor em Políticas Públicas e Formação Humana, professor da Faculdade de Educação da UERJ
Os sindicatos existem para defender os direitos dos trabalhadores. Nossos direitos são frutos de muitas lutas e para garanti-los temos que ter sindicatos fortes e de luta. Hoje temos emprego, salário, previdência, plano de saúde, e tantos outros direitos garantidos. Mas milhões de trabalhadores ainda não têm esses direitos.
Amanhã, quem garante que não estaremos sem emprego, vivendo na informalidade, sem salário, sem renda, sem direitos, sem futuro? É pensando nisso que nos organizamos em sindicatos. Os direitos que os trabalhadores têm, hoje, são frutos de muitas lutas, vindas desde o século XIX
Duros combates e mobilizações para melhorar a vida dos trabalhadores se deram não só no Brasil (desde a escravidão), mas no mundo inteiro. A luta pela definição, e depois pela redução da jornada de trabalho, vem de 150 anos.
Quando não havia sindicatos, nem direitos trabalhistas, era o patrão quem decidia o preço da força de trabalho e a duração da jornada. Eram de 14 ou 16 horas diárias, e o trabalho das crianças e mulheres não era remunerado. Só na década de 1920 os trabalhadores conquistaram a jornada de 8 horas diárias. E, no Brasil, isso só foi em garantido na lei em 1932.



A vida “produtiva” de um trabalhador não passava de 25 anos de trabalho. Viravam bagaços humanos nas engrenagens das fábricas. Só a partir de 1910 foram garantidos o descanso aos domingos e o direito a férias. E essas conquistas foram à custa de muitas greves, mobilizações de massas, sofrendo repressões violentas, torturas, prisões, desaparecimentos, mortes. As operárias queimadas vivas numa fábrica de Chicago, nos EUA, são uma prova disso.
Os grandes banqueiros e empresários só acumulam lucros porque exploram os trabalhadores. Dinheiro não nasce em árvore, nem cai do céu. O lucro privado ou estatal é produto da exploração do trabalho e do trabalhador e da ausência de políticas sociais de distribuição da riqueza e dos benefícios gerados pelo trabalho humano, ou quando o Estado vira um comitê de negócios e interesses das classes que dominam a sociedade e monopolizam a economia.
E, no Brasil, quais foram as principais conquistas? O 13º salário foi conquistado após grandes greves, confrontos sangrentos, desde 1953, em São Paulo. E só foi reconhecido em lei em 1962, no governo Goulart, após uma década de lutas. As leis de aposentadoria, contra acidentes de trabalho, da licença-maternidade, da periculosidade e insalubridade, fundo de garantia por tempo de serviço, todas, foram resultados de muitas lutas, sem nenhuma dádiva do Estado e dos patrões.
Foram presos mais de cinco mil trabalhadores metalúrgicos, em greve, na frente do sindicato, em São Paulo. Para conquistar um direito que os trabalhadores já tinham na Europa, no Japão e nos EUA, menos no Brasil. Questão social no Brasil sempre foi “caso de polícia”.
Nada veio por bondade dos patrões, dádiva do Estado, vontade de Deus, ou por “sorte” de alguns trabalhadores. Ao contrário, só a resistência, a organização, a luta e a mobilização coletiva trazem conquista e direitos.
E qual a importância do movimento sindical na história do nosso país? O movimento sindical foi decisivo para a conquista da democracia, dos direitos sociais, da liberdade, em diversos momentos da história brasileira. Para citar só alguns exemplos: a conquista da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) foi fruto das lutas dos anarcossindicalistas, comunistas e socialistas.
O conjunto de direitos conquistados, que expus na resposta da pergunta anterior, também foi conseguido pela organização sindical. Os sindicatos participaram das mobilizações que deram fim à ditadura militar no Brasil e organizaram a resistência às políticas de mercado, impostas no período do presidente Fernando Henrique Cardoso, na década de 1990, em defesa do patrimônio público e dos direitos dos trabalhadores, que foram duramente atacados pelo empresariado e pelo governo.
Sabemos que as entidades sindicais representam o conjunto das suas respectivas categorias nas negociações coletivas. Uma vez que a filiação sindical não é obrigatória no Brasil, quais são as vantagens e a importância de o profissional ser sindicalizado?
O trabalhador sindicalizado tem direito garantido de assistência jurídica, seja individual ou coletiva, com advogados nas áreas trabalhista, previdenciária e cível (atendendo a demandas administrativas e judiciais de condomínio, taxas, contratos, direitos lesados, defesa do consumidor).
Tem também direito a descontos em diversas instituições de ensino, lazer, esporte, saúde e outras, com as quais o sindicato mantiver convênio. Uma negociação salarial é longa, difícil, cansativa, com avanços e recuos, ainda mais em tempos de crise. O sindicato negocia duramente para que você tenha reajustes sobre o salário, sobre o tíquete e todas as outras cláusulas que envolvem valores monetários.


Tenha certeza de que, se dependesse da empresa, você receberia 0% de reajuste salarial e seus direitos seriam reduzidos e os benefícios retirados. Só não nos atacam mais porque lutamos coletivamente, e porque o sindicato luta com você.
No setor privado, o sindicato tem negociado Acordos de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) com várias empresas e você pode se mobilizar e incluir sua empresa nessa relação.
Isso não significa que abandonamos nossa luta contra a propriedade privada e o capitalismo. Mas trata-se de receber parte do que nos é tirado pelos patrões. Só o sindicato pode negociar e assinar a PLR. Pela CLT, o sindicato detém o monopólio da negociação coletiva. Mesmo sendo um desconto opcional, muitos trabalhadores ainda veem com certa reserva a contribuição assistencial. Fale um pouco sobre a função e os objetivos dessa contribuição.
Todo trabalhador tem direito de se sindicalizar, exercer sua cidadania sindical, opinar, discordar, propor, eleger e ser eleito, desde que participe ativamente da vida de seu sindicato.
Nunca é demais registrar: do céu só cai a chuva, os raios de sol e as bênçãos da fé. Todos os direitos trabalhistas, direitos sociais e políticos que temos hoje foram conquistados através de muitas lutas da organização sindical, dos movimentos sociais. Tudo é fruto de lutas. Se lutando já é difícil, sem luta é muito mais!
O sindicato, ao cobrar contribuição assistencial dos trabalhadores não sindicalizados, faz um ato de justiça, pois as despesas de uma campanha salarial são grandes, e os direitos e benefícios, quando conquistados e garantidos, são distribuídos a todos e todas, tanto para aqueles que lutaram quanto para os que não lutaram. Não é justo que só os sindicalizados se responsabilizem pelos custos.
Os sindicalizados sustentam a entidade sempre, antes e após as campanhas salariais. Dessa forma, a contribuição assistencial se torna necessária, pois ela visa garantir recursos para as despesas da campanha salarial, como cálculos e acompanhamentos estatísticos e socioeconômicos, assessoria jurídica, produção de boletins, viagens para negociações, materiais, jornais, publicações de editais etc.
Nossos direitos foram todos conquistados nas lutas. O sindicato é o instrumento coletivo de combate de classe, e só a luta coletiva faz frear e recuar o retrocesso civilizatório do capital quanto aos direitos da classe trabalhadora

Curso de Formação Política Sindical da FISENGE


Federação Interestadual dos Sindicatos dos Engenheiros
Com Helder Molina
Bacharel e Licenciado em História (UFF); Mestre em Educação (UFF); Doutor em Políticas Públicas e Formação Humana (UERJ),
professor da Faculdade de Educação da UERJ

Objetivos:
a) Conhecer a História do Movimento Sindical como organização coletiva dos trabalhadores na conquista e defesa de seus direitos específicos e históricos, no Modo de Produção Capitalista
b) Analisar o papel dos sindicatos do atual contexto sócio histórico e econômico político de crise do capital e do capitalismo
c) Discutir as concepções e práticas sindicais contemporâneas e os princípios do sindicalismo combativo, classista, independente e democrático, organizado nos locais de trabalho.
d) Analisar criticamente a conjuntura econômico política, e os desafios aos sindicatos e as alternativas diante da ofensiva do capital e da direita, a nível nacional e internacional.

Primeiro dia – 02/10/2015
• 09:00 às 12:00: Modo de Produção Capitalismo e Movimento Sindical: Resgate histórico conceitual.
• 13:30 às 17:30: Papel dos Sindicatos e Movimentos Sociais no atual contexto sócio histórico e econômico político de crise do capital e do capitalismo.

Segundo Dia: 03/10/2015
• 09:00 às 12:00: Concepções e Práticas Sindicais Contemporâneas: Os princípios do dirigente e do sindicalismo combativo, classista, independente e democrático, organizado nos locais de trabalho.
• 13:30 às 17:00: Analise da Conjuntura Econômica e Política, e os desafios aos sindicatos e as alternativas diante da ofensiva do capital e da direita, a nível nacional e internacional.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

EMAS E CONTEÚDOS - CURSOS E SEMINÁRIOS DE FORMAÇÃO POLÍTICA E SINDICAL

T

1 – Relações Humanas, Trabalho Coletivo, Gestão e Administração Sindical
• Ética, relações interpessoais, trabalho coletivo, respeito à diferença,
• O que é sindicato, seu papel na sociedade, a conquista dos direitos sociais, o trabalho no serviço público, o papel do Estado e do Serviço Público
• Relação entre estudo, trabalho e formação humana: Construção de uma ética solidária e participativa.
• Relações sindicais em tempo da mercantilização da vida: Deformações e burocratizações presentes no sindicalismo hoje
• Adaptação do movimento sindical à lógica burguesa da competição, individualismo e pragmatismo.
• Planejamento de Ações
• Concepção, Estrutura Sindical, e Organização por Local de Trabalho,
• Organizar, planejar, definir prioridades de uma gestão sindica
• Melhorar a relação política: Direção x base x direção x sociedade
• Metodologia de Avaliação coletiva,



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2 – A Relação entre Sindicatos, Movimentos Sociais e Governos, hoje!
Ø Uma abordagem sobre étíca, solidariedade, construção coletiva, relações humanas (interpessoais),
Ø Prática do(a) dirigente e militante sindical,
Ø A questão da participação política e
Ø Papel dos movimentos coletivos pela
Ø Cidadania ativa e direitos sociais, gênero, igualdade racial,
Ø Políticas públicas, e a relação destes com os sindicatos e movimentos sociais.
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3 - Políticas Públicas, Sindicato e Participação Política.
Ø Formas de Estado no Modo de Produção Capitalista
Ø O Estado no Modo de Produção Socialista
Ø A formação do Estado, poder e serviço público no Brasil
Ø Serviço público, papel do Estado (poder público), políticas públicas,
Ø Participação nos conselhos, fóruns de gestão pública,
Ø A relação entre poder, governo, movimentos sociais e participação política.
Ø A crise atual, neoliberalismo, alternativas
Ø Os sindicatos devem participar do Estado?
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4 - Ética, Relações Interpessoais, Gestão e Prática Sindical, hoje:
Ø Ética, relações interpessoais,
Ø trabalho coletivo, respeito à diferença,
Ø importância do estudo e da formação para construção de uma ética solidária e participativa,
Ø as deformações e burocratizações presentes no sindicalismo hoje,
Ø a adaptação do movimento sindical à lógica burguesa da competição, individualismo e pragmatismo.
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5 - Negociação Coletiva de Trabalho:
Estrutura, processos e simulações da negociação coletiva
Ø As estruturas e os processos da negociação coletiva no Brasil.
Ø As concepções e as experiências em negociação do movimento sindical.
Ø A negociação coletiva no Brasil atual.
Ø Simulações dos processos de negociação, os caminhos, avanços e recuos da negociação.
Ø O que é negociação coletiva, como se constroe uma pauta, passo a passo,
Ø As cláusulas, o que é dissidio, o que é acordo, convenção,
Ø Exercícios práticos de todas as etapas do processo de negociação coletiva (público e privado).













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6 - Movimento Sindical e Capitalismo:
Origens e atualidade da luta de classes e dos sindicatos

Ø O modo de produção capitalista, a contradição capital-trabalho, preço, lucro, mais valia, trabalho assalariado, divisão social do trabalho, mercadoria, alienação. Surgimento das lutas operárias, das idéias socialistas e dos sindicatos. Burgueses x proletários. Luta de classes.
Ø As idéias de Marx e suas contribuições para a luta dos trabalhadores.
Ø A formação da classe trabalhadora brasileira, a partir do fim da escravidão, do início do capitalismo industrial e do surgimento do trabalho assalariado no Brasil.
Ø A contribuição das idéias comunistas, socialistas, trabalhistas e anarquistas na formação do movimento operário e sindical brasileiro,
Ø As diferentes centrais sindicais e organizações operárias que existiram, ou que existem, hoje, no Brasil.
Ø O sindicalismo na Era Vargas, as heranças do Estado Novo na legislação e na estrutura sindical brasileira. > O sindicalismo na Ditadura Militar,
Ø O surgimento do novo sindicalismo, da CUT, e os desafios do sindicalismo nos tempos neoliberais. Ideologia e políticas neoliberais, a resistência dos trabalhadores.
Ø As centrais sindicais: Força Sindical, GGT, CGTB, UGT NCST), CSP/CONLUTAS/INTERSINDICAL e CTB
Ø As concepções sindicais e o sindicalismo diante da conjuntura atual.
Ø Sindicalismo, movimentos sociais e governos Lula e Dilma
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7- Construção de Discurso, Linguagem e Prática de Oratória.
Ø Mídia e movimentos sociais: Ideologia, poder e comunicação
Ø Mídia sindical: O papel das redes sociais, novas mídias eletrônicas como ferramenta de organização e ação política
Ø Técnicas de construção de argumentos (produção de textos).
Ø Teorias e práticas de comunicação oral e/ou escrita para os dirigentes e militantes.
Ø Técnicas e exercícios de discursos, persuasão, retórica, argumentação,(com gravação e análise das imagens e som do(a) orador(a).
Ø O que dizer, como dizer e para quem dizer.
Ø Meios e contéudos da linguagem.
Ø A importância do conhecimento, argumento e inguagem.
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8 - Como Fazer Análise de Conjuntura: Metodologia e Exercícios
Ø Identificando e discutindo o que é conjuntura, infraestrutura e superestrutura.
Ø Os aspectos econômicos, políticos, culturais e sociais que envolvem o contexto em que estamos analisando.
Ø As classes sociais, a luta de classes, a correlação de forças, os aliados, os parceiros e os adversários.
Ø Os diferentes movimentos e projetos políticos em disputa na sociedade.
Ø O papel das mídias, a coerção e o consenso, os interesses de grupos e frações de classe.






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9 - Concepção, organização e ação sindical:
o sindicato e a organização por local de trabalho
Ø O que é sindicato e seu papel na sociedade capitalista
Ø O que é ser dirigente sindical, hoje.
Ø O que é luta de classes, como se manifesta hoje.
Ø A relação sindicato-local de trabalho.
Ø A organização sindical de base.
Ø As diversas concepções sindicais, hoje:
Ø Como diagnosticar os problemas do local de trabalho,
Ø Como atuar no sentido de resolve-los, tarefas imediatas,
Ø Questões de médio e longo prazo, prazos e responsáveis,
Ø A comunicação sindical no local de trabalho, quem resolve,
Ø A legislação sindical, CLT, aspectos de saúde, segurança e condições de trabalho.
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10 – Gestão e Planejamento Sindical: Planejamento Estratégico de Gestão:
Ø DIAGNÓSTICO: Quem somos (missão, meta)
Ø O que fazemos (mapa das atividades, projetos, frentes de atuação)
Ø Quais recursos temos disponíveis. Humanos (nomes, qualificações e funções). Materiais (equipamentos, estruturas móveis e imóveis). Financeiros (orçamento, fontes de receitas)
Ø Políticos (governabilidade, decisão, gestão, capacidade de decidir e agir)
Ø ANÁLISE DA CORRELAÇÃO DE FORÇAS (ALIADOS E ADVERSÁRIOS).
Ø Relacionar e analisar detalhadamente adversários e os aliados, parceiros.
- CONSTRUÇÃO DE UMA ÁRVORE OU UM MAPA DE OBJETIVOS E PROBLEMAS
Ø Localizar e descrever os problemas que impedem a realização de seus objetivos
Localizar, analisar e estabelecer hierarquicamente seus objetivos, por grau de importância – MAPA OU ARVORE DE AÇÕES ESTRATÉGICAS
Ø Desenhar um mapa ou árvores com as ações consideradas estratégicas, isto é, fundamentais, numa perspectiva de olhar o futuro e agir no presente,
Ø – DESENHAR UM QUADRO DETALHADO DAS AÇÕES (OPERAÇÕES)
Ø Ações de curto prazo, de médio prazo e de longo prazo. Prazos para execução
Ø Responsáveis (quem vai executar ou se responsabilizar por encaminhar a execução)
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11 - Direitos dos Trabalhadores, Processos e Condições de Trabalho e
Qualidade de Vida e Assédio Moral
Ø - Modo de produção capitalista, exploração do trabalho e assédio moral
Ø - Lógicas liberal, gestão empresarial, lucro e produtividade
Ø - Conceito de Assédio Moral e suas conseqüência profissionais, físicas e morais.
Ø - Legislação e jurisprudência no enfrentamento do conflito e dano moral.
Ø - Formas de prevenção
Ø - Consequências psicológicas e jurídicas do assédio para a vítima,
Ø - Ação sindical contra o assédio moral
Ø - Convenções da OIT







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12 – Estado, Poder, Hegemonia e Contra Hegemonia no Brasil. O Papel dos Sindicatos e os Movimentos Sociais
• A formação do Estado dos(as) trabalhadores(as), sindicatos, movimentos sociais urbanos e rurais, organizações e partidos de esquerda.
• A construção e desenvolvimento do capitalismo e o papel do Estado e das políticas sociais. A concepção liberal do Estado. O Estado na tradição marxista. Políticas sociais e a construção da cidadania: análise histórica e teórico-conceitual.
• A relação entre trabalho e organização sindical. O sindicato, representação e identidade operária. Concepções e desenvolvimento histórico do movimento sindical no Brasil.
• Movimentos sociais, classes e consciência de classe. Teoria das organizações clássicas dos trabalhadores: partidos e sindicatos. A teoria dos movimentos sociais e o debate dos novos movimentos sociais. Concepções e desenvolvimento histórico do sindicalismo e dos movimentos sociais no Brasil.
• Os papéis e o protagonismo dos movimentos sociais na construção e consolidação dos direitos sociais, da cidadania e democracia.
• A ideologia neoliberal, a reestruturação econômico-produtiva do capital, o projeto de mercado máximo e Estado mínimo, as privatizações, e a resistência dos sindicatos e movimentos sociais a consumismo e da flexibilização.
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13 - Papel dos Representantes nos Locais de Trabalho, Militante e Dirigente Sindical.
Ø Concepção sindical de organização por local de trabalho,
Ø Características, atitudes, perfil, tarefas, exercícios com casos concretos
Ø Como organizar, planejar,
Ø A relação local de trabalho – sindicato, direção > base > direção.

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Fones: 21 2509 6333, 21 9769 4933

ECONOMIA POLÍTICA, MODOS DE PRODUÇÃO, PROCESSO HISTÓRICO DA RELAÇÃO CAPITAL-TRABALHO


Helder Molina. Licenciado e Bacharel em História, mestre em Educação. Doutor em Políticas Públicas e Formação Humana. Professor da Faculdade de Educação da UERJ.

Segundo Marx, o conjunto das relações de produção, isto é, as formas de apropriação dos meios de produção existentes num determinado período e correspondendo a um determinado estágio de desenvolvimento das forças produtivas, bem como as formas de troca e de distribuição dos bens produzidos, constitui a «base real» sobre a qual se ergue uma «superestrutura jurídica e política».
Marx inclui no conceito de “base real” o conjunto das “forças de produção” e “relações de produção”, ou seja, a base real é a estrutura das relações de produção que determinam as relações sociais de todo um modo de produção. Ele afirma que esta “base” é a base material para uma superestrutura constituída pelas “idéias” correntes na sociedade. Ele propõe que a sociedade consiste em dois elementos conjugados - um material, a base - e outro ideal, a superestrutura. A base também é denominada de “infraestrutura”, por semelhança com “superestrutura”.
Marx escreveu o seguinte sobre esta idéia: “O resultado geral a que cheguei e que, uma vez obtido, serviu de fio condutor aos meus estudos, pode resumir-se assim: na produção social da sua vida, os homens contraem determinadas relações necessárias e independentes da sua vontade, relações de produção que correspondem a uma determinada fase de desenvolvimento das suas forças produtivas materiais.
O conjunto dessas relações de produção forma a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se levanta a superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de consciência social.
O modo de produção da vida material condiciona o processo da vida social, política e espiritual em geral. Não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas, pelo contrário, o seu ser social é que determina a sua consciência. Ao chegar a uma determinada fase de desenvolvimento, as forças produtivas materiais da sociedade se chocam com as relações de produção existentes, ou, o que não é senão a sua expressão jurídica, com as relações de propriedade dentro das quais se desenvolveram até ali.
De formas de desenvolvimento das forças produtivas, estas relações se convertem em obstáculos a elas. E se abre, assim, uma época de revolução social. Ao mudar a base econômica, revoluciona-se, mais ou menos rapidamente, toda a imensa superestrutura erigida sobre ela. […]
E do mesmo modo que não podemos julgar um indivíduo pelo que ele pensa de si mesmo, não podemos tampouco julgar estas épocas de revolução pela sua consciência, mas, pelo contrário, é necessário explicar esta consciência pelas contradições da vida material, pelo conflito existente entre as forças produtivas sociais e as relações de produção. […]
A grandes traços podemos designar como outras tantas épocas de progresso, na formação econômica da sociedade, o modo de produção asiático, o antigo, o feudal e o moderno burguês. As relações burguesas de produção são a última forma antagônica do processo social de produção, antagônica, não no sentido de um antagonismo individual, mas de um antagonismo que provém das condições sociais de vida dos indivíduos.
As forças produtivas, porém, que se desenvolvem no selo da sociedade burguesa criam, ao mesmo tempo, as condições materiais para a solução desse antagonismo. Com esta formação social se encerra, portanto, a pré-história da sociedade humana.” (Karl Marx, Prefácio - Introdução à Contribuição para a Crítica da Economia Política)
O sistema das relações de produção é como se fosse o esqueleto da sociedade, no qual se mantém a sua unidade e integridade. As relações ideológicas dos homens, a sua atividade espiritual, as suas concepções, os seus interesses políticos, os seus ideais morais revestem o esqueleto com músculos e sangue, formando assim um organismo social vivo e em desenvolvimento
Marx afirma claramente existir uma determinação causal da base sobre a superestrutura, enquanto há apenas uma influência da superestrutura sobre a base. Significa isso que os fatores materiais são dominantes, mas de forma alguma seria correto negligenciar ou desprezar os fatores ideais.
O importante nesta análise dialética da relação entre os dois pólos é conceituar a sua relação corretamente. Isso significa que os dois pólos são importantes porque, em primeiro lugar, sem os dois não haveria relação dialética nenhuma. Mas, concretamente, é preciso lembrar o fato evidente de que as idéias e atitudes provocam ações e produção, sem, porém, esquecer o fato ainda mais importante que são estas ações e produção que determinam as idéias e atitudes.

O Modo de Produção na História

O conceito de modo de produção foi desenvolvido por Marx e Engels para designar a maneira pela qual determinada sociedade se organiza visando garantir a produção das suas necessidades materiais, de acordo com o nível de desenvolvimento de suas forças produtivas. Trata-se de um modelo racional abstrato criado com vistas a proporcionar uma análise criteriosa das formações sociais realmente existentes, possibilitando a comparação entre as diferentes sociedades formadas ao longo da história.
É preciso ter claro que o modo de produção ajuda a compreender a realidade, mas não é a realidade. Outrossim, o modo de produção não existe na sua forma pura, pois é possível depreender a presença, nas formações sociais reais existentes, de características mescladas de diferentes modos de produção, a depender do momento histórico estudado.
O modo de produção, portanto, permite compreender a maneira pela qual a sociedade produz seus bens e serviços, como os utiliza e os distribui. O modo de produção de uma sociedade é formado por suas forças produtivas e pelas relações de produção existentes nessa sociedade.
Podemos utilizar uma fórmula simplificada, entendendo tratar-se de um recurso meramente didático: modo de produção = forças produtivas + relações de produção. Portanto, o conceito de modo de produção resume claramente o fato de as relações de produção serem o centro organizador de todos os aspectos da sociedade.
A história humana pode ser dividida em períodos relativamente longos de acordo com a estrutura do modo de produção: Comunismo Primitivo; Modo de produção asiático; Escravidão Clássica; Feudalismo; Capitalismo. Na teoria marxista, o modo de produção comunista deverá substituir o capitalismo, mediado por um período de transição, o Socialismo, entendendo que esta substituição não se dará de maneira natural, mas como resultado da intervenção revolucionária consciente dos homens.
As características de cada modo de produção podem ser definidos de acordo com as relações de produção dominantes.
Comunismo Primitivo
O modo de produção primitivo designa uma formação econômica e social que abrange um período muito longo, desde o aparecimento da sociedade humana. A comunidade primitiva existiu durante centenas de milhares de anos, enquanto o período compreendido pelo escravismo, pelo feudalismo e pelo capitalismo mal ultrapassa cinco milênios.

Na comunidade primitiva, os homens trabalhavam em conjunto. Os meios de produção e os frutos do trabalho eram propriedade coletiva, ou seja, de todos. Não existia ainda a idéia da propriedade privada dos meios de produção, nem havia a oposição entre proprietários e não proprietários.
As relações de produção eram relações de cooperação e ajuda entre todos; elas eram baseadas na propriedade coletiva dos meios de produção, com a terra ocupando papel preponderante. Também não existia o Estado. Este só passou a existir quando alguns homens começaram a dominar outros. O Estado surgiu como instrumento de organização social e de dominação. Portanto, como característica fundamental, temos a não existência da propriedade privada nesta formação social, e, consequentemente, como tampouco havia classes, não havia exploração de uma classe por outra – todo mundo trabalhava por si e por todos.

Modo de Produção Asiático

Determinados elementos comuns de organização social, econômica, cultural e política, reunidos por Marx e Engels no chamado modo de produção asiático, podem ser encontrados em sociedades distintas como as do Antigo Oriente Próximo (Mesopotâmia e Egito), assim como nas antigas formações sociais da China, Índia, África e até mesmo na América pré-colombiana, de incas e astecas.
Tomando como exemplo o Egito do tempo dos faraós, a sociedade cujos elementos centrais de organização servem de modelo principal para o modo de produção asiático, vamos notar que a parte produtiva da sociedade era mantida principalmente pelos camponeses, que eram forçados a entregar ao Estado o excedente de sua produção. As comunidades aldeãs, organizadas conforme um sistema coletivo de propriedade, estavam submetidas ao trabalho compulsório (“corvéias”) controlado pelos altos dirigentes do Estado, cujas funções centrais, consideradas nobres naquela sociedade, eram a dedicação exclusiva à religião, à guerra e à administração estatal. Havia escravos, mas a relação principal de domínio se dava entre os ocupantes do Estado, que compunham a elite aristocrática, e as comunidades de camponeses.
Fatores que determinaram o fim do modo de produção asiático foram: o progressivo desenvolvimento da propriedade privada, quando os dirigentes estatais passaram a se apropriar, de forma particular, das propriedades estatais, dos bens produzidos pela sociedade, obtidos através do comércio ou da guerra; o crescimento do comércio e da escravidão; o alto custo de manutenção dos setores improdutivos; a rebelião dos escravos.

Escravismo Clássico

O primeiro modo de produção onde havia o pleno desenvolvimento da propriedade privada e a exploração de uma classe por outra foi o escravismo clássico, cujos exemplos típicos seriam a Grécia e Roma antigas. As duas classes principais eram, de um lado, os donos de escravos, proprietários da terra e, de outro, os escravos que trabalhavam na produção de bens, como máquinas humanas.
Na sociedade escravista, os meios de produção (terras e instrumentos de produção) e os escravos eram propriedade do senhor. O escravo era considerado um instrumento, um objeto, assim como um animal ou uma ferramenta. Identificamos na Grécia e em Roma antigas as sociedades cujas características principais, no que tange à organização econômica, social e política, fornecem os elementos básicos para o escravismo antigo.
Assim, no modo de produção escravista, as relações de produção eram relações de domínio e de sujeição, opondo

senhores a escravos. Um pequeno número de senhores explorava a massa de escravos, que não possuía direito algum. Os senhores eram proprietários da força de trabalho (os escravos), dos meios de produção (terras, gado, minas, instrumentos de produção) e do produto do trabalho.

Feudalismo

A sociedade feudal, predominante na Europa Ocidental medieval, tinha como contradição fundamental a relação entre senhores e servos. Os servos não eram escravos de seus senhores, pois não eram propriedade deles. Eles serviam a seus senhores em troca da ocupação de pequena parcela da grande propriedade senhorial, ou seja, em troca de poderem usufruir de casa e comida.
Os camponeses trabalhavam para garantir a sua sobrevivência e a de sua família, por meio da agricultura de subsistência, e estavam sujeitos a uma série de obrigações para com o senhor das terras, dentre as quais a mais importante era o trabalho forçado em determinados dias da semana diretamente nas terras administradas pelo senhor feudal. A submissão ao senhor também podia se traduzir na obrigação de entregar o excedente da produção agrícola ou, no momento de decadência do sistema, do pagamento de taxas e impostos por dinheiro obtido no comércio dos bens produzidos pelos camponeses.
A exploração senhorial do braço camponês se dava através da coerção extraeconômica, ou seja, por meios não puramente econômicos, através da força das armas e de imposições ideológicas e de ordem cultural-religiosa. Isto porque o camponês, proprietário de fato das terras por ele ocupadas (mas não de direito), exercia o controle dos meios de produção. Somente com o uso superior da força militar e ideológica, o senhor feudal submetia o camponês ao trabalho compulsório e ao conjunto de obrigações servis.
Num determinado momento, as relações feudais começaram a dificultar o desenvolvimento das forças produtivas. Como a exploração sobre os servos no campo aumentava, devido à necessidade crescente de os senhores feudais, para manterem sua posição de domínio, ostentarem luxo e riqueza, elementos simbólicos essenciais numa sociedade aristocrática, o rendimento da agricultura era cada vez mais baixo. Na cidade, o crescimento da produtividade dos artesãos era freado pelos regulamentos existentes e o próprio crescimento das cidades era impedido pela ordem feudal. A crise da sociedade feudal, provocada pelas próprias leis internas ao sistema, abriu caminho para o desenvolvimento progressivo das relações capitalistas de produção.

Capitalismo

No capitalismo, o direito da propriedade dos meios de produção pertence à minoria capitalista, e o trabalhador é obrigado a vender a sua força de trabalho aos membros desta classe em troca de um salário. Uma das características centrais do modo de produção capitalista é a relação assalariada de produção (trabalho assalariado). As relações de produção capitalistas baseiam-se na propriedade privada dos meios de produção pela burguesia, que substituiu a propriedade feudal, e no trabalho assalariado, que substituiu o trabalho servil do feudalismo. Portanto, existem basicamente duas classes sociais: a burguesia e os trabalhadores assalariados.


O sistema capitalista organiza a produção conforme as necessidades da burguesia, detentora dos meios de produção. Trata-se de uma produção essencialmente voltada à acumulação e à obtenção de lucros, com base na exploração dos trabalhadores, os quais encontram-se obrigados, pelas determinações da economia de mercado, a vender sua força de trabalho para sobreviver.
No capitalismo, ao contrário do que vimos no feudalismo, o produtor direto (o trabalhador) deixa de exercer o controle de fato dos meios de produção, ao ser violentamente expropriado deles, no processo de cercamento de terras, ocorrido no campo inglês entre os séculos XV e XVIII. Os cercamentos aconteceram em função do crescente desenvolvimento da produção voltada ao mercado, movida na lógica da competição e do aumento da produtividade, outras características fundamentais do sistema capitalista.
O capitalismo agrário desencadeou um processo de expansão de suas leis de funcionamento ao conjunto da sociedade inglesa, fazendo com que, no século XVIII, os imperativos de uma economia de mercado atingissem a indústria, provocando a chamada Revolução Industrial. Ao longo dos séculos XIX e X, as relações capitalistas desenvolveram-se e se consolidaram em quase todo o mundo.

O desenvolvimento do capitalismo ocorreu por meio de distintas fases históricas:

1) A acumulação primitiva de capital – fase em que, em meio à crise da sociedade feudal e com a sobrevivência de elementos característicos de diferentes modos de produção (servidão em grande parte da Europa, escravidão na África e nas Américas, grande desenvolvimento comercial, manutenção da ordem jurídico-político e ideológica feudal dos Estados Absolutistas), já se desenvolviam relações capitalistas (a exemplo dos cercamentos na Inglaterra e do progressivo desenvolvimento de relações assalariadas em alguns pontos da Europa).
2) Fase de predomínio do capital mercantil na organização da produção: a maior parte dos lucros concentra-se nas mãos dos comerciantes, que constituem a camada hegemônica da parte da sociedade voltada à produção manufatureira e ao comércio, durante a transição do feudalismo para o capitalismo, quando difundem-se as práticas mercantilistas, adotadas pelos Estados Nacionais Modernos na Europa; o trabalho assalariado torna-se mais comum.
3) Capitalismo industrial: com a revolução industrial, o capital passa a ser investido basicamente nas industrias, que se tornam a atividade econômica mais importante; o trabalho assalariado firma-se definitivamente. 4) Capitalismo financeiro: os bancos e outras instituições financeiras passam a controlar as demais atividades econômicas, através de financiamentos à agricultura, a industria, à pecuária, e ao comércio.
O célere desenvolvimento das forças produtivas no capitalismo, a crescente competitividade entre as empresas, a necessidade permanente de investimento em produtividade e de criação de novas formas de dominação sobre os trabalhadores, em decorrência do acirramento da luta de classes, foram responsáveis pelo surgimento de cada vez mais sofisticados sistemas de gerenciamento da produção, importantes de serem estudadas pela possibilidade de se entender, mais profundamente, a lógica de funcionamento do sistema capitalista.
O Taylorismo ou Administração científica é o modelo de administração desenvolvido pelo engenheiro estadunidense Frederick Winslow Taylor (1856-1915), que é considerado o pai da administração científica. Taylor pretendia definir princípios científicos para a administração das empresas. Tinha por objetivo resolver os problemas que resultam das relações entre os patrões e os operários. Como consequência, modificam-se as relações humanas dentro da empresa: o bom operário não discute as ordens, nem as instruções, faz o que lhe mandam fazer.
Aspecto essencial do taylorismo é a organização racional do trabalho, através das seguintes medidas: - Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos: objetivava a anulação de movimentos considerados inúteis pelos capitalistas, para que o operário executasse de forma mais simples e rápida a sua função, estabelecendo um tempo médio de produção. - Estudo da fadiga humana: a fadiga predispõe o trabalhador à diminuição da produtividade e perda de qualidade, a acidentes, doenças e ao aumento da rotatividade de pessoal.

- Divisão mais intensa do trabalho e especialização do operário.
- Desenho de cargos e tarefas: desenhar cargos é especificar o conteúdo de tarefas de uma função, como as executar e como estabelecer as relações com os demais cargos existentes.
- Incentivos salariais e prêmios por produtividade.
- Condições de trabalho: o conforto do operário e o ambiente físico ganham valor, não porque as pessoas merecessem, mas porque são essenciais para o ganho de produtividade. No entanto, a imposição de movimentos repetitivos à exaustão e o controle excessivo dos passos do operário no ambiente de trabalho provocavam cansaço e estresse, prejudicando a saúde do trabalhador.
- Padronização: aplicação de métodos científicos para obter a uniformidade das técnicas e reduzir os custos de produção.
- Supervisão funcional: os operários são supervisionados por supervisores especializados, e não por uma autoridade centralizada.
- Homem econômico: o homem é motivável por recompensas salariais, econômicas e materiais.
- A empresa era vista como um sistema fechado, isto é, os indivíduos não recebiam influências externas. O sistema fechado é mecânico, previsível e determinístico.
Fordismo: idealizado pelo empresário estadunidense Henry Ford (1863-1947), fundador da Ford Motor Company, o fordismo se caracteriza por ser um método de produção caracterizado pela produção em série, sendo um aperfeiçoamento do taylorismo.
Ford introduziu em suas fábricas as chamadas linhas de montagem, nas quais os veículos a serem produzidos eram colocados em esteiras rolantes e cada operário realizava uma etapa da produção, fazendo com que a produção necessitasse de altos investimentos e grandes instalações. O método de produção fordista permitiu que Ford produzisse mais de dois milhões de carros por ano, durante a década de 1920. O veículo pioneiro de Ford no processo de produção fordista foi o mítico Ford Modelo T, mais conhecido no Brasil como "Ford Bigode".
O fordismo teve seu ápice no período posterior à Segunda Guerra Mundial, nas décadas de 1950 e 1960, que ficaram conhecidas na história do capitalismo como “os anos dourados”. A crise sofrida pelos Estados Unidos na década de 1970 foi considerada uma crise do próprio modelo, que apresentava queda da produtividade e das margens de lucros. A partir da década de 1980, esboçou-se nos países industrializados um novo padrão de desenvolvimento denominado pós-fordismo ou modelo flexível (toyotismo), baseado na tecnologia da informação.
O Toyotismo é um modo de organização da produção capitalista que se desenvolveu a partir da globalização do capitalismo na década de 1980. Surgiu no Japão após a Segunda Guerra Mundial, mas só a partir da crise capitalista da década de 1970 é que foi caracterizado como filosofia orgânica da produção industrial (modelo japonês), adquirindo uma projeção global.
O Japão foi o berço da automação flexível, pois apresentava um cenário diferente do dos Estados Unidos e da Europa: um pequeno mercado consumidor, capital e matéria-prima escassos e grande disponibilidade de mão de obra não especializada impossibilitavam a solução taylorista/fordista de produção em massa.
A resposta foi o aumento da produtividade na fabricação de pequenas quantidades de numerosos modelos de produtos, voltados para o mercado externo, de modo a gerar divisas tanto para a obtenção de matérias-primas e alimentos, quanto para importar os equipamentos e bens de capital necessários para a reconstrução do país no pósguerra e para o desenvolvimento da própria industrialização.

O sistema pode ser teoricamente caracterizado por quatro aspectos:

- Mecanização flexível, uma dinâmica oposta à rígida automação fordista decorrente da inexistência de escalas que viabilizassem a rigidez.
- Processo de multifuncionalização da mão de obra, uma vez que, por se basear na mecanização flexível e na produção para mercados muito segmentados, a mão de obra não podia ser especializada em funções únicas e restritas como a fordista. Para atingir esse objetivo, os japoneses investiram na educação e qualificação de seu povo, e o toyotismo, em lugar de avançar na tradicional divisão do trabalho, seguiu também um caminho inverso, incentivando uma atuação voltada para o enriquecimento do processo de trabalho.
- Implantação de sistemas de controle de qualidade total, pelos quais, através da promoção de palestras de grandes especialistas estadunidenses, difundiu-se um aprimoramento do modelo dominante nos EUA.
Ao se trabalhar com pequenos lotes e com matérias-primas muito caras, os japoneses de fato buscaram a qualidade total. Se, no sistema fordista de produção em massa, a qualidade era assegurada através de controles amostrais em apenas determinados pontos do processo produtivo, no toyotismo, o controle de qualidade se desenvolve pelo envolvimento de todos os trabalhadores em todos os pontos do processo produtivo.
- Sistema just in time, que se caracteriza pela minimização dos estoques necessários à produção de um extenso leque de produtos, com um planejamento de produção dinâmico. Como indicado pelo próprio nome, o objetivo final seria produzir um bem no exato momento em que é demandado.
O Japão desenvolveu um elevado padrão de qualidade que permitiu a sua inserção nos lucrativos mercados dos países centrais e, ao buscar a produtividade com a manutenção da flexibilidade, o toyotismo se complementava naturalmente com a automação flexível.
A partir de meados da década de 1970, as empresas toyotistas assumiriam a supremacia produtiva e econômica, principalmente pela sua sistemática produtiva que consistia em produzir bens pequenos, que consumissem pouca energia e matéria-prima, ao contrário do padrão estadunidense. Com o choque do petróleo e a consequente queda no padrão de consumo, os países passaram a demandar uma série de produtos que não tinham capacidade, nem, a princípio, interesse em produzir, o que favoreceu o cenário para as empresas japonesas toyotistas.
A razão para esse fato é que, devido à crise, o aumento da produtividade, embora continuasse importante, perdeu espaço para fatores tais como a qualidade e a diversidade de produtos para melhor atendimento às demandas dos consumidores.

Conclusão
No que diz respeito ao papel social do trabalho, vimos a sua importância em todas as sociedades, porque, sem o esforço humano, não seria possível produzir os meios materiais que possibilitam manter, desenvolver e reproduzir a vida. Mas é de especial importância não ficar na generalização abstrata de “esforço humano”, sem chamar a atenção para o fato de que o trabalho foi e é realizado por um grupo específico de seres humanos: as classes exploradas ao longo da história – os escravos, os servos e, hoje em dia, na sociedade capitalista, os trabalhadores assalariados, precarizados, terceirizados, informalizados, ou desempregado.

REFERÊNCIAS:


ANTUNES, Ricardo (Org.). Trabalho e precarização numa ordem neoliberal In: “A Cidadania negada, políticas de exclusão na educação e no trabalho”. 1. ed. Buenos Aires: Centro Latino Americano de Ciências Sociais, 2000. (Coleção Grupos de Trabalho Clacso).
HARNECKER, M. (1976). Conceitos Elementares do Materialismo Histórico. 2.ed., Lisboa: Presença, 1976, 2 volumes.
HOBSBAWM, E.J. (1978). Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1978.
_____ (1979). A Era das Revoluções. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
MARX. K. Formações Econômicas Pré-Capitalistas. 4.ed., Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.
MARX, K. 18 Brumário de Napoleão Bonaparte. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.
MARX, K. A Ideologia Alemã. São Paulo: Hucitec, 1993.
MARX. Manuscritos de 1844. São Paulo: Alfa-Omega, 1986. (Obras escolhidas; n. 22).
______. Contribuição à crítica da economia política. São Paulo: Martins Fontes,1993.
______. Manuscritos econômicos filosóficos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1987.
______. O Capital. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991.
______.Prefáci” e O Método Da Economia Política”. In: Contribuição à crítica da economia política. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
______. Elementos fundamentais para a crítica da economia política”. In: Os pensadores. São Paulo : Nova Cultural, 1999. v.2, p.21
______.; ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista. Ed. Global, 1990.
______. Crítica da filosofia do Direito de Hegel. São Paulo: Boitempo, 2005.
______. Para a crítica da economia política. São Paulo: Abril Cultural, 1978. (Os Pensadores).
______. Formações Econômicas Pré-Capitalistas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975.

MOLINA, Helder. Sindicato: movimento com sinais trocados. Entre a sua subversão e a adaptação ao novo sócio-metabolismo do modo de produção capitalista. Tese de Doutorado, Rio de Janeiro, 2011

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Como fazer análise de conjuntura: Conceito e metodologia

Como fazer análise de conjuntura: Conceito e metodologia
Helder Molina.
(Subsídios a partir de Betinho. Herbert de Souza –
Como se faz análise de conjuntura, 1986, Vozes.)
1 – O que é:
A analise de conjuntura nos leva a conhecer e descobrir a realidade de um acontecimento ou de um quadro atual, de uma situação, para que tenhamos condições de interferir no seu processo e transformá- lo.
2 – Como se faz:
Buscando identificar na realidade surgida o que a constitui, quais são os seus ingredientes, os seus atores e os interesses que estão em jogo.
3 – Metodologia para analisar a conjuntura
3.1. Abaixo, estão alguns elementos básicos, metodológicos que devemos observar e que nos darão um caminho para se perceber e melhor analisar a conjuntura:
Vejamos, sucintamente, o que vem a ser cada um destes elementos:
3.2. O que analisar
As categorias são as ferramentas com as quais trabalhamos. São elas:
- Os acontecimentos
Neles estão englobados os fatos e os acontecimentos propriamente ditos. Os fatos são mais corriqueiros, sem maior relevância. Já os acontecimentos contêm, em si, um sentido especial para determinada pessoa, ou grupo, classe e sociedade.
- Os cenários
São os espaço onde os acontecimentos se desenrolam. Estão sempre mudando e isto influi, também, na mudança do processo, pois faz descolar as forças em conflito.
- Os atores
O ator é tudo aquilo que representa determinado papel dentro de um contexto. Não é necessariamente, um individuo, mas pode ser uma classe social, uma categoria. Um ator social representa uma idéia, uma reivindicação ou uma denúncia para determinado grupo, País, ou os representa diretamente.
- A correlação de forças
É a articulação, entre os diversos atores, do seu poder da força política, de decisão, influencia .
Essas relações podem ser de confronto, de coexistência, de cooperação e estão sempre relevando uma relação de força de domínio, igualdade ou de subordinação.
A relação de forças sofre mudanças permanentes.
-A articulação entre estrutura e conjuntura
A conjuntura – dados, acontecimentos, atores – se relaciona com estrutura – a história, o passado, as relações sociais, políticas e econômicas.
Podemos ler a conjuntura de duas formas:
- a partir do ponto de vista do poder dominante (lógica do poder) ou,
- a partir das classes subordinadas, da oposição, dos movimentos populares.
- A estratégia e a tática.
São também elementos importantes na análise de ação dos atores sociais.
3.3 - Capitalismo como sistema mundial
É o pano do fundo do processo econômico, social, e político.
As empresas transnacionais se caracterizam pelo uso de tecnologia mais avançada, pela produção de bens sofisticados e são em escalas de massa e em nível mundial.
A lógica do capital transnacional busca e maximização do uso da ciência, não em atendimento as necessidades da sociedade, mas para ter maior lucro.
O capital mundial (sistema produtiva mundial) não é a soma de corporações, empresas transnacionais do mundo ou do interior dos países, mas é um sistema produtivo articulado em escala mundial sob a liderança de grandes corporações e bancos transnacionais.
Este processo explora o trabalho pelo capital, faz a expropriação dos capitais menores pelos mais fortes, faz com que os Estados nacionais tenham dupla função: transnacional e nacional, centralize o poder estatal no executivo, aprofunda as de legitimidade.
3.4 Poder: sistema político transnacional
O econômico não pode estar separado do político, pois o ato de produzir é político. O capital é uma relação social de produção . Neste sistema do poder político transancionalizado o Estado passa a ser centralizado, desnacionalizado tecnocrático e repressivo.
O Estado é praticamente reduzido ao Poder executivo Federal. Daí o seu controle sobre os meios de comunicação de massa, sendo o monopólio da produção e difusão de informação, fazendo com que milhões de pessoas recebam o pacote de imagens que se pretende passar como realidade inquestionável.
Este sistema faz com que a nação perca sua soberania econômica, política, tecnológica, cultural, militar. Perde-se também a substancial popular, a substancia democrática.
3.5 Formas de Controle
São os mecanismos existentes para manter a estabilidade e a ordem dos regimes.
- coerção econômica (impostos, taxas, salários)
- controle sobre a organização social (legalização dos sindicatos)
- controle de informação (informação submetida à lei de segurança nacional, lei de imprensa, pressões fiscais, financeiras, etc.)
3.6 Estratégias em jogo
A idéia de estratégia serve para identificar as instruções dos grupos e classes socias e tentar descobrir os sentidos mais globais dos acontecimentos e da ação dos diferentes atores.
3.7 Contexto (quadro) atual
Na análise de conjuntura é importante caracterizar as questões centrais e em evidencia na luta social e política de determinado período. Questões sindicatos, nos movimentos sociais, etc.
São as questões que constituem o quadro da atualidade.
3.8 Campos de confronto (disputa)
Eles caracterizam os tipos de oposição e os conflitos entre os diferentes atores. É também de grande importância na análise da correlação de forças, por que o enforque é basicamente o do conflito
Exemplos de campos de confronto:
Estado e Sociedade, partidos políticos, igreja, Movimentos populares, etc.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

DILMA, SUA BASE SOCIAL É O POVO, NÃO PERCA TEMPO COM EMPRESÁRIOS

Tá, reunir com governadores é importante, negociar com o congresso nacional é necessário, com empresários, é função de quem governa. Mas o que a Dilma precisa mesmo é se misturar com o povo, ir aonde o povo está, sua base social, nos bairros populares, nas comunidades de periferias, nas favelas, no meio do povo, terminais de ônibus, nos movimentos sociais, no MST, nos sindicatos, nas centrais sindicais, nos movimentos de juventude, e de estudantes. Falar sobre investimentos em moradia, saúde, segurança, educação, políticas contra o desemprego, ampliar os Mais Médicos, Mina Casa Minha Vida, renda mínima, fazer reforma agrária, agricultura familiar, parar com os cortes orçamentários em políticas sociais, parar com essa absurda subida nas taxas de juros, que só aumenta o lucro dos sanguessugas banqueiros, e que só piora a vida dos trabalhadores, diminui o consumo, paralisa o consumo, acaba com o crédito. Sai dos palácios e reuniões com os de cima, vai dialogar com os de baixo, só assim sai do canto do ringue. Tá na hora, ainda dá tempo, mas cada dia o tempo vai encurtando

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Assessoria; Formação Política; Produção de Conteúdos; Planejamento; Gestão;

Facebook: helder molina molina
Email: professorheldermolina@gmail.com - Fones: 21 2509 6333, 21 9769 4933


SEM FORMAÇÃO POLÍTICA, NOS TORNAMOS ESCRAVOS DO COTIDIANO SINDICAL
"A luta, por mais justa que seja, sem a presença do estudo crítico da realidade, da reflexão teórica, perde substância, esvazia-se de conteúdo. Sem a formação continuada e permanente, sem a disciplina de nos tornamos intelectuais de nossa classe, caímos num praticismo, num administrativismo, num burocratismo perigoso, acrítico, despolitizado, e nos tornamos escravos do cotidiano. O sindicato se reduz ao um conjunto de tarefas imediatas, Sem sentido estratégico, transformador e sem ruptura com o status quo." (Florestan Fernandes, 1993. Foi sociólogo, professor da USP)




• 24 anos fazendo formação política e sindical, planejamento estratégico de gestão sindical, projetos e estudos sindicais, produções de material didático para cursos de formação, assessoria em gestão e administração sindical, e educação de trabalhadores.
• São mais de 130 sindicatos, federações sindicais, associações de classe , de diferentes concepções políticas, correntes de pensamentos, etc...
• Metodologia participativa, interativa, com dinâmicas de grupos, estudos de textos, produções coletivas, dramatizações e exercícios práticos dos temas, e com subsídios de novas linguagens tecnologicas e ferramentas digitais.
• Cada curso/tema é desenvolvido em 2 dias - Com carga horária de 12 a 16 horas/aulas
• Produzimos o material didático de acordo com os conteúdos programáticos, como recursos didáticos e metodológicos, trabalhamos com vídeos/DVDs, com músicas, documentários e filmes sobre os temas abordados. Cada cursista recebe a apostila completo e CD com todo material do curso,







TEMAS E CONTEÚDOS - CURSOS E SEMINÁRIOS DE FORMAÇÃO POLÍTICA E SINDICAL
1 - Papel dos Representantes nos Locais de Trabalho
e as Tarefas do Militante e Dirigente Sindical.

Ø Concepção sindical de organização por local de trabalho,
Ø Características, atitudes, perfil, tarefas, exercícios com casos concretos
Ø Como organizar, planejar,
Ø A relação local de trabalho – sindicato, direção>base>direção.
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2 – A Relação entre Sindicatos, Movimentos Sociais e Governos, hoje!

Ø Uma abordagem sobre étíca, solidariedade, construção coletiva, relações humanas (interpessoais),
Ø Prática do(a) dirigente e militante sindical,
Ø A questão da participação política e
Ø Papel dos movimentos coletivos pela
Ø Cidadania ativa e direitos sociais, gênero, igualdade racial,
Ø Políticas públicas, e a relação destes com os sindicatos e movimentos sociais.
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3 - Políticas Públicas, Sindicato e Participação Política.

Ø Formas de Estado no Modo de Produção Capitalista
Ø O Estado no Modo de Produção Socialista
Ø A formação do Estado, poder e serviço público no Brasil
Ø Serviço público, papel do Estado (poder público), políticas públicas,
Ø Participação nos conselhos, fóruns de gestão pública,
Ø A relação entre poder, governo, movimentos sociais e participação política.
Ø A crise atual, neoliberalismo, alternativas
Ø Os sindicatos devem participar do Estado?
______________________________________________________________________________
4 - Ética, Relações Interpessoais, Gestão e Prática Sindical, hoje:

Ø Ética, relações interpessoais,
Ø trabalho coletivo, respeito à diferença,
Ø importância do estudo e da formação para construção de uma ética solidária e participativa,
Ø as deformações e burocratizações presentes no sindicalismo hoje,
Ø a adaptação do movimento sindical à lógica burguesa da competição, individualismo e pragmatismo.
_______________________________________________________________________
5 - Negociação Coletiva de Trabalho:
Estrutura, processos e simulações da negociação coletiva.

Ø As estruturas e os processos da negociação coletiva no Brasil.
Ø As concepções e as experiências em negociação do movimento sindical.
Ø A negociação coletiva no Brasil atual.
Ø Simulações dos processos de negociação, os caminhos, avanços e recuos da negociação.
Ø O que é negociação coletiva, como se constroe uma pauta, passo a passo,
Ø As cláusulas, o que é dissidio, o que é acordo, convenção, e
Ø Como se negocia, o que se negocia,
Ø Exercícios práticos de todas as etapas do processo de negociação coletiva (público e privado).
_______________________________________________________________________________
6 - Movimento Sindical e Capitalismo:
Origens e atualidade da luta de classes e dos sindicatos

Ø O modo de produção capitalista, a contradição capital-trabalho, preço, lucro, mais valia, trabalho assalariado, divisão social do trabalho, mercadoria, alienação. Surgimento das lutas operárias, das idéias socialistas e dos sindicatos. Burgueses x proletários. Luta de classes.
Ø As idéias de Marx e suas contribuições para a luta dos trabalhadores.
Ø A formação da classe trabalhadora brasileira, a partir do fim da escravidão, do início do capitalismo industrial e do surgimento do trabalho assalariado no Brasil.
Ø A contribuição das idéias comunistas, socialistas, trabalhistas e anarquistas na formação do movimento operário e sindical brasileiro,
Ø As diferentes centrais sindicais e organizações operárias que existiram, ou que existem, hoje, no Brasil.
Ø O sindicalismo na Era Vargas, as heranças do Estado Novo na legislação e na estrutura sindical brasileira. > O sindicalismo na Ditadura Militar,
Ø O surgimento do novo sindicalismo, da CUT, e os desafios do sindicalismo nos tempos neoliberais. Ideologia e políticas neoliberais, a resistência dos trabalhadores.
Ø As centrais sindicais: Força Sindical, GGT, CGTB, UGT NCST), CSP/CONLUTAS/INTERSINDICAL e CTB
Ø As concepções sindicais e o sindicalismo diante da conjuntura atual.
Ø Sindicalismo, movimentos sociais e governos Lula e Dilma
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7- Construção de Discurso, Linguagem e Prática de Oratória.

Ø Técnicas de construção de argumentos (produção de textos).
Ø Teorias e práticas de comunicação oral e/ou escrita para os dirigentes e militantes.
Ø Técnicas e exercícios de discursos, persuasão, retórica, argumentação,(com gravação e análise das imagens e som do(a) orador(a).
Ø O que dizer, como dizer e para quem dizer.
Ø Meios e contéudos da linguagem.
Ø A importância do conhecimento, argumento e inguagem.
Ø Vocabulário de linguagem sindical.
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8 - Como Fazer Análise de Conjuntura: Metodologia e Exercícios

Ø Identificando e discutindo o que é conjuntura, infraestrutura e superestrutura.
Ø Os aspectos econômicos, políticos, culturais e sociais que envolvem o contexto em que estamos analisando.
Ø As classes sociais, a luta de classes, a correlação de forças, os aliados, os parceiros e os adversários.
Ø Os diferentes movimentos e projetos políticos em disputa na sociedade.
Ø O papel das mídias, a coerção e o consenso, os interesses de grupos e frações de classe.
> Os aspectos locais (internos) e gerais (externos).
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9 - Concepção, organização e ação sindical:
o sindicato e a organização por local de trabalho

Ø O que é sindicato e seu papel na sociedade capitalista
Ø O que é ser dirigente sindical, hoje.
Ø O que é luta de classes, como se manifesta hoje.
Ø A relação sindicato-local de trabalho.
Ø A organização sindical de base.
Ø As diversas concepções sindicais, hoje:
Ø Como diagnosticar os problemas do local de trabalho,
Ø Como atuar no sentido de resolve-los, tarefas imediatas,
Ø Questões de médio e longo prazo, prazos e responsáveis,
Ø A comunicação sindical no local de trabalho, quem resolve,
Ø A legislação sindical, CLT, aspectos de saúde, segurança e condições de trabalho.
________________________________________________________________________
10 – Gestão e Planejamento Sindical: Planejamento Estratégico de Gestão:

Ø DIAGNÓSTICO: Quem somos (missão, meta)
Ø O que fazemos (mapa das atividades, projetos, frentes de atuação)
Ø Quais recursos temos disponíveis. Humanos (nomes, qualificações e funções). Materiais (equipamentos, estruturas móveis e imóveis). Financeiros (orçamento, fontes de receitas)
Ø Políticos (governabilidade, decisão, gestão, capacidade de decidir e agir)
Ø ANÁLISE DA CORRELAÇÃO DE FORÇAS (ALIADOS E ADVERSÁRIOS).
Ø Relacionar e analisar detalhadamente adversários e os aliados, parceiros.
- CONSTRUÇÃO DE UMA ÁRVORE OU UM MAPA DE OBJETIVOS E PROBLEMAS
Ø Localizar e descrever os problemas que impedem a realização de seus objetivos
Localizar, analisar e estabelecer hierarquicamente seus objetivos, por grau de importância – MAPA OU ARVORE DE AÇÕES ESTRATÉGICAS
Ø Desenhar um mapa ou árvores com as ações consideradas estratégicas, isto é, fundamentais, numa perspectiva de olhar o futuro e agir no presente,
Ø – DESENHAR UM QUADRO DETALHADO DAS AÇÕES (OPERAÇÕES)
Ø Ações de curto prazo, de médio prazo e de longo prazo. Prazos para execução
Ø Responsáveis (quem vai executar ou se responsabilizar por encaminhar a execução)

______________________________________________________________________________
11 - Direitos dos Trabalhadores, Processos e Condições de Trabalho e
Qualidade de Vida e Assédio Moral

Ø - Modo de produção capitalista, exploração do trabalho e assédio moral
Ø - Lógicas liberal, gestão empresarial, lucro e produtividade
Ø - Conceito de Assédio Moral e suas conseqüência profissionais, físicas e morais.
Ø - Legislação e jurisprudência no enfrentamento do conflito e dano moral.
Ø - Formas de prevenção
Ø - Consequências psicológicas e jurídicas do assédio para a vítima,
Ø - Ação sindical contra o assédio moral
Ø - Convenções da OIT

_______________________________________________________________________________
12 – Estado, Poder, Hegemonia e Contra Hegemonia no Brasil
O Papel dos Sindicatos e os Movimentos Sociais

• A formação do Estado dos(as) trabalhadores(as), sindicatos, movimentos sociais urbanos e rurais, organizações e partidos de esquerda.
• A construção e desenvolvimento do capitalismo e o papel do Estado e das políticas sociais. A concepção liberal do Estado. O Estado na tradição marxista. Políticas sociais e a construção da cidadania: análise histórica e teórico-conceitual.
• A relação entre trabalho e organização sindical. O sindicato, representação e identidade operária. Concepções e desenvolvimento histórico do movimento sindical no Brasil.

• Movimentos sociais, classes e consciência de classe. Teoria das organizações clássicas dos trabalhadores: partidos e sindicatos. A teoria dos movimentos sociais e o debate dos novos movimentos sociais. Concepções e desenvolvimento histórico do sindicalismo e dos movimentos sociais no Brasil.
• Os papéis e o protagonismo dos movimentos sociais na construção e consolidação dos direitos sociais, da cidadania e democracia.
• A ideologia neoliberal, a reestruturação econômico-produtiva do capital, o projeto de mercado máximo e Estado mínimo, as privatizações, e a resistência dos sindicatos e movimentos sociais a consumismo e da flexibilização.
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13 - Relações Humanas, Trabalho Coletivo, Gestão e Administração Sindical

• Ética, relações interpessoais, trabalho coletivo, respeito à diferença,
• O que é sindicato, seu papel na sociedade, a conquista dos direitos sociais, o trabalho no serviço público, o papel do Estado e do Serviço Público
• Relação entre estudo, trabalho e formação humana: Construção de uma ética solidária e participativa.
• Relações sindicais em tempo da mercantilização da vida: Deformações e burocratizações presentes no sindicalismo hoje,

• Adaptação do movimento sindical à lógica burguesa da competição, individualismo e pragmatismo.
• Planejamento de Ações
• Concepção, Estrutura Sindical, e Organização por Local de Trabalho,
• Organizar, planejar, definir prioridades de uma gestão sindica
• Melhorar a relação política: Direção x base x direção x sociedade
• Metodologia de Avaliação coletiva,


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