POEMA: ESCREVO LOGO EXISTO
( Helder Molina)
quem sou?um arrimo nascido nas do bemvirá,
crescido no cerrado, nas matase cachoeiras de lá do mato grosso,
lutador desde adolescente idade,andarilho,
caminheiro das estradasda juventude rebelde com causa,
trabalhador, socialista,historiador, formador sindical,
pai, companheiro,botafoguense de alma e corpo,
carrego as tralhas do tempo,
as trilhas e as poeiras das ruas,
as marcas dos tantos caminhos,
os vestígios e pegadas do coração,
os guardados da alma,os arquivos da pele,
as memórias do vivido,
os cantinhos das saudades,
os manuscritos do futuro,
os antiquários do pertencimento,
as marcas do amar,os registros do sentir,
as experiências da contradição,
a dialética do aprendiz navegante,
a luta contra todas as malditas cercas
que impedem os homens e mulheres
de serem emancipados,plenos, felizes.
escrevo poesia porque a alma precisa navegar.
helder molina
Doutor em Políticas Públicas e Formação Humana (UERJ); Mestre em Educação (UFF); Licenciado e Bacharel em História (UFF). Trabalho com Assessoria Sindical; Formação Política; Produção de Conteúdos; Planejamento; Gestão; Elaboração e Produção de Cadernos de Formação, Apostilas, Conteúdos Didáticos; Produção e Execução de Cursos, Seminários, Palestras, Aulas, Oficinas; Produção de Projetos Sindicais, professorheldermolina@gmail.com - 21 997694933,Facebook: Helder Molina Molina
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
RACISMO E EXCLUSÃO NEGRA CONTEMPORÂNEATEM ORIGEM NA ESCRAVIDÃO COLONIAL
Helder Molina)
(historiador, professor da Faculdade de Educação da UERJ,mestre em Educação, doutorando em Políticas Públicas,assessor de formação do SINDPD-RJ)
O racismo contemporâneo tem fortes componentes econômicos, mas sobretudo políticos, sociais e culturais. Um componente ideológico que tem sua raiz no nosso passado colonial escravista.
Os laços de exclusão social e econômica dos negros e das negras no Brasil contemporâneo tem suas explicações em nossos quase 400 anos de escravidão.
Precisamos entender e intervir no conflito social brasileiro como um conflito que é de classe, e de etnia. Ele não se inicia na virada do Império para a República, com a chegada dos imigrantes europeus para o trabalho industrial, mas sim com o desembarque do primeiro navio negreiro no Brasil. (Integrar-CUT, 1997).
Esse conflito, produto da nódoa escravista que mancha a história brasileira, se aguçou com as revoltas negras, para resistir e fugir da escravidão. O conflito está presente nas lutas dos quilombolas de Palmares, na revolta dos Malês, na Balaiada, na Sabinada, no Dragão do Mar, na Revolta da Chibata, Búzios e tantas outras lutas de resistência ao colonialismo escravista.
Lutas estas que tanto honram nosso povo pobre, índio, negro e mestiço.Lutas que, como cantam os versos de Aldir Blanc e João Bosco , merecem " glórias a todas as lutas inglórias, que através de nossa história, não esquecemos jamais".
A abolição formal da escravatura não resultou numa superação das mentalidades escravocratas das elites, empresarial e política, brasileiras, ao longo deste século. Se por um lado altera a forma da relação capital-trabalho, passando do escravismo para o assalariamento, por outro lado não melhora a vida dos ex-escravos, agora homens negros livres e pobres, e de seus descendentes.
Livre do açoite da senzala, são feitos novos prisioneiros, agora da miséria e exclusão, nas favelas, prisões, filas de desempregos, nos trabalhos precários, na ausência de direitos humanos e sociais básicos, como saúde, moradia e educação.
Os dominadores – ex proprietários de escravos que se metamorfosearam em patrões e proprietários de capitais, continuaram dominando e explorando a força de trabalho dos trabalhadores assalariados. Permanecem com os mesmos privilégios e os mesmos domínios econômicos e políticos.
Os latifúndios, em sua essência, permanecem intocados. Os capitalistas emergentes sugam a mais-valia dos salários e mantém as velhas formas de exploração do trabalho humano. No início do século XX trocaram a força de trabalho do escravo africano pela do imigrante europeu.
Os negros e negras, analfabetos, sem direitos, sem cidadania, sem posses, na mais absoluta miséria, e sem alternativas de vida, se lançam a própria sorte, no subemprego, na marginalidade, nas ruas, nos cortiços.
Excluídos ontem, excluídos sempre.Hoje, o trabalho informal ou forçado, a precarização atingem majoritariamente a população negra.
O neoliberalismo, que agora está se desmoronando, tão sólido que se desmanchou no ar, ou na roleta, continua vitimando negros e negras no mundo do trabalho.A luta pela cidadania ativa presupõe enfrentar e debater a exclusão e a desigualdade, entendendo que o enfrentamento da questão racial é um componente fundamental para a construção de um país justo, democrático e desenvolvido, com igualdade de oportunidades para todos os que vivem do trabalho.
Mais que isso, lutar pela superação do capitalismo, sistema produtor de injustiças, misérias, degradação ambiental, barbárie. E a perspectiva histórica de construir um outro projeto de sociedade, baseado na solidariedade, sustentabilidade, distribuição justa da riqueza social e democracia plena do poder político.
Vendo os trabalhadores como produtores das riquezas e sujeitos históricos. Esse debate tem que estar presente, urgentemente, nos sindicatos, nas escolas, nos movimentos sociais, nas comunidades, nos locais de trabalho.Historicamente os direitos e as condições sociais dos negros e negras no Brasil estiveram vinculados à lembrança da data 13 de maio, data em que se oficializou a Lei Áurea, em 1888, abolindo a legalmente a escravidão brasileira.
Nessa data, as escolas "celebravam" a "libertação" dos escravos, as crianças negras encenam ou participam de eventos, geralmente no papel de escravos. Alguma criança branca, loira de preferência se vestia de princesa Isabel, nada era falado sobre a resistência e as lutas dos negros, o destaque era pela ação da princesa Isabel.
Nos anos 70 com a retomada das lutas populares contra a Ditadura militar, o renascimento do sindicalismo combativo e autônomo, iniciou-se uma vigorosa reorganização dos movimentos sociais, urbanos e rurais, gerais e específicos. Os movimentos negros, com a marca da pluralidade, da diversidade, do respeito à diferença, retomam a cenas política e social brasileira.
Resgatando a luta para que o povo brasileiro conhecesse a história a partir das lutas de resistências dos negros africanos e brasileiros, contra a opressão e exploração imposta pelas elites, colonial, imperial ou republicana.
Um os pontos principais dos movimentos negros na atualidade foi enunciar que o dia 13 de maio não deve ser comemorado enfatizando a passividade do negro diante da ação misericordiosa do branco, afinal, durante a escravidão houve muitos movimentos de luta e resistência em diversas regiões do país, e resgatando o dia 20 de novembro, dia da morte de Zumbi – do Quilombo dos Palmares – como uma data a ser lembrada e comemorada, já que ele é considerado um dos principais símbolos de luta e resistência contra a opressão e exclusão vivenciada hoje pelos afros-descendentes. (Cardoso)A intenção de comemorar essa data – 20 de novembro – se deu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
O primeiro passo foi dado, conta o historiador Alfredo Boulos Júnior, pelo poeta Oliveira Silveira, membro do Grupo Palmares, uma associação cultural negra. Ao conhecerem o livro "O Quilombo dos Palmares", de Edison Carneiro (baiano), os participantes dessa associação entenderam que Palmares foi a maior manifestação de resistência negra na história brasileira(Cardoso)No dia 20 de novembro de 1971, no Clube Náutico Marcílio Dias, fez-se a primeira homenagem a Zumbi dos Palmares (Cardoso)
Esse foi o primeiro passo para que ocorresse em Salvador no dia 7 de julho de 1978, uma proposta pelo MNU – Movimento Negro Unificado – para que em 20 de novembro fosse o dia Nacional da Consciência Negra. Associações e Movimentos Negros de todo o país aceitaram a proposta e essa data representa o resgate no sentido político de luta, da resistência contra a opressão social.
Assim, a partir da década de 70, Zumbi passou a ser valorizado no contexto de luta contra o mito da "democracia racial", auxiliando na desmistificação que a história apregoa sobre o tipo de relações raciais desenvolvidas no Brasil, como sendo uma escravidão pouco violenta e de resistências sem tanta importância.(Cardoso)
A visão da "democracia racial" ainda tenta apresentar para a sociedade a idéia de que os diferentes grupos étnico-raciais no Brasil existentes viveram e ainda vivem harmoniosamente diferentes da resistência dos outros paises. Daí a importância de Zumbi dos Palmares, sua representação ativa e rebelde se contrapõe a toda essa idéia instituída pelo branco.
A imagem de Zumbi não só representa a resistência negra, mas, contribui também, para que negros e brancos compreendam, aceitem e reconheçam as diferenças humanas.Em 2003, foi sancionada a lei 10.639/03 sendo instituída obrigatoriedade da inclusão da História da África e da Cultura Afro-brasileira no currículo das escolas pública e particular de ensino fundamental e médio.
A lei também determina que o dia 20 de novembro deverá ser incluído no calendário escolar como dia Nacional da Consciência Negra. Toda essa nova leitura sobre o negro se deve principalmente à luta da Comunidade Negra e dos Movimentos Negros de todo Brasil.(Cardoso)
Ao relembrar toda essa trajetória de vitórias não só do negro, mas, também do povo brasileiro, por sermos um povo miscigenado e termos como herança nosso jeito guerreiro de ser - nunca desistimos - sendo assim, conclamo a todos para refletir sobre a necessidade de acolhermo-nos uns aos outros, pondo por fim o preconceito racial
A baixa renda das famílias negras obriga boa parte dos jovens a abandonar precocemente a escola para o ingresso no mercado de trabalho. Segundo o "Mapa da Violência de 2006 – Os Jovens do Brasil", divulgado pela OEI, é alto o índice de violência sofrida pelos negros. O estudo aponta que o jovem negro é o principal alvo: com 72,1% das mortes.
Outra forma de violência que podemos citar é a forma como os meios de comunicação e livros escolares retratam negros e negras - estereotipados como subalternos, escravos, sem família e como trabalhadores sem qualificação.Importantes iniciativas políticas, a partir das lutas dos trabalhadores e movimentos sociais, foram conquistadas nos últimos anos.
As cotas de acesso ao ensino superior público, o Prouni, a criação de uma secretaria federal, com caráter de ministério, de promoção e defesa dos direitos da população negra – SEPIR, entre outras, devem ser valorizadas, mas ainda é pouco diante da dívida histórica e da reparação social que o Estado e a sociedade brasileira tem com a população negra.
Com o exemplo de Zumbi, só a luta coletiva, o combate permanente, e a organização em movimentos sociais e sindicatos é que vão garantir a correlação de forças para virar a mesa e mudar a história.Viva o dia 20 de novembroViva Zumbi dos Palmares e a luta dos quilombolasViva o dia da Consciência e da Luta dos negros e negras, hoje.Viva a resistência do povo contra o preconceito, o racismo, a opressão e exploração de classe.
Por tudo isso, no dia 20 de novembro as organizações sociais, os movimentos negros e o movimento sindical estarão unidos nas ruas clamando por:·
Inclusão no mercado de trabalho dos trabalhadores negros e negras;· titulação das terras das Comunidades Quilombolas;·
Democratização do acesso da juventude negra à universidade pública;·
Aprovação do Estatuto da Igualdade Racial;· Melhor distribuição de renda; acesso à saúde e educação com qualidade;·
Cultura e lazer; habitação;· Respeito às religiões de matrizes africanas;·
Contra o racismo, o machismo e a homofobia. · Participação política nos trabalhadores, nos sindicatos e movimentos populares.
Rio, 18 de Novembro de 2008Este artigo tem como referências:
Molina, Helder. Nosso racismo contemporâneo e nossa raiz histórica. UFF, 1997, Niterói-RJ.
Cardoso, Hamilton. Movimento Negro Unificado (MNU
Helder Molina)
(historiador, professor da Faculdade de Educação da UERJ,mestre em Educação, doutorando em Políticas Públicas,assessor de formação do SINDPD-RJ)
O racismo contemporâneo tem fortes componentes econômicos, mas sobretudo políticos, sociais e culturais. Um componente ideológico que tem sua raiz no nosso passado colonial escravista.
Os laços de exclusão social e econômica dos negros e das negras no Brasil contemporâneo tem suas explicações em nossos quase 400 anos de escravidão.
Precisamos entender e intervir no conflito social brasileiro como um conflito que é de classe, e de etnia. Ele não se inicia na virada do Império para a República, com a chegada dos imigrantes europeus para o trabalho industrial, mas sim com o desembarque do primeiro navio negreiro no Brasil. (Integrar-CUT, 1997).
Esse conflito, produto da nódoa escravista que mancha a história brasileira, se aguçou com as revoltas negras, para resistir e fugir da escravidão. O conflito está presente nas lutas dos quilombolas de Palmares, na revolta dos Malês, na Balaiada, na Sabinada, no Dragão do Mar, na Revolta da Chibata, Búzios e tantas outras lutas de resistência ao colonialismo escravista.
Lutas estas que tanto honram nosso povo pobre, índio, negro e mestiço.Lutas que, como cantam os versos de Aldir Blanc e João Bosco , merecem " glórias a todas as lutas inglórias, que através de nossa história, não esquecemos jamais".
A abolição formal da escravatura não resultou numa superação das mentalidades escravocratas das elites, empresarial e política, brasileiras, ao longo deste século. Se por um lado altera a forma da relação capital-trabalho, passando do escravismo para o assalariamento, por outro lado não melhora a vida dos ex-escravos, agora homens negros livres e pobres, e de seus descendentes.
Livre do açoite da senzala, são feitos novos prisioneiros, agora da miséria e exclusão, nas favelas, prisões, filas de desempregos, nos trabalhos precários, na ausência de direitos humanos e sociais básicos, como saúde, moradia e educação.
Os dominadores – ex proprietários de escravos que se metamorfosearam em patrões e proprietários de capitais, continuaram dominando e explorando a força de trabalho dos trabalhadores assalariados. Permanecem com os mesmos privilégios e os mesmos domínios econômicos e políticos.
Os latifúndios, em sua essência, permanecem intocados. Os capitalistas emergentes sugam a mais-valia dos salários e mantém as velhas formas de exploração do trabalho humano. No início do século XX trocaram a força de trabalho do escravo africano pela do imigrante europeu.
Os negros e negras, analfabetos, sem direitos, sem cidadania, sem posses, na mais absoluta miséria, e sem alternativas de vida, se lançam a própria sorte, no subemprego, na marginalidade, nas ruas, nos cortiços.
Excluídos ontem, excluídos sempre.Hoje, o trabalho informal ou forçado, a precarização atingem majoritariamente a população negra.
O neoliberalismo, que agora está se desmoronando, tão sólido que se desmanchou no ar, ou na roleta, continua vitimando negros e negras no mundo do trabalho.A luta pela cidadania ativa presupõe enfrentar e debater a exclusão e a desigualdade, entendendo que o enfrentamento da questão racial é um componente fundamental para a construção de um país justo, democrático e desenvolvido, com igualdade de oportunidades para todos os que vivem do trabalho.
Mais que isso, lutar pela superação do capitalismo, sistema produtor de injustiças, misérias, degradação ambiental, barbárie. E a perspectiva histórica de construir um outro projeto de sociedade, baseado na solidariedade, sustentabilidade, distribuição justa da riqueza social e democracia plena do poder político.
Vendo os trabalhadores como produtores das riquezas e sujeitos históricos. Esse debate tem que estar presente, urgentemente, nos sindicatos, nas escolas, nos movimentos sociais, nas comunidades, nos locais de trabalho.Historicamente os direitos e as condições sociais dos negros e negras no Brasil estiveram vinculados à lembrança da data 13 de maio, data em que se oficializou a Lei Áurea, em 1888, abolindo a legalmente a escravidão brasileira.
Nessa data, as escolas "celebravam" a "libertação" dos escravos, as crianças negras encenam ou participam de eventos, geralmente no papel de escravos. Alguma criança branca, loira de preferência se vestia de princesa Isabel, nada era falado sobre a resistência e as lutas dos negros, o destaque era pela ação da princesa Isabel.
Nos anos 70 com a retomada das lutas populares contra a Ditadura militar, o renascimento do sindicalismo combativo e autônomo, iniciou-se uma vigorosa reorganização dos movimentos sociais, urbanos e rurais, gerais e específicos. Os movimentos negros, com a marca da pluralidade, da diversidade, do respeito à diferença, retomam a cenas política e social brasileira.
Resgatando a luta para que o povo brasileiro conhecesse a história a partir das lutas de resistências dos negros africanos e brasileiros, contra a opressão e exploração imposta pelas elites, colonial, imperial ou republicana.
Um os pontos principais dos movimentos negros na atualidade foi enunciar que o dia 13 de maio não deve ser comemorado enfatizando a passividade do negro diante da ação misericordiosa do branco, afinal, durante a escravidão houve muitos movimentos de luta e resistência em diversas regiões do país, e resgatando o dia 20 de novembro, dia da morte de Zumbi – do Quilombo dos Palmares – como uma data a ser lembrada e comemorada, já que ele é considerado um dos principais símbolos de luta e resistência contra a opressão e exclusão vivenciada hoje pelos afros-descendentes. (Cardoso)A intenção de comemorar essa data – 20 de novembro – se deu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
O primeiro passo foi dado, conta o historiador Alfredo Boulos Júnior, pelo poeta Oliveira Silveira, membro do Grupo Palmares, uma associação cultural negra. Ao conhecerem o livro "O Quilombo dos Palmares", de Edison Carneiro (baiano), os participantes dessa associação entenderam que Palmares foi a maior manifestação de resistência negra na história brasileira(Cardoso)No dia 20 de novembro de 1971, no Clube Náutico Marcílio Dias, fez-se a primeira homenagem a Zumbi dos Palmares (Cardoso)
Esse foi o primeiro passo para que ocorresse em Salvador no dia 7 de julho de 1978, uma proposta pelo MNU – Movimento Negro Unificado – para que em 20 de novembro fosse o dia Nacional da Consciência Negra. Associações e Movimentos Negros de todo o país aceitaram a proposta e essa data representa o resgate no sentido político de luta, da resistência contra a opressão social.
Assim, a partir da década de 70, Zumbi passou a ser valorizado no contexto de luta contra o mito da "democracia racial", auxiliando na desmistificação que a história apregoa sobre o tipo de relações raciais desenvolvidas no Brasil, como sendo uma escravidão pouco violenta e de resistências sem tanta importância.(Cardoso)
A visão da "democracia racial" ainda tenta apresentar para a sociedade a idéia de que os diferentes grupos étnico-raciais no Brasil existentes viveram e ainda vivem harmoniosamente diferentes da resistência dos outros paises. Daí a importância de Zumbi dos Palmares, sua representação ativa e rebelde se contrapõe a toda essa idéia instituída pelo branco.
A imagem de Zumbi não só representa a resistência negra, mas, contribui também, para que negros e brancos compreendam, aceitem e reconheçam as diferenças humanas.Em 2003, foi sancionada a lei 10.639/03 sendo instituída obrigatoriedade da inclusão da História da África e da Cultura Afro-brasileira no currículo das escolas pública e particular de ensino fundamental e médio.
A lei também determina que o dia 20 de novembro deverá ser incluído no calendário escolar como dia Nacional da Consciência Negra. Toda essa nova leitura sobre o negro se deve principalmente à luta da Comunidade Negra e dos Movimentos Negros de todo Brasil.(Cardoso)
Ao relembrar toda essa trajetória de vitórias não só do negro, mas, também do povo brasileiro, por sermos um povo miscigenado e termos como herança nosso jeito guerreiro de ser - nunca desistimos - sendo assim, conclamo a todos para refletir sobre a necessidade de acolhermo-nos uns aos outros, pondo por fim o preconceito racial
A baixa renda das famílias negras obriga boa parte dos jovens a abandonar precocemente a escola para o ingresso no mercado de trabalho. Segundo o "Mapa da Violência de 2006 – Os Jovens do Brasil", divulgado pela OEI, é alto o índice de violência sofrida pelos negros. O estudo aponta que o jovem negro é o principal alvo: com 72,1% das mortes.
Outra forma de violência que podemos citar é a forma como os meios de comunicação e livros escolares retratam negros e negras - estereotipados como subalternos, escravos, sem família e como trabalhadores sem qualificação.Importantes iniciativas políticas, a partir das lutas dos trabalhadores e movimentos sociais, foram conquistadas nos últimos anos.
As cotas de acesso ao ensino superior público, o Prouni, a criação de uma secretaria federal, com caráter de ministério, de promoção e defesa dos direitos da população negra – SEPIR, entre outras, devem ser valorizadas, mas ainda é pouco diante da dívida histórica e da reparação social que o Estado e a sociedade brasileira tem com a população negra.
Com o exemplo de Zumbi, só a luta coletiva, o combate permanente, e a organização em movimentos sociais e sindicatos é que vão garantir a correlação de forças para virar a mesa e mudar a história.Viva o dia 20 de novembroViva Zumbi dos Palmares e a luta dos quilombolasViva o dia da Consciência e da Luta dos negros e negras, hoje.Viva a resistência do povo contra o preconceito, o racismo, a opressão e exploração de classe.
Por tudo isso, no dia 20 de novembro as organizações sociais, os movimentos negros e o movimento sindical estarão unidos nas ruas clamando por:·
Inclusão no mercado de trabalho dos trabalhadores negros e negras;· titulação das terras das Comunidades Quilombolas;·
Democratização do acesso da juventude negra à universidade pública;·
Aprovação do Estatuto da Igualdade Racial;· Melhor distribuição de renda; acesso à saúde e educação com qualidade;·
Cultura e lazer; habitação;· Respeito às religiões de matrizes africanas;·
Contra o racismo, o machismo e a homofobia. · Participação política nos trabalhadores, nos sindicatos e movimentos populares.
Rio, 18 de Novembro de 2008Este artigo tem como referências:
Molina, Helder. Nosso racismo contemporâneo e nossa raiz histórica. UFF, 1997, Niterói-RJ.
Cardoso, Hamilton. Movimento Negro Unificado (MNU
SÓ UNIDOS SOMOS FORTES - CONTRA A DIVISÃO DO MOVIMENTO SINDICAL
( Helder Molina)
é Historiador, professor da faculdade de Educação da UERJ,educador sindical, assessor de formação da CUT-RJ)
A fundação da Central Única dos Trabalhadores - CUT Brasil - foi produto histórico da luta organizada de um múltiplo e diversificado leque de forças sociais e políticas que resultou num amplo movimento de contestação e combate ao regime militar, suas doutrinas e práticas violentas e autoritárias e pelo resgate do Estado democrático de direito.
Sua criação significou, no campo sindical, um rompimento concreto com os limites da estrutura sindical oficial corporativa, que proibia a existência de organizações interprofissionais. Embora legítima perante os trabalhadores mais conscientes em seus processo luta e organização, sua legalização (existência jurídica) só foi possível a partir da promulgação da Constituição de 1988 que, também devido à mobilização de amplos e diversos setores da sociedade civil e dos movimentos sociais organizados, significou relativo avanço institucional na conquista de direitos humanos, civis e sociais
A participação dos trabalhadores nas lutas pelos seus direitos e na resistência contra o neoliberalismo que tantos sofrimentos trouxe à nossa classe do Brasil e a América Latina na década de 1990 teve, e tem, na CUT um instrumento fundamental. Não é possível analisar a história recente de nosso pais sem citar a sempre presente atuação da CUT no processo social e político.
A CUT, maior central sindical da América Latina, terceira maior do mundo, com cerca de 3400 sindicatos filiados, atuação orgânica em 18 ramos da produção no Brasil, se define, nos seus Estatutos, se define como uma organização sindical de massas em nível máximo, de caráter classista, autônomo e democrático, cujos fundamentos são o compromisso com a defesa dos interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora, a luta por melhores condições de vida e trabalho e o engajamento no processo de transformação da sociedade brasileira em direção à democracia e ao socialismo. E é assim que o trabalhadores devem exigi-la.Seu objetivo fundamental é o de "organizar, representar sindicalmente e dirigir, numa perspectiva classista, a luta dos trabalhadores brasileiros da cidade e do campo, do setor público e privado, ativos e inativos, na defesa dos seus interesses imediatos e históricos".
Para cumprir esse objetivo, a CUT se rege pelos seguintes princípios:"a) defende que os trabalhadores se organizem com total independência frente ao Estado e autonomia em relação aos partidos políticos, e que devem decidir livremente suas formas de organização, filiação e sustentação material.
Neste sentido, a CUT lutará pelos pressupostos consagrados nas convenções 87 e 151 da OIT no sentido de assegurar a definitiva liberdade sindical para os trabalhadores brasileiros;
b) de acordo com sua condição de central sindical unitária e classista, garantirá o exercício da mais ampla democracia em todos os seus organismos e instâncias, assegurando completa liberdade de expressão aos seus filiados, desde que não firam as decisões majoritárias e soberanas tomadas pelas instâncias superiores e seja garantida a plena unidade de ação;
c) desenvolve sua atuação e organização de forma independente do Estado, do governo e do patronato, e de forma autônoma em relação aos partidos e agrupamentos políticos, aos credos e às instituições religiosas e a quaisquer organismos de caráter programático ou institucional;
d) considera que a classe trabalhadora tem na unidade um dos pilares básicos que sustentarão suas lutas e suas conquistas.
Defende que esta unidade seja fruto da vontade e da consciência política dos trabalhadores e combate qualquer forma de unicidade imposta por parte do Estado, do governo ou de agrupamento de caráter programático ou institucional;
e) solidariza-se com todos os movimentos da classe trabalhadora, em qualquer parte do mundo, desde que os objetivos e os princípios desses movimentos não firam os princípios estabelecidos neste Estatuto.
A CUT defenderá a unidade de ação e manterá relações com o movimento sindical internacional, desde que seja assegurada a liberdade e autonomia de cada organização."A CUT, principal conquista dos trabalhadores brasileiros no terreno da organização sindical e que completou 25 anos em 2008, e está sendo violentamente atacada por políticas divisionistas.
Às propostas de desfiliação da CUT, implementadas pela Conlutas e CTB. A divisão da classe trabalhadora são interessa aos patrões e ao Estado, uma política de frente única, de unidade no combate de classe, são fundamentais para vencermos.
Somos fortes porque temos história, enraizamento social, presença nacional, organização em todos os setores da vida dos trabalhadores, sejam rurais ou urbanos, sejam da indústria, dos serviços, do comércio, sejam homens ou mulheres, negros, brancos, mestiços, índios, jovens, adultos idosos.
Contribuímos para organizar e produzimos política para a juventude, mulheres, pessoas com orientação sexuais diferenciadas, meio ambiente, moradia, educação saúde, segurança, transportes, cultura, trabalhadores públicos ou privados, etc.
Estes ataques ocorrem justamente quando a CUT desenvolveu e desenvolve mobilizações e campanhas como a luta contra a Emenda 3 e o PLP 01, contra as Fundações Estatais de Direito Privado, em defesa do Direito Irrestrito de Greve, em apoio à Reforma Agrária, contra qualquer reforma da Previdência que reduza direitos para as atuais ou futuras gerações.
Essas bandeiras e reivindicações estiveram presentes nas jornadas nacionais tiveram um ponto alto na mobilização nacional de mais de 20 mil cutistas em Brasília em 15 de agosto de 2007 e concluíram agora com a Marcha das Centrais de 5 de dezembro.A CUT participou do Plebiscito Popular pela Anulação do Leilão da Vale do Rio Doce, recolhendo mais de 900 mil votos sobre um total de 3,7 milhões.
Em conjunto com a Coordenação de Movimentos Sociais (CMS), a nossa Central participou de mobilizações contra os Leilões das Bacias de Petróleo, questionou a política de concessões de radio e TV, esteve presente em cada luta importante em defesa da construção de um Brasil livre e soberano.Várias greves nacionais, atos e paralisações em estados e municípios mostraram a vitalidade da CUT.
As categorias que mais mobilizaram, fizeram greves e tiveram conquistadas foram organizadas e dirigidas pelos sindicatos e federações filiadas à CUT, como Fasubra, Contraf, Condsef, FUP, por exemplo. Em o sindicalismo CUTista sempre esteve na frente, organizando e dirigindo os trabalhadores.È só buscar os dados e estatísticas do Dieese. Dois pontos comuns estavam presentes em todas elas: a luta pela ampliação ou defesa de direitos da classe trabalhadora e a presença da bandeira vermelha da Central Única dos Trabalhadores.
A mesa nacional de negociação, as conquistas salariais recentemente editadas pelo governo federal, os novos concursos públicos, enfim, são lutas e vitórias que tiveram combativa participação dos trabalhadores do setor público, sob direção da CUT.
Agora a luta contra o imposto sindical, em defesa das convenções 87, 151 e 158 da OIT, que significarão garantias de liberdade de organização, construção de sindicatos fortes, fortalecimento de nossas lutas em torno de estruturas nacionais ou setoriais fortes, e contra as demissões.
A luta pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários, e principalmente a luta contra a redução dos direitos trabalhistas e pela manutenção de nossas conquistas.Os argumentos dos divisionistas são desmentidos pela realidade.
O momento exige o combate de todas e todos cutistas. Temos razões de sobra para defender a CUT, para defender a sua concepção sindical, expressa em seus Estatutos, de defesa da Liberdade e Autonomia Sindical, de luta contra a "unicidade" imposta pelo Estado e o imposto sindical, de um sindicalismo comprometido com a luta por uma sociedade sem explorados e exploradores e baseado no respeito à diversidade de idéias, na democracia sindical e em uma profunda aliança estratégica com os movimentos sociais do Brasil e da América Latina.
A tarefa de defender a CUT contra a divisão, é de todos os cutistas, independentemente de corrente de opinião, pois é a defesa de uma conquista e patrimônio de toda a classe trabalhadora. Não deve haver uma só assembléia que não tenha a presença da nossa combativa militância em defesa de nossa central.
Reafirmando os princípios e compromissos de nossa Central, participando ativamente das lutas sindicais e populares, preservando a independência e autonomia da Central diante de patrões, governos e partidos, para que ela continue a ser esta fundamental ferramenta de luta da classe trabalhadora brasileira.
Unidos somos fortes, a divisão enfraquece e fragmenta os trabalhadores na luta contra o capitalismo.
Helder MolinaHistoriador, professor da faculdade de Educação da UERJ, educador sindical, assessor de formação da CUT-RJ
( Helder Molina)
é Historiador, professor da faculdade de Educação da UERJ,educador sindical, assessor de formação da CUT-RJ)
A fundação da Central Única dos Trabalhadores - CUT Brasil - foi produto histórico da luta organizada de um múltiplo e diversificado leque de forças sociais e políticas que resultou num amplo movimento de contestação e combate ao regime militar, suas doutrinas e práticas violentas e autoritárias e pelo resgate do Estado democrático de direito.
Sua criação significou, no campo sindical, um rompimento concreto com os limites da estrutura sindical oficial corporativa, que proibia a existência de organizações interprofissionais. Embora legítima perante os trabalhadores mais conscientes em seus processo luta e organização, sua legalização (existência jurídica) só foi possível a partir da promulgação da Constituição de 1988 que, também devido à mobilização de amplos e diversos setores da sociedade civil e dos movimentos sociais organizados, significou relativo avanço institucional na conquista de direitos humanos, civis e sociais
A participação dos trabalhadores nas lutas pelos seus direitos e na resistência contra o neoliberalismo que tantos sofrimentos trouxe à nossa classe do Brasil e a América Latina na década de 1990 teve, e tem, na CUT um instrumento fundamental. Não é possível analisar a história recente de nosso pais sem citar a sempre presente atuação da CUT no processo social e político.
A CUT, maior central sindical da América Latina, terceira maior do mundo, com cerca de 3400 sindicatos filiados, atuação orgânica em 18 ramos da produção no Brasil, se define, nos seus Estatutos, se define como uma organização sindical de massas em nível máximo, de caráter classista, autônomo e democrático, cujos fundamentos são o compromisso com a defesa dos interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora, a luta por melhores condições de vida e trabalho e o engajamento no processo de transformação da sociedade brasileira em direção à democracia e ao socialismo. E é assim que o trabalhadores devem exigi-la.Seu objetivo fundamental é o de "organizar, representar sindicalmente e dirigir, numa perspectiva classista, a luta dos trabalhadores brasileiros da cidade e do campo, do setor público e privado, ativos e inativos, na defesa dos seus interesses imediatos e históricos".
Para cumprir esse objetivo, a CUT se rege pelos seguintes princípios:"a) defende que os trabalhadores se organizem com total independência frente ao Estado e autonomia em relação aos partidos políticos, e que devem decidir livremente suas formas de organização, filiação e sustentação material.
Neste sentido, a CUT lutará pelos pressupostos consagrados nas convenções 87 e 151 da OIT no sentido de assegurar a definitiva liberdade sindical para os trabalhadores brasileiros;
b) de acordo com sua condição de central sindical unitária e classista, garantirá o exercício da mais ampla democracia em todos os seus organismos e instâncias, assegurando completa liberdade de expressão aos seus filiados, desde que não firam as decisões majoritárias e soberanas tomadas pelas instâncias superiores e seja garantida a plena unidade de ação;
c) desenvolve sua atuação e organização de forma independente do Estado, do governo e do patronato, e de forma autônoma em relação aos partidos e agrupamentos políticos, aos credos e às instituições religiosas e a quaisquer organismos de caráter programático ou institucional;
d) considera que a classe trabalhadora tem na unidade um dos pilares básicos que sustentarão suas lutas e suas conquistas.
Defende que esta unidade seja fruto da vontade e da consciência política dos trabalhadores e combate qualquer forma de unicidade imposta por parte do Estado, do governo ou de agrupamento de caráter programático ou institucional;
e) solidariza-se com todos os movimentos da classe trabalhadora, em qualquer parte do mundo, desde que os objetivos e os princípios desses movimentos não firam os princípios estabelecidos neste Estatuto.
A CUT defenderá a unidade de ação e manterá relações com o movimento sindical internacional, desde que seja assegurada a liberdade e autonomia de cada organização."A CUT, principal conquista dos trabalhadores brasileiros no terreno da organização sindical e que completou 25 anos em 2008, e está sendo violentamente atacada por políticas divisionistas.
Às propostas de desfiliação da CUT, implementadas pela Conlutas e CTB. A divisão da classe trabalhadora são interessa aos patrões e ao Estado, uma política de frente única, de unidade no combate de classe, são fundamentais para vencermos.
Somos fortes porque temos história, enraizamento social, presença nacional, organização em todos os setores da vida dos trabalhadores, sejam rurais ou urbanos, sejam da indústria, dos serviços, do comércio, sejam homens ou mulheres, negros, brancos, mestiços, índios, jovens, adultos idosos.
Contribuímos para organizar e produzimos política para a juventude, mulheres, pessoas com orientação sexuais diferenciadas, meio ambiente, moradia, educação saúde, segurança, transportes, cultura, trabalhadores públicos ou privados, etc.
Estes ataques ocorrem justamente quando a CUT desenvolveu e desenvolve mobilizações e campanhas como a luta contra a Emenda 3 e o PLP 01, contra as Fundações Estatais de Direito Privado, em defesa do Direito Irrestrito de Greve, em apoio à Reforma Agrária, contra qualquer reforma da Previdência que reduza direitos para as atuais ou futuras gerações.
Essas bandeiras e reivindicações estiveram presentes nas jornadas nacionais tiveram um ponto alto na mobilização nacional de mais de 20 mil cutistas em Brasília em 15 de agosto de 2007 e concluíram agora com a Marcha das Centrais de 5 de dezembro.A CUT participou do Plebiscito Popular pela Anulação do Leilão da Vale do Rio Doce, recolhendo mais de 900 mil votos sobre um total de 3,7 milhões.
Em conjunto com a Coordenação de Movimentos Sociais (CMS), a nossa Central participou de mobilizações contra os Leilões das Bacias de Petróleo, questionou a política de concessões de radio e TV, esteve presente em cada luta importante em defesa da construção de um Brasil livre e soberano.Várias greves nacionais, atos e paralisações em estados e municípios mostraram a vitalidade da CUT.
As categorias que mais mobilizaram, fizeram greves e tiveram conquistadas foram organizadas e dirigidas pelos sindicatos e federações filiadas à CUT, como Fasubra, Contraf, Condsef, FUP, por exemplo. Em o sindicalismo CUTista sempre esteve na frente, organizando e dirigindo os trabalhadores.È só buscar os dados e estatísticas do Dieese. Dois pontos comuns estavam presentes em todas elas: a luta pela ampliação ou defesa de direitos da classe trabalhadora e a presença da bandeira vermelha da Central Única dos Trabalhadores.
A mesa nacional de negociação, as conquistas salariais recentemente editadas pelo governo federal, os novos concursos públicos, enfim, são lutas e vitórias que tiveram combativa participação dos trabalhadores do setor público, sob direção da CUT.
Agora a luta contra o imposto sindical, em defesa das convenções 87, 151 e 158 da OIT, que significarão garantias de liberdade de organização, construção de sindicatos fortes, fortalecimento de nossas lutas em torno de estruturas nacionais ou setoriais fortes, e contra as demissões.
A luta pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários, e principalmente a luta contra a redução dos direitos trabalhistas e pela manutenção de nossas conquistas.Os argumentos dos divisionistas são desmentidos pela realidade.
O momento exige o combate de todas e todos cutistas. Temos razões de sobra para defender a CUT, para defender a sua concepção sindical, expressa em seus Estatutos, de defesa da Liberdade e Autonomia Sindical, de luta contra a "unicidade" imposta pelo Estado e o imposto sindical, de um sindicalismo comprometido com a luta por uma sociedade sem explorados e exploradores e baseado no respeito à diversidade de idéias, na democracia sindical e em uma profunda aliança estratégica com os movimentos sociais do Brasil e da América Latina.
A tarefa de defender a CUT contra a divisão, é de todos os cutistas, independentemente de corrente de opinião, pois é a defesa de uma conquista e patrimônio de toda a classe trabalhadora. Não deve haver uma só assembléia que não tenha a presença da nossa combativa militância em defesa de nossa central.
Reafirmando os princípios e compromissos de nossa Central, participando ativamente das lutas sindicais e populares, preservando a independência e autonomia da Central diante de patrões, governos e partidos, para que ela continue a ser esta fundamental ferramenta de luta da classe trabalhadora brasileira.
Unidos somos fortes, a divisão enfraquece e fragmenta os trabalhadores na luta contra o capitalismo.
Helder MolinaHistoriador, professor da faculdade de Educação da UERJ, educador sindical, assessor de formação da CUT-RJ
MARX, A REVOLUÇÃO RUSSA E A CRISE DO NEOLIBERALISMO
Marx, a revolução Russa e acrise mundial do neoliberalismo
Quem vai pagar a conta?
por Helder Molina
é historiador/UFF, mestre em Educação/UFF, doutorando em Políticas Públicas e Formação Humana/UERJ, professor da faculdade de Educação da UERJ, assessor de formação do SINDPD-RJ e da CUT-RJ.
Este breve artigo rememora os 91 anos da Revolução Russa, completados em outubro, e discute, a partir dos referenciais marxistas, a atual crise financeira do capitalismo, que está desmoronando os mitos e fundamentos do neoliberalismo.
Em setembro de 2008, precisamente duas segundas feiras ("segunda-feiras malditas", segundo Wall Street),15 e 29, a bolha neoliberal dos Estados Unidos explodiu, e ameaçou de arrastar consigo toda economia capitalista mundial. Desde então os magos neoliberais tentam salvar o capitalismo da ação predatória, especulativa e destrutiva dos próprios Este é um tema fundamental para nós, socialistas, na luta para superar o capitalismo, e não salva-lo.Vejamos o que o velho Marx analisou sobre o processo de desenvolvimento do capital e do capitalismo.
No Livro 3 de O Capital, Marx diz: "O verdadeiro limite da produção capitalista é o próprio capital. É o fato de que, nela, são o capital e sua própria valorização, o que constituem o ponto de partida e a meta, o motivo e o fim da produção. A produção só é produção para o capital, ao invés dos meios de produção serem apenas meios de acelerar continuamente o desenvolvimento do processo vital para a sociedade dos produtores.
Os limites dentro dos quais tem que se mover a conservação e a valorização do valor-capital, que se baseia na expropriação e empobrecimento da grande massa dos produtores, se chocam constantemente com os métodos de produção que o capital tem que empregar para conseguir seu objetivo e que visam ao aumento ilimitado da produção, à produção como fim em si mesma, ao desenvolvimento incondicional das forças produtivas sociais do trabalho.
Continua Marx: "O meio empregado - desenvolvimento incondicional das forças produtivas sociais - se choca constantemente com o objetivo perseguido, que é um fim limitado: a valorização do capital existente. Portanto, se o modo de produção capitalista é um meio histórico para desenvolver a força produtiva social e criar o mercado mundial correspondente, envolve ao mesmo tempo uma contradição constante entre esta missão histórica e as relações sociais de produção próprias deste regime"O neoliberalismo, etapa atual do velho capitalismo, se baseia em alguns dogmas, desdobrados em ações políticas.
O primeiro deles é a desregulamentação, a suspensão dos controles estatais sobre a ação do capital. O processo de liberalização das finanças, do comércio e do investimento dos últimos trinta anos destruiu as relações políticas surgidas a partir da crise de 1929, da Segunda Guerra Mundial. Eram regras que, exprimindo a dominação do capital, eram também "formas de controle parcial do mesmo capital". Sua eliminação deixou, por algum tempo, a impressão de que os limites para a livre atuação do capital haviam sido superados.
O segundo meio usado "foi o recurso, em escala sem precedentes, à criação de capital fictício e de meios de crédito para ampliar uma demanda insuficiente no centro do sistema". Finalmente, a terceira forma, "a mais importante historicamente para o capital, foi a reincorporação, enquanto elementos do sistema capitalista mundial, da União Soviética e dos países do Leste Europeu, e da China (Chessnais, 2008)Nos últimos 30 anos vivemos sob a esfera do capitalismo desregulamentado.
Foi nesse ambiente sem regras em que foi criado o mercado mundial, confirmando a tese que Marx havia escrito. Um mercado mundial sem restrições para as operações do capital, que pode, com base nele, "produzir e realizar a mais valia" num "processo de centralização de lucros em escala verdadeiramente internacional". O capital pode ter uma mobilidade nunca vista e "organizar em escala universal o ciclo de valorização", com a vantagem adicional de provocar a "concorrência entre os trabalhadores de todos os países" , transformando o exército industrial de reserva (uma multidão de sobrantes, excluídos, degradados socialmente) e uma escala mundial, principalmente nas periferias do sistema.
Nas fronteiras de uma produção para a produção, segundo Marx. Com uma contradição grave para o capítal: nas condições de desemprego e empobrecimento dos trabalhadores, o acesso limitado das massas a esta produção dificulta a valorização do capital, para o capital em seu conjunto, e para capital em particular. É nestas condições que se acentuam e se tornam mais determinantes, no mercado mundial, as leis cegas da concorrência, tão fortes em nosso tempo.
Ainda Marx: A produção capitalista aspira constantemente a superar os limites imanentes a ela, mas só pode superá-los recorrendo a meios que voltam a levantar ante ela estes mesmos limites, só que com maior forçaNos próximos anos, conforme Chesnais (2008), assistiremos a um desenvolvimento cuja base é o mercado mundial intuído por Marx. Com a particularidade de que, ao contrário do passado (quando eram semicoloniais), China e Índia - e o Brasil, devemos acrescentar - são agora participantes de pleno direito de uma economia mundial única, uma economia mundial unificada em um grau desconhecido até esta etapa da história.
O outro meio para superar os limites para o capital nas economias centrais foi o recurso à criação de formas totalmente artificiais de ampliação da demanda efetiva, e que, somando-se a outras formas de criação de capital fictício, geraram as condições para a atual crise financeira . Capital fictício é, citando Marx, a acumulação de títulos que são sombra de investimentos já feitos e que aparecem com uma dupla feição: para seus possuidores, eles são capital real que pode, numa situação normal, render juros e dividendos; para o sistema como um todo, não são. Nas crises, seu caráter fictício se revela: é capital que não existia.
Por isso é que se pode ler, às vezes, nos jornais, que tal ou qual quantidade de capital desapareceu em quedas nas bolsas: são somas que nunca haviam existido como capital propriamente dito... (Ruy, 2008). Um agravante desta situação, hoje, o fato de que, em muitos países, os sistemas de aposentadoria estão baseados em capital fictício, com a pretensão de participar nos resultados de uma produção capitalista que pode desaparecer nos momentos de crise.
Segundo Ruy (2008) quando os governos conservadores e neoliberais se prestam a rejuvenescer o sistema financeira por meio de um intervencionismo estatal, reforça-se o caráter de classe do Estado."O governo do estado moderno não é mais do que uma junta que administra os negócios comuns de toda a classe burguesa". (Marx)Em momentos de necessidade emerge sua essência. Injetar bilhões e bilhões de dólares ou euros para evitar uma catástrofe financeira supõe orientar politicamente as decisões.
Da mesma forma, leva-se a salvar os grandes empresários e as multinacionais. O horizonte é recuperar o sistema. Não se busca uma crítica sobre as causas que motivaram se chegar a tal ponto. Não se perguntam sobre as origens de uma ordem social fundada na exploração dos recursos naturais, na degradação do meio ambiente e em uma continuada e constante perda de direitos sociais, políticos e econômicas da maioria da população.
Ou seja, não se trata de dar um giro de 180 graus.A resposta à crise consiste em velar sua causa, a irracionalidade da exploração do homem pelo homem e do homem sobre a natureza. Em ocultar o benefício das empresas multinacionais, donas das tecnologias e patentes, primeiro, de deixar com fome continentes inteiros e, depois, de levar à morte milhares de crianças para aumentas rendimentos em condições de monopólio. Empresas patrocinadoras de guerras espúrias, de venda de armas, de trabalho infantil e de imigração ilegal. Fatores que colaboram para tornar mais baratos os custos de produção e aumentar seu controle sobre governantes corruptos e dóceis.
A relação capital-trabalho se assenta sobre a expropriação do excedente econômico produzido pelo trabalhador em condições de apropriação privada. Assim, quem paga essa conta são os de sempre. As classes exploradas e oprimidas do campo e da cidade. Salvar a ordem econômica, sem modificar sua estrutura e sua organização, leva a um aumento da desigualdade social. O método do capital para superar seus limites, isto é, a liberalização e a livre circulação mundial do capital - se transformou em fonte de novas tensões, conflitos e contradições, indicando que uma nova etapa histórica se abrirá através desta crise
Ora, " a burguesia despojou da sua auréola todas as atividades que até ai passavam por veneráveis e dignas de piedoso respeito. Converteu o médico, o jurista, o padre, o poeta, o sábio em assalariados ao seu serviço.A burguesia rasgou o véu de emocionante sentimentalismo que cobria as relações familiares e reduziu-as a simples relações de dinheiro." (Marx., Manifesto Comunista). Mais que isso, " a história de todas as sociedades que existiram até aos nossos dias é a história da luta de classes.
Homens livres e escravos, patrícios e plebeus, senhores e servos, mestres e oficiais, numa palavra: opressores e oprimidos, em oposição constante, travaram uma guerra ininterrupta, ora aberta, ora dissimulada" ( Marx, idem.) Sobre os laços de solidariedade, fraternidade e ética, Marx afirma que o capitalismo, "esmagou-os sem piedade para não deixar subsistir outro vínculo entre os homens que o frio interesse, as duras exigências do "a contado"... Afagou o sagrado êxtase do fervor religioso, o entusiasmo cavalheiresco e o sentimentalismo pequeno-burguês nas águas geladas do calculo egoísta...Fez da dignidade pessoal um simples valor de troca; substituiu as liberdades tão afetuosamente conquistadas por uma liberdade única e impiedosa: a liberdade do comércio". (Marx, ibidem).
Nenhum grande capitalista irá pela cadeia. Nem serão submetidos à condenação pública, nem manifestarão vergonha ou constrangimento com o que fizeram. Esses poucos inescrupulosos causaram esse desastre. Nem não houver mobilização, denúncia e luta social dos trabalhadores, buscarão reformar o sistema, e manter a exploração, e o capitalismo retomará se rumo, só que com o agravante, conforme Mészáros, a sua lógica destrutiva condenará o próprio planeta, e a existência humana nele, à completa destruição. Ao contrário da civilização, o capitalismo na sua etapa atual é portador da barbárie.
Hoje mais do que nunca Marx tinha razãoAção política dos trabalhadores, estudantes, dirigentes e militantes dos sindicatos, entidades dos movimentos populares, movimentos de lutas pelos direitos, devem se pautar não na "reinvenção" do capitalismo, como sugerem os meios de comuncação e seus articulistas, e os analistas da atual crise.
Ao rememorar a revolução russa, utilizamos da teoria e da política marxista, na luta do movimento operário contra o capitalismo, na batalha pela construção de um novo modo de produção da vida, da sociedade, da economia, enfim, da existência humana, que está na ordem do dia, como tarefa para todos os que são contra a barbárie incivilizatória e degradante, que é o capitalismo.
Este artigo tem referência em Marx (O Capital, livro 3) e Marx/Engels (Manifesto Comunista), José Carlos Ruy (O debate da crise) e Chessnais (Artigo publicado na revista marxista argentina Herramienta)
Helder Molina é historiador/UFF, mestre em Educação/UFF, doutorando em Políticas Públicas e Formação Humana/UERJ, professor da faculdade de Educação da UERJ, assessor de formação do SINDPD-RJ e da CUT-RJ.
Marx, a revolução Russa e acrise mundial do neoliberalismo
Quem vai pagar a conta?
por Helder Molina
é historiador/UFF, mestre em Educação/UFF, doutorando em Políticas Públicas e Formação Humana/UERJ, professor da faculdade de Educação da UERJ, assessor de formação do SINDPD-RJ e da CUT-RJ.
Este breve artigo rememora os 91 anos da Revolução Russa, completados em outubro, e discute, a partir dos referenciais marxistas, a atual crise financeira do capitalismo, que está desmoronando os mitos e fundamentos do neoliberalismo.
Em setembro de 2008, precisamente duas segundas feiras ("segunda-feiras malditas", segundo Wall Street),15 e 29, a bolha neoliberal dos Estados Unidos explodiu, e ameaçou de arrastar consigo toda economia capitalista mundial. Desde então os magos neoliberais tentam salvar o capitalismo da ação predatória, especulativa e destrutiva dos próprios Este é um tema fundamental para nós, socialistas, na luta para superar o capitalismo, e não salva-lo.Vejamos o que o velho Marx analisou sobre o processo de desenvolvimento do capital e do capitalismo.
No Livro 3 de O Capital, Marx diz: "O verdadeiro limite da produção capitalista é o próprio capital. É o fato de que, nela, são o capital e sua própria valorização, o que constituem o ponto de partida e a meta, o motivo e o fim da produção. A produção só é produção para o capital, ao invés dos meios de produção serem apenas meios de acelerar continuamente o desenvolvimento do processo vital para a sociedade dos produtores.
Os limites dentro dos quais tem que se mover a conservação e a valorização do valor-capital, que se baseia na expropriação e empobrecimento da grande massa dos produtores, se chocam constantemente com os métodos de produção que o capital tem que empregar para conseguir seu objetivo e que visam ao aumento ilimitado da produção, à produção como fim em si mesma, ao desenvolvimento incondicional das forças produtivas sociais do trabalho.
Continua Marx: "O meio empregado - desenvolvimento incondicional das forças produtivas sociais - se choca constantemente com o objetivo perseguido, que é um fim limitado: a valorização do capital existente. Portanto, se o modo de produção capitalista é um meio histórico para desenvolver a força produtiva social e criar o mercado mundial correspondente, envolve ao mesmo tempo uma contradição constante entre esta missão histórica e as relações sociais de produção próprias deste regime"O neoliberalismo, etapa atual do velho capitalismo, se baseia em alguns dogmas, desdobrados em ações políticas.
O primeiro deles é a desregulamentação, a suspensão dos controles estatais sobre a ação do capital. O processo de liberalização das finanças, do comércio e do investimento dos últimos trinta anos destruiu as relações políticas surgidas a partir da crise de 1929, da Segunda Guerra Mundial. Eram regras que, exprimindo a dominação do capital, eram também "formas de controle parcial do mesmo capital". Sua eliminação deixou, por algum tempo, a impressão de que os limites para a livre atuação do capital haviam sido superados.
O segundo meio usado "foi o recurso, em escala sem precedentes, à criação de capital fictício e de meios de crédito para ampliar uma demanda insuficiente no centro do sistema". Finalmente, a terceira forma, "a mais importante historicamente para o capital, foi a reincorporação, enquanto elementos do sistema capitalista mundial, da União Soviética e dos países do Leste Europeu, e da China (Chessnais, 2008)Nos últimos 30 anos vivemos sob a esfera do capitalismo desregulamentado.
Foi nesse ambiente sem regras em que foi criado o mercado mundial, confirmando a tese que Marx havia escrito. Um mercado mundial sem restrições para as operações do capital, que pode, com base nele, "produzir e realizar a mais valia" num "processo de centralização de lucros em escala verdadeiramente internacional". O capital pode ter uma mobilidade nunca vista e "organizar em escala universal o ciclo de valorização", com a vantagem adicional de provocar a "concorrência entre os trabalhadores de todos os países" , transformando o exército industrial de reserva (uma multidão de sobrantes, excluídos, degradados socialmente) e uma escala mundial, principalmente nas periferias do sistema.
Nas fronteiras de uma produção para a produção, segundo Marx. Com uma contradição grave para o capítal: nas condições de desemprego e empobrecimento dos trabalhadores, o acesso limitado das massas a esta produção dificulta a valorização do capital, para o capital em seu conjunto, e para capital em particular. É nestas condições que se acentuam e se tornam mais determinantes, no mercado mundial, as leis cegas da concorrência, tão fortes em nosso tempo.
Ainda Marx: A produção capitalista aspira constantemente a superar os limites imanentes a ela, mas só pode superá-los recorrendo a meios que voltam a levantar ante ela estes mesmos limites, só que com maior forçaNos próximos anos, conforme Chesnais (2008), assistiremos a um desenvolvimento cuja base é o mercado mundial intuído por Marx. Com a particularidade de que, ao contrário do passado (quando eram semicoloniais), China e Índia - e o Brasil, devemos acrescentar - são agora participantes de pleno direito de uma economia mundial única, uma economia mundial unificada em um grau desconhecido até esta etapa da história.
O outro meio para superar os limites para o capital nas economias centrais foi o recurso à criação de formas totalmente artificiais de ampliação da demanda efetiva, e que, somando-se a outras formas de criação de capital fictício, geraram as condições para a atual crise financeira . Capital fictício é, citando Marx, a acumulação de títulos que são sombra de investimentos já feitos e que aparecem com uma dupla feição: para seus possuidores, eles são capital real que pode, numa situação normal, render juros e dividendos; para o sistema como um todo, não são. Nas crises, seu caráter fictício se revela: é capital que não existia.
Por isso é que se pode ler, às vezes, nos jornais, que tal ou qual quantidade de capital desapareceu em quedas nas bolsas: são somas que nunca haviam existido como capital propriamente dito... (Ruy, 2008). Um agravante desta situação, hoje, o fato de que, em muitos países, os sistemas de aposentadoria estão baseados em capital fictício, com a pretensão de participar nos resultados de uma produção capitalista que pode desaparecer nos momentos de crise.
Segundo Ruy (2008) quando os governos conservadores e neoliberais se prestam a rejuvenescer o sistema financeira por meio de um intervencionismo estatal, reforça-se o caráter de classe do Estado."O governo do estado moderno não é mais do que uma junta que administra os negócios comuns de toda a classe burguesa". (Marx)Em momentos de necessidade emerge sua essência. Injetar bilhões e bilhões de dólares ou euros para evitar uma catástrofe financeira supõe orientar politicamente as decisões.
Da mesma forma, leva-se a salvar os grandes empresários e as multinacionais. O horizonte é recuperar o sistema. Não se busca uma crítica sobre as causas que motivaram se chegar a tal ponto. Não se perguntam sobre as origens de uma ordem social fundada na exploração dos recursos naturais, na degradação do meio ambiente e em uma continuada e constante perda de direitos sociais, políticos e econômicas da maioria da população.
Ou seja, não se trata de dar um giro de 180 graus.A resposta à crise consiste em velar sua causa, a irracionalidade da exploração do homem pelo homem e do homem sobre a natureza. Em ocultar o benefício das empresas multinacionais, donas das tecnologias e patentes, primeiro, de deixar com fome continentes inteiros e, depois, de levar à morte milhares de crianças para aumentas rendimentos em condições de monopólio. Empresas patrocinadoras de guerras espúrias, de venda de armas, de trabalho infantil e de imigração ilegal. Fatores que colaboram para tornar mais baratos os custos de produção e aumentar seu controle sobre governantes corruptos e dóceis.
A relação capital-trabalho se assenta sobre a expropriação do excedente econômico produzido pelo trabalhador em condições de apropriação privada. Assim, quem paga essa conta são os de sempre. As classes exploradas e oprimidas do campo e da cidade. Salvar a ordem econômica, sem modificar sua estrutura e sua organização, leva a um aumento da desigualdade social. O método do capital para superar seus limites, isto é, a liberalização e a livre circulação mundial do capital - se transformou em fonte de novas tensões, conflitos e contradições, indicando que uma nova etapa histórica se abrirá através desta crise
Ora, " a burguesia despojou da sua auréola todas as atividades que até ai passavam por veneráveis e dignas de piedoso respeito. Converteu o médico, o jurista, o padre, o poeta, o sábio em assalariados ao seu serviço.A burguesia rasgou o véu de emocionante sentimentalismo que cobria as relações familiares e reduziu-as a simples relações de dinheiro." (Marx., Manifesto Comunista). Mais que isso, " a história de todas as sociedades que existiram até aos nossos dias é a história da luta de classes.
Homens livres e escravos, patrícios e plebeus, senhores e servos, mestres e oficiais, numa palavra: opressores e oprimidos, em oposição constante, travaram uma guerra ininterrupta, ora aberta, ora dissimulada" ( Marx, idem.) Sobre os laços de solidariedade, fraternidade e ética, Marx afirma que o capitalismo, "esmagou-os sem piedade para não deixar subsistir outro vínculo entre os homens que o frio interesse, as duras exigências do "a contado"... Afagou o sagrado êxtase do fervor religioso, o entusiasmo cavalheiresco e o sentimentalismo pequeno-burguês nas águas geladas do calculo egoísta...Fez da dignidade pessoal um simples valor de troca; substituiu as liberdades tão afetuosamente conquistadas por uma liberdade única e impiedosa: a liberdade do comércio". (Marx, ibidem).
Nenhum grande capitalista irá pela cadeia. Nem serão submetidos à condenação pública, nem manifestarão vergonha ou constrangimento com o que fizeram. Esses poucos inescrupulosos causaram esse desastre. Nem não houver mobilização, denúncia e luta social dos trabalhadores, buscarão reformar o sistema, e manter a exploração, e o capitalismo retomará se rumo, só que com o agravante, conforme Mészáros, a sua lógica destrutiva condenará o próprio planeta, e a existência humana nele, à completa destruição. Ao contrário da civilização, o capitalismo na sua etapa atual é portador da barbárie.
Hoje mais do que nunca Marx tinha razãoAção política dos trabalhadores, estudantes, dirigentes e militantes dos sindicatos, entidades dos movimentos populares, movimentos de lutas pelos direitos, devem se pautar não na "reinvenção" do capitalismo, como sugerem os meios de comuncação e seus articulistas, e os analistas da atual crise.
Ao rememorar a revolução russa, utilizamos da teoria e da política marxista, na luta do movimento operário contra o capitalismo, na batalha pela construção de um novo modo de produção da vida, da sociedade, da economia, enfim, da existência humana, que está na ordem do dia, como tarefa para todos os que são contra a barbárie incivilizatória e degradante, que é o capitalismo.
Este artigo tem referência em Marx (O Capital, livro 3) e Marx/Engels (Manifesto Comunista), José Carlos Ruy (O debate da crise) e Chessnais (Artigo publicado na revista marxista argentina Herramienta)
Helder Molina é historiador/UFF, mestre em Educação/UFF, doutorando em Políticas Públicas e Formação Humana/UERJ, professor da faculdade de Educação da UERJ, assessor de formação do SINDPD-RJ e da CUT-RJ.
MINHA FORMAÇÃO E ATUAÇÃO PROFISSIONAL
@ - Doutorando em Políticas Públicas e Formação Humana, pelo Programa de Pós Graduação em Plíticas Públicas e formação Humana, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - PPFH-UERJ. Projeto de tese: Sindicalismo e Formação Humana: A Crise do Sindicalismo Contemporâneo: Adaptação ou Ruptura? Orientação: Dr. Gaudêncio Frigotto.
@ - Mestrado em Educação, pelo Programa de Pós Graduação em Trabalho e Educação, da Universidade Federal Fluminense (2004). Dissertação: Sindicalismo, Educação e Neoliberalismo: A Travessia Contraditória - As Políticas de Educação de Trabalhadores, desenvolvida pela CUT na década de 1990.
@ Especialização Latu Sensu em História do Brasil, pela Universidade Candido Mendes - UCAM. (2006) Dissertação: A Transição da Escravidão ao Trabalho Assalariado no Brasil: Origens do assalariamento e dos sindicatos.
@ Graduação em História (Licenciatura e Bacharelado)pela Universidade Federal Fluminense (1998).@ Fui professor da Universidade Estácio de Sá, curso de pedagogia, nas disciplina: História da educação; Sociologia da Educação; Didática da Educação Profissional; Pesquisa e Prática em Educação; Orientação de Monografia e Projetos de Pesquisas; Teoria e metodologia de Ensino de História e Geografia (2003-2006).
@ Atualmente professor da Faculdade de Educação da UERJ, curso de Pedagogia, disciplina: Trabalho, Educação e Desenvolvimento Profisisonal; Educação e Movimentos Sociais; Estágio Supervisionado em Pedagogia nos Movimentos Sociais.
@ Sou assessor de formação política do SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EMPRESAS DE INFORMÁTICA DO RJ,
@ Sou assessor de formação política da CUT/RJ - CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES/RIO DE JANEIRO.
@ Sou Consultor e Assessor em Formação Política, Planejamento Estratégico Institucional e Projetos de Educação, desenvolvendo cursos, projetos e assessorias para sindicatos, movimentoso sociais, instutuições educacionais, ONGs.
@ Trabalho profissionalmente na área de Sindicalismo, Educação, e História, atuando principalmente nos seguintes temas: educação, direitos sociais, sindicalismo, educação de jovens e adultos, cidadania e políticas públicas.heldermolina@ig.com.br, professorheldermolina@gmail.com, (21) 25096333, (21) 9769 4933Rio de Janeiro - RJ
@ - Doutorando em Políticas Públicas e Formação Humana, pelo Programa de Pós Graduação em Plíticas Públicas e formação Humana, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - PPFH-UERJ. Projeto de tese: Sindicalismo e Formação Humana: A Crise do Sindicalismo Contemporâneo: Adaptação ou Ruptura? Orientação: Dr. Gaudêncio Frigotto.
@ - Mestrado em Educação, pelo Programa de Pós Graduação em Trabalho e Educação, da Universidade Federal Fluminense (2004). Dissertação: Sindicalismo, Educação e Neoliberalismo: A Travessia Contraditória - As Políticas de Educação de Trabalhadores, desenvolvida pela CUT na década de 1990.
@ Especialização Latu Sensu em História do Brasil, pela Universidade Candido Mendes - UCAM. (2006) Dissertação: A Transição da Escravidão ao Trabalho Assalariado no Brasil: Origens do assalariamento e dos sindicatos.
@ Graduação em História (Licenciatura e Bacharelado)pela Universidade Federal Fluminense (1998).@ Fui professor da Universidade Estácio de Sá, curso de pedagogia, nas disciplina: História da educação; Sociologia da Educação; Didática da Educação Profissional; Pesquisa e Prática em Educação; Orientação de Monografia e Projetos de Pesquisas; Teoria e metodologia de Ensino de História e Geografia (2003-2006).
@ Atualmente professor da Faculdade de Educação da UERJ, curso de Pedagogia, disciplina: Trabalho, Educação e Desenvolvimento Profisisonal; Educação e Movimentos Sociais; Estágio Supervisionado em Pedagogia nos Movimentos Sociais.
@ Sou assessor de formação política do SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EMPRESAS DE INFORMÁTICA DO RJ,
@ Sou assessor de formação política da CUT/RJ - CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES/RIO DE JANEIRO.
@ Sou Consultor e Assessor em Formação Política, Planejamento Estratégico Institucional e Projetos de Educação, desenvolvendo cursos, projetos e assessorias para sindicatos, movimentoso sociais, instutuições educacionais, ONGs.
@ Trabalho profissionalmente na área de Sindicalismo, Educação, e História, atuando principalmente nos seguintes temas: educação, direitos sociais, sindicalismo, educação de jovens e adultos, cidadania e políticas públicas.heldermolina@ig.com.br, professorheldermolina@gmail.com, (21) 25096333, (21) 9769 4933Rio de Janeiro - RJ
FORMAÇÃO: FERRAMENTA ESTRATÉGICA PARA O TRABALHADOR
Helder Molina (*)
A emancipação dos trabalhadores deve ser obra dos próprios trabalhadores, as mudanças sociais profundas só foram realizadas a custo de muita luta de nossa classe. A única classe que desejo, pode e precisa mudar o mundo é a classe dos trabalhadores. Essas questões só podem ser compreendidas se estudar paciente e atentamente a realidade.
Conhecer para lutar melhor. Debater para aprender coletivamente. A formação é mais do que nunca essencial para os sindicatos e para todos movimentos sociais. Formas novos militantes, descobrir coletivamente novas estratégias e formas de lutas.O mundo hoje é complexo, mas não adiante só constatar isso.
Todas as vêzes em que terminamos um curso ou seminário de formação, no momento da avaliação, a maioria dos participantes reafi rmam a importância da formação política, tanto para os novos quanto para os antigos militantes e dirigentes.
Que a formação deve ser prioridade, deve ser continuada, abordar outros temas, para compreender a história, a economia, a política, a sociedade, direitos sociais, meio ambiente, saúde, gênero, cultura, educação, o Estado, enfim, aprofundar o conhecimento sobre todos os aspectos da vida do trabalhador.E esse sentimento de que a formação é algo estratégico, fundamental e necessário, vem sendo manifestado em todos os espaços de debate das direções, congressos e plenárias sindicais.É verdade que vivemos um tempo complexo, com profundas e aceleradas mudanças no mundo do trabalho, de globalização, crise do emprego formal e do trabalho assalariado.
Um tempo em que a dominação capitalista se traveste de novas formas de gestão, de novos métodos de produção, de novas sociabilizadas baseadas no consumo, no individualismo, na competição é na desenfreada busca de respostas individuais para problemas que só podem ser resolvidos coletivamente.As inovações tecnológicas, o endeusamento do mercado, que transforma o dinheiro numa religião, a alienação crescente dos jovens, a falta de perspectivas profissionais, a exclusão crescente das massas trabalhadoras, colocam para nós o desafio de se debruçar nos estudos, abandonar as respostas fáceis, os chavões, as palavras de ordens vazias de conteúdos, e aprofundar na reflexão política da realidade em que vivemos.
Ler, criticar o que lê, estabelecer comparações sobre o que se está lendo, buscar dados, informações complementares, se abastecer de teoria, para enfrentar um praticismo cada dia mais despolitizado que assola o sindicalismo atual. A formação é uma arma estratégica, uma ferramenta cada dia mais essencial, pois ela permite o debate, a reflexão coletiva, a elaboração científica das respostas aos nossos atuais desafios.
O próprio movimento sindical passa por profundas mudanças, temos o desafio colocado pela reconhecimento e legalização das centrais sindicais, pelo nova confi guração da estrutura sindical atual.Tarefas cada dia mais importantes como a luta pela redução da jornada de trabalho, o combate ao imposto sindical e a busca de novas formas autônomas e livres de fi nanciamento dos sindicatos, a necessidade de se realizar campanhas massivas de sindicalização, no sentido de fortalecer os sindicatos.As lutas pela aprovação das convenções da OIT (87, 151, 158), entre outras urgentes tarefas.
No setor público, garantir as mesas de negociação, a ampliação e defesa dos direitos, o respeito ao trabalhador do serviço público.Por isso criar, ter, manter e aprofundar seu plano de formação política e sindical, fortalecendo as delegacias, OLTs, sessões sindicais, CIPAs, núcleos, representações por locais de trabalho, etc, politizando os debates, ampliando sua representação, trazendo novos filiados, dando argumentos aos seus dirigentes nos embates contra o Estado e os patrões.
O sindicalismo combativo deve aprofundar a formação, para consolidar-se, tornar-se mais representativa, forte, democrática, autônoma, independente, e de luta e enraizada em todo território nacional. Não é hora de divisão, é hora de dar sentido e engajamento estratégico.
Organizar um coletivo de formação, manter uma agenda de cursos, com metodologias que garantam a participação de todos, em todos os níveis, sem dogmatismos, sem preconceitos, sem patrulhamentos, sem arrogâncias pretensamente intelectuais, são tarefas da gestão sindical.
Analisar a conjuntura, discutir e conhecer as concepções sindicais em disputa hoje no movimento, conhecer a história de nossa classe, estudar as classes sociais, o Estado brasileiro, abordar as questões de gênero, sexualidade, juventude, aposentados, questões etnico-raciais, enfim. uma agenda plural, que não seja meramente decorativa, mas permanente, continuada, para fazer avançar nossa organização, na luta contra o capitalismo e seu Estado, a burguesia, e os inimigos dos trabalhadores. Se muito conquistamos, é porque muito lutamos.
Avançar depende da nossa união, solidariedade e construção coletiva. Se muito vale o já feito, mais vale o que será.
*Helder Molina é Licenciado e bacharesl em História/UFF, mestre em Educação/UFF,doutorando em Políticas Públicas e Formação Humana/PPFH-UERJ, educador sindical, professor da faculdade de Educação da UERJ
Helder Molina (*)
A emancipação dos trabalhadores deve ser obra dos próprios trabalhadores, as mudanças sociais profundas só foram realizadas a custo de muita luta de nossa classe. A única classe que desejo, pode e precisa mudar o mundo é a classe dos trabalhadores. Essas questões só podem ser compreendidas se estudar paciente e atentamente a realidade.
Conhecer para lutar melhor. Debater para aprender coletivamente. A formação é mais do que nunca essencial para os sindicatos e para todos movimentos sociais. Formas novos militantes, descobrir coletivamente novas estratégias e formas de lutas.O mundo hoje é complexo, mas não adiante só constatar isso.
Todas as vêzes em que terminamos um curso ou seminário de formação, no momento da avaliação, a maioria dos participantes reafi rmam a importância da formação política, tanto para os novos quanto para os antigos militantes e dirigentes.
Que a formação deve ser prioridade, deve ser continuada, abordar outros temas, para compreender a história, a economia, a política, a sociedade, direitos sociais, meio ambiente, saúde, gênero, cultura, educação, o Estado, enfim, aprofundar o conhecimento sobre todos os aspectos da vida do trabalhador.E esse sentimento de que a formação é algo estratégico, fundamental e necessário, vem sendo manifestado em todos os espaços de debate das direções, congressos e plenárias sindicais.É verdade que vivemos um tempo complexo, com profundas e aceleradas mudanças no mundo do trabalho, de globalização, crise do emprego formal e do trabalho assalariado.
Um tempo em que a dominação capitalista se traveste de novas formas de gestão, de novos métodos de produção, de novas sociabilizadas baseadas no consumo, no individualismo, na competição é na desenfreada busca de respostas individuais para problemas que só podem ser resolvidos coletivamente.As inovações tecnológicas, o endeusamento do mercado, que transforma o dinheiro numa religião, a alienação crescente dos jovens, a falta de perspectivas profissionais, a exclusão crescente das massas trabalhadoras, colocam para nós o desafio de se debruçar nos estudos, abandonar as respostas fáceis, os chavões, as palavras de ordens vazias de conteúdos, e aprofundar na reflexão política da realidade em que vivemos.
Ler, criticar o que lê, estabelecer comparações sobre o que se está lendo, buscar dados, informações complementares, se abastecer de teoria, para enfrentar um praticismo cada dia mais despolitizado que assola o sindicalismo atual. A formação é uma arma estratégica, uma ferramenta cada dia mais essencial, pois ela permite o debate, a reflexão coletiva, a elaboração científica das respostas aos nossos atuais desafios.
O próprio movimento sindical passa por profundas mudanças, temos o desafio colocado pela reconhecimento e legalização das centrais sindicais, pelo nova confi guração da estrutura sindical atual.Tarefas cada dia mais importantes como a luta pela redução da jornada de trabalho, o combate ao imposto sindical e a busca de novas formas autônomas e livres de fi nanciamento dos sindicatos, a necessidade de se realizar campanhas massivas de sindicalização, no sentido de fortalecer os sindicatos.As lutas pela aprovação das convenções da OIT (87, 151, 158), entre outras urgentes tarefas.
No setor público, garantir as mesas de negociação, a ampliação e defesa dos direitos, o respeito ao trabalhador do serviço público.Por isso criar, ter, manter e aprofundar seu plano de formação política e sindical, fortalecendo as delegacias, OLTs, sessões sindicais, CIPAs, núcleos, representações por locais de trabalho, etc, politizando os debates, ampliando sua representação, trazendo novos filiados, dando argumentos aos seus dirigentes nos embates contra o Estado e os patrões.
O sindicalismo combativo deve aprofundar a formação, para consolidar-se, tornar-se mais representativa, forte, democrática, autônoma, independente, e de luta e enraizada em todo território nacional. Não é hora de divisão, é hora de dar sentido e engajamento estratégico.
Organizar um coletivo de formação, manter uma agenda de cursos, com metodologias que garantam a participação de todos, em todos os níveis, sem dogmatismos, sem preconceitos, sem patrulhamentos, sem arrogâncias pretensamente intelectuais, são tarefas da gestão sindical.
Analisar a conjuntura, discutir e conhecer as concepções sindicais em disputa hoje no movimento, conhecer a história de nossa classe, estudar as classes sociais, o Estado brasileiro, abordar as questões de gênero, sexualidade, juventude, aposentados, questões etnico-raciais, enfim. uma agenda plural, que não seja meramente decorativa, mas permanente, continuada, para fazer avançar nossa organização, na luta contra o capitalismo e seu Estado, a burguesia, e os inimigos dos trabalhadores. Se muito conquistamos, é porque muito lutamos.
Avançar depende da nossa união, solidariedade e construção coletiva. Se muito vale o já feito, mais vale o que será.
*Helder Molina é Licenciado e bacharesl em História/UFF, mestre em Educação/UFF,doutorando em Políticas Públicas e Formação Humana/PPFH-UERJ, educador sindical, professor da faculdade de Educação da UERJ
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