Doutor em Políticas Públicas e Formação Humana (UERJ); Mestre em Educação (UFF); Licenciado e Bacharel em História (UFF). Trabalho com Assessoria Sindical; Formação Política; Produção de Conteúdos; Planejamento; Gestão; Elaboração e Produção de Cadernos de Formação, Apostilas, Conteúdos Didáticos; Produção e Execução de Cursos, Seminários, Palestras, Aulas, Oficinas; Produção de Projetos Sindicais, professorheldermolina@gmail.com - 21 997694933,Facebook: Helder Molina Molina
sábado, 3 de outubro de 2015
A importância da Formação Sindical e da Organização nos Locais de Trabalho
A importância da Formação Sindical e da Organização nos Locais de Trabalho
Helder Molina (*)
Um dos objetivos principais da formação é construir novas lideranças, ajudar a construir no militante uma consciência mais solidária, mais fraterna, que nada cai do céu, que as conquistas vem em processos que muitas vezes duram longos períodos.
A Formação sindical tem o papel também de renovar a militância sindical, para dar continuidade à organização e luta dos trabalhadores em defesa de seus direitos. Penso que a formação é uma ferramenta muito importante para fortalecer a ação sindical, resgatar a história de lutas de nossa classe e de nosso movimento, discutir e atualizar o debate sobre as concepções e estruturas sindicais, de ontem e as atuais, mas fundamentalmente, para mim, o papel da formação é dar conhecimento político, argumento e conteúdos para compreender o mundo, a realidade social, a luta de classes e busca de uma sociedade democrática e justa.
O que é prioridade na formação do sindicalista de hoje é estudar e conhecer a história da nossa classe e dos sindicatos. Conhecer e analisar o que é o capitalismo, a sociedade capitalista, as classes sociais, o Estado, o papel dos sindicatos, a organização e luta na defesa dos direitos dos trabalhadores.
Conhecer as concepções e a estrutura sindical, os desafios atuais, as dificuldades enfrentadas hoje, pelos trabalhadores, na conquista e garantia de seus direitos. A formação também deve ensinar o dirigente sindical a planejar a gestão, definir metas e objetivos, quais ações devem desenvolver. Como se comunicar, falar em público, convencer, argumentar, como negociar, como participar nas mesas como fazer uma pauta, como conduzir uma assembléia, uma plenária, etc.
O sindicato deve lutar pela defesa dos direitos dos trabalhadores. O papel fundamental dos sindicatos é a luta e a negociação, na busca e garantia dos direitos sindicais, políticos, sociais e trabalhistas.
O sindicato deve priorizar a organização nos locais de trabalho, estar sempre junto dos trabalhadores, ouvindo suas reivindicações, escutando suas propostas, buscando politizá-lo, trazer para a luta coletiva. Sozinho ninguém conquista nada.
O dirigente sindical deve ser paciente, tolerante, ter argumentos, precisa estudar, conhecer a realidade, discutir conjuntura, entender de economia e de política, pois ele é um formador de opinião, um exemplo para os trabalhadores.
A luta prática educa os trabalhadores, no cotidiano dos enfrentamentos com os patrões e os governos, mas precisa estudar, conhecer teoria, aprofundar os conhecimentos, enfim.
Desde o surgimento do capitalismo os trabalhadores lutam para garantir seus direitos. O capitalismo, e o capitalista, vive da exploração dos trabalhadores, a produção dos lucros vem do trabalho não pago aos trabalhadores.
O trabalho do trabalhador é que produz as mercadorias, as riquezas, transforma a natureza, mas o nosso trabalho é apropriado, expropriado pelos capitalistas, pelos patrões, e nisso se assenta a exploração, a exclusão social, a miséria.
A concentração de renda, a acumulação dos lucros advém dessa exploração e exclusão. Lutamos contra o capitalismo, e buscamos uma economia, Estado e sociedade em que o trabalho humano, e suas riquezas, sejam distribuídos de forma justa e equilibrada, entre os trabalhadores.
Uma luta coletiva, processual, que se afirma em cada greve, cada mobilização, cada combate, nas vitórias e nas derrotas, enfim
Nos últimos 40 anos, os trabalhadores do estão na linha de frente da organização sindical, da busca dos direitos, e na construção de um serviço público que atenda aos reais interesses da maioria da sociedade, que são os trabalhadores.
Foram fundamentais na luta contra a ditadura e pela reconquista da democracia e do Estado democrático de direito no Brasil, na ideologia do Estado mínimo e mercado máximo.
Tenho grande respeito, consideração e admiração pela luta dos trabalhadores, e eles são fundamentais para um Estado democrático, voltado aos interesses maiores dos trabalhadores brasileiros. Nas lutas permanentes, nos debates nas assembleias, na importância da formação política, nos cursos de formação, para alargar nossa visão de sociedade, superando o corporativismo e o burocratismo, que nos faz olhar para os próprios umbigos.
As mesas nacionais e setoriais de negociação com o governo, os grupos de trabalhos, os avanços nas negociações com o governo, agora que temos um governo que negocia, ouve os trabalhadores, e reconstrói o Estado, que foi destruido nos tempos neoliberais, tudo isso é importante, mas não pode substituir a autonomia, a independência e a luta dos trabalhadores.
Sindicato deve ser independente de partidos e do Estado, ter autonomia e se basear nos reais interesses dos trabalhadores, elevando sua consciência e reafirmando sempre que só a luta conquista direito, e que tudo que conquistamos até hoje é fruto de nossa luta e organização.
Helder Molina (*)
Um dos objetivos principais da formação é construir novas lideranças, ajudar a construir no militante uma consciência mais solidária, mais fraterna, que nada cai do céu, que as conquistas vem em processos que muitas vezes duram longos períodos.
A Formação sindical tem o papel também de renovar a militância sindical, para dar continuidade à organização e luta dos trabalhadores em defesa de seus direitos. Penso que a formação é uma ferramenta muito importante para fortalecer a ação sindical, resgatar a história de lutas de nossa classe e de nosso movimento, discutir e atualizar o debate sobre as concepções e estruturas sindicais, de ontem e as atuais, mas fundamentalmente, para mim, o papel da formação é dar conhecimento político, argumento e conteúdos para compreender o mundo, a realidade social, a luta de classes e busca de uma sociedade democrática e justa.
O que é prioridade na formação do sindicalista de hoje é estudar e conhecer a história da nossa classe e dos sindicatos. Conhecer e analisar o que é o capitalismo, a sociedade capitalista, as classes sociais, o Estado, o papel dos sindicatos, a organização e luta na defesa dos direitos dos trabalhadores.
Conhecer as concepções e a estrutura sindical, os desafios atuais, as dificuldades enfrentadas hoje, pelos trabalhadores, na conquista e garantia de seus direitos. A formação também deve ensinar o dirigente sindical a planejar a gestão, definir metas e objetivos, quais ações devem desenvolver. Como se comunicar, falar em público, convencer, argumentar, como negociar, como participar nas mesas como fazer uma pauta, como conduzir uma assembléia, uma plenária, etc.
O sindicato deve lutar pela defesa dos direitos dos trabalhadores. O papel fundamental dos sindicatos é a luta e a negociação, na busca e garantia dos direitos sindicais, políticos, sociais e trabalhistas.
O sindicato deve priorizar a organização nos locais de trabalho, estar sempre junto dos trabalhadores, ouvindo suas reivindicações, escutando suas propostas, buscando politizá-lo, trazer para a luta coletiva. Sozinho ninguém conquista nada.
O dirigente sindical deve ser paciente, tolerante, ter argumentos, precisa estudar, conhecer a realidade, discutir conjuntura, entender de economia e de política, pois ele é um formador de opinião, um exemplo para os trabalhadores.
A luta prática educa os trabalhadores, no cotidiano dos enfrentamentos com os patrões e os governos, mas precisa estudar, conhecer teoria, aprofundar os conhecimentos, enfim.
Desde o surgimento do capitalismo os trabalhadores lutam para garantir seus direitos. O capitalismo, e o capitalista, vive da exploração dos trabalhadores, a produção dos lucros vem do trabalho não pago aos trabalhadores.
O trabalho do trabalhador é que produz as mercadorias, as riquezas, transforma a natureza, mas o nosso trabalho é apropriado, expropriado pelos capitalistas, pelos patrões, e nisso se assenta a exploração, a exclusão social, a miséria.
A concentração de renda, a acumulação dos lucros advém dessa exploração e exclusão. Lutamos contra o capitalismo, e buscamos uma economia, Estado e sociedade em que o trabalho humano, e suas riquezas, sejam distribuídos de forma justa e equilibrada, entre os trabalhadores.
Uma luta coletiva, processual, que se afirma em cada greve, cada mobilização, cada combate, nas vitórias e nas derrotas, enfim
Nos últimos 40 anos, os trabalhadores do estão na linha de frente da organização sindical, da busca dos direitos, e na construção de um serviço público que atenda aos reais interesses da maioria da sociedade, que são os trabalhadores.
Foram fundamentais na luta contra a ditadura e pela reconquista da democracia e do Estado democrático de direito no Brasil, na ideologia do Estado mínimo e mercado máximo.
Tenho grande respeito, consideração e admiração pela luta dos trabalhadores, e eles são fundamentais para um Estado democrático, voltado aos interesses maiores dos trabalhadores brasileiros. Nas lutas permanentes, nos debates nas assembleias, na importância da formação política, nos cursos de formação, para alargar nossa visão de sociedade, superando o corporativismo e o burocratismo, que nos faz olhar para os próprios umbigos.
As mesas nacionais e setoriais de negociação com o governo, os grupos de trabalhos, os avanços nas negociações com o governo, agora que temos um governo que negocia, ouve os trabalhadores, e reconstrói o Estado, que foi destruido nos tempos neoliberais, tudo isso é importante, mas não pode substituir a autonomia, a independência e a luta dos trabalhadores.
Sindicato deve ser independente de partidos e do Estado, ter autonomia e se basear nos reais interesses dos trabalhadores, elevando sua consciência e reafirmando sempre que só a luta conquista direito, e que tudo que conquistamos até hoje é fruto de nossa luta e organização.
O Papel dos Sindicatos e do Movimento Sindical na Luta Pelos Direitos dos Trabalhadores e os Desafios da Atual Conjuntura Econômica e Política Brasileira
O Papel dos Sindicatos e do Movimento Sindical na
Luta Pelos Direitos dos Trabalhadores e os
Desafios da Atual Conjuntura Econômica e Política Brasileira
Helder Molina (*)
professorheldermolina@gmail.com - 21 2509 6333, 21 99769 4933
*Licenciado e Bacharel em História, mestre em Educação,
doutor em Políticas Públicas e Formação Humana, professor da Faculdade de Educação da UERJ
Os sindicatos existem para defender os direitos dos trabalhadores. Nossos direitos são frutos de muitas lutas e para garanti-los temos que ter sindicatos fortes e de luta. Hoje temos emprego, salário, previdência, plano de saúde, e tantos outros direitos garantidos. Mas milhões de trabalhadores ainda não têm esses direitos.
Amanhã, quem garante que não estaremos sem emprego, vivendo na informalidade, sem salário, sem renda, sem direitos, sem futuro? É pensando nisso que nos organizamos em sindicatos. Os direitos que os trabalhadores têm, hoje, são frutos de muitas lutas, vindas desde o século XIX
Duros combates e mobilizações para melhorar a vida dos trabalhadores se deram não só no Brasil (desde a escravidão), mas no mundo inteiro. A luta pela definição, e depois pela redução da jornada de trabalho, vem de 150 anos.
Quando não havia sindicatos, nem direitos trabalhistas, era o patrão quem decidia o preço da força de trabalho e a duração da jornada. Eram de 14 ou 16 horas diárias, e o trabalho das crianças e mulheres não era remunerado. Só na década de 1920 os trabalhadores conquistaram a jornada de 8 horas diárias. E, no Brasil, isso só foi em garantido na lei em 1932.
A vida “produtiva” de um trabalhador não passava de 25 anos de trabalho. Viravam bagaços humanos nas engrenagens das fábricas. Só a partir de 1910 foram garantidos o descanso aos domingos e o direito a férias. E essas conquistas foram à custa de muitas greves, mobilizações de massas, sofrendo repressões violentas, torturas, prisões, desaparecimentos, mortes. As operárias queimadas vivas numa fábrica de Chicago, nos EUA, são uma prova disso.
Os grandes banqueiros e empresários só acumulam lucros porque exploram os trabalhadores. Dinheiro não nasce em árvore, nem cai do céu. O lucro privado ou estatal é produto da exploração do trabalho e do trabalhador e da ausência de políticas sociais de distribuição da riqueza e dos benefícios gerados pelo trabalho humano, ou quando o Estado vira um comitê de negócios e interesses das classes que dominam a sociedade e monopolizam a economia.
E, no Brasil, quais foram as principais conquistas? O 13º salário foi conquistado após grandes greves, confrontos sangrentos, desde 1953, em São Paulo. E só foi reconhecido em lei em 1962, no governo Goulart, após uma década de lutas. As leis de aposentadoria, contra acidentes de trabalho, da licença-maternidade, da periculosidade e insalubridade, fundo de garantia por tempo de serviço, todas, foram resultados de muitas lutas, sem nenhuma dádiva do Estado e dos patrões.
Foram presos mais de cinco mil trabalhadores metalúrgicos, em greve, na frente do sindicato, em São Paulo. Para conquistar um direito que os trabalhadores já tinham na Europa, no Japão e nos EUA, menos no Brasil. Questão social no Brasil sempre foi “caso de polícia”.
Nada veio por bondade dos patrões, dádiva do Estado, vontade de Deus, ou por “sorte” de alguns trabalhadores. Ao contrário, só a resistência, a organização, a luta e a mobilização coletiva trazem conquista e direitos.
E qual a importância do movimento sindical na história do nosso país? O movimento sindical foi decisivo para a conquista da democracia, dos direitos sociais, da liberdade, em diversos momentos da história brasileira. Para citar só alguns exemplos: a conquista da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) foi fruto das lutas dos anarcossindicalistas, comunistas e socialistas.
O conjunto de direitos conquistados, que expus na resposta da pergunta anterior, também foi conseguido pela organização sindical. Os sindicatos participaram das mobilizações que deram fim à ditadura militar no Brasil e organizaram a resistência às políticas de mercado, impostas no período do presidente Fernando Henrique Cardoso, na década de 1990, em defesa do patrimônio público e dos direitos dos trabalhadores, que foram duramente atacados pelo empresariado e pelo governo.
Sabemos que as entidades sindicais representam o conjunto das suas respectivas categorias nas negociações coletivas. Uma vez que a filiação sindical não é obrigatória no Brasil, quais são as vantagens e a importância de o profissional ser sindicalizado?
O trabalhador sindicalizado tem direito garantido de assistência jurídica, seja individual ou coletiva, com advogados nas áreas trabalhista, previdenciária e cível (atendendo a demandas administrativas e judiciais de condomínio, taxas, contratos, direitos lesados, defesa do consumidor).
Tem também direito a descontos em diversas instituições de ensino, lazer, esporte, saúde e outras, com as quais o sindicato mantiver convênio. Uma negociação salarial é longa, difícil, cansativa, com avanços e recuos, ainda mais em tempos de crise. O sindicato negocia duramente para que você tenha reajustes sobre o salário, sobre o tíquete e todas as outras cláusulas que envolvem valores monetários.
Tenha certeza de que, se dependesse da empresa, você receberia 0% de reajuste salarial e seus direitos seriam reduzidos e os benefícios retirados. Só não nos atacam mais porque lutamos coletivamente, e porque o sindicato luta com você.
No setor privado, o sindicato tem negociado Acordos de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) com várias empresas e você pode se mobilizar e incluir sua empresa nessa relação.
Isso não significa que abandonamos nossa luta contra a propriedade privada e o capitalismo. Mas trata-se de receber parte do que nos é tirado pelos patrões. Só o sindicato pode negociar e assinar a PLR. Pela CLT, o sindicato detém o monopólio da negociação coletiva. Mesmo sendo um desconto opcional, muitos trabalhadores ainda veem com certa reserva a contribuição assistencial. Fale um pouco sobre a função e os objetivos dessa contribuição.
Todo trabalhador tem direito de se sindicalizar, exercer sua cidadania sindical, opinar, discordar, propor, eleger e ser eleito, desde que participe ativamente da vida de seu sindicato.
Nunca é demais registrar: do céu só cai a chuva, os raios de sol e as bênçãos da fé. Todos os direitos trabalhistas, direitos sociais e políticos que temos hoje foram conquistados através de muitas lutas da organização sindical, dos movimentos sociais. Tudo é fruto de lutas. Se lutando já é difícil, sem luta é muito mais!
O sindicato, ao cobrar contribuição assistencial dos trabalhadores não sindicalizados, faz um ato de justiça, pois as despesas de uma campanha salarial são grandes, e os direitos e benefícios, quando conquistados e garantidos, são distribuídos a todos e todas, tanto para aqueles que lutaram quanto para os que não lutaram. Não é justo que só os sindicalizados se responsabilizem pelos custos.
Os sindicalizados sustentam a entidade sempre, antes e após as campanhas salariais. Dessa forma, a contribuição assistencial se torna necessária, pois ela visa garantir recursos para as despesas da campanha salarial, como cálculos e acompanhamentos estatísticos e socioeconômicos, assessoria jurídica, produção de boletins, viagens para negociações, materiais, jornais, publicações de editais etc.
Nossos direitos foram todos conquistados nas lutas. O sindicato é o instrumento coletivo de combate de classe, e só a luta coletiva faz frear e recuar o retrocesso civilizatório do capital quanto aos direitos da classe trabalhadora
Luta Pelos Direitos dos Trabalhadores e os
Desafios da Atual Conjuntura Econômica e Política Brasileira
Helder Molina (*)
professorheldermolina@gmail.com - 21 2509 6333, 21 99769 4933
*Licenciado e Bacharel em História, mestre em Educação,
doutor em Políticas Públicas e Formação Humana, professor da Faculdade de Educação da UERJ
Os sindicatos existem para defender os direitos dos trabalhadores. Nossos direitos são frutos de muitas lutas e para garanti-los temos que ter sindicatos fortes e de luta. Hoje temos emprego, salário, previdência, plano de saúde, e tantos outros direitos garantidos. Mas milhões de trabalhadores ainda não têm esses direitos.
Amanhã, quem garante que não estaremos sem emprego, vivendo na informalidade, sem salário, sem renda, sem direitos, sem futuro? É pensando nisso que nos organizamos em sindicatos. Os direitos que os trabalhadores têm, hoje, são frutos de muitas lutas, vindas desde o século XIX
Duros combates e mobilizações para melhorar a vida dos trabalhadores se deram não só no Brasil (desde a escravidão), mas no mundo inteiro. A luta pela definição, e depois pela redução da jornada de trabalho, vem de 150 anos.
Quando não havia sindicatos, nem direitos trabalhistas, era o patrão quem decidia o preço da força de trabalho e a duração da jornada. Eram de 14 ou 16 horas diárias, e o trabalho das crianças e mulheres não era remunerado. Só na década de 1920 os trabalhadores conquistaram a jornada de 8 horas diárias. E, no Brasil, isso só foi em garantido na lei em 1932.
A vida “produtiva” de um trabalhador não passava de 25 anos de trabalho. Viravam bagaços humanos nas engrenagens das fábricas. Só a partir de 1910 foram garantidos o descanso aos domingos e o direito a férias. E essas conquistas foram à custa de muitas greves, mobilizações de massas, sofrendo repressões violentas, torturas, prisões, desaparecimentos, mortes. As operárias queimadas vivas numa fábrica de Chicago, nos EUA, são uma prova disso.
Os grandes banqueiros e empresários só acumulam lucros porque exploram os trabalhadores. Dinheiro não nasce em árvore, nem cai do céu. O lucro privado ou estatal é produto da exploração do trabalho e do trabalhador e da ausência de políticas sociais de distribuição da riqueza e dos benefícios gerados pelo trabalho humano, ou quando o Estado vira um comitê de negócios e interesses das classes que dominam a sociedade e monopolizam a economia.
E, no Brasil, quais foram as principais conquistas? O 13º salário foi conquistado após grandes greves, confrontos sangrentos, desde 1953, em São Paulo. E só foi reconhecido em lei em 1962, no governo Goulart, após uma década de lutas. As leis de aposentadoria, contra acidentes de trabalho, da licença-maternidade, da periculosidade e insalubridade, fundo de garantia por tempo de serviço, todas, foram resultados de muitas lutas, sem nenhuma dádiva do Estado e dos patrões.
Foram presos mais de cinco mil trabalhadores metalúrgicos, em greve, na frente do sindicato, em São Paulo. Para conquistar um direito que os trabalhadores já tinham na Europa, no Japão e nos EUA, menos no Brasil. Questão social no Brasil sempre foi “caso de polícia”.
Nada veio por bondade dos patrões, dádiva do Estado, vontade de Deus, ou por “sorte” de alguns trabalhadores. Ao contrário, só a resistência, a organização, a luta e a mobilização coletiva trazem conquista e direitos.
E qual a importância do movimento sindical na história do nosso país? O movimento sindical foi decisivo para a conquista da democracia, dos direitos sociais, da liberdade, em diversos momentos da história brasileira. Para citar só alguns exemplos: a conquista da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) foi fruto das lutas dos anarcossindicalistas, comunistas e socialistas.
O conjunto de direitos conquistados, que expus na resposta da pergunta anterior, também foi conseguido pela organização sindical. Os sindicatos participaram das mobilizações que deram fim à ditadura militar no Brasil e organizaram a resistência às políticas de mercado, impostas no período do presidente Fernando Henrique Cardoso, na década de 1990, em defesa do patrimônio público e dos direitos dos trabalhadores, que foram duramente atacados pelo empresariado e pelo governo.
Sabemos que as entidades sindicais representam o conjunto das suas respectivas categorias nas negociações coletivas. Uma vez que a filiação sindical não é obrigatória no Brasil, quais são as vantagens e a importância de o profissional ser sindicalizado?
O trabalhador sindicalizado tem direito garantido de assistência jurídica, seja individual ou coletiva, com advogados nas áreas trabalhista, previdenciária e cível (atendendo a demandas administrativas e judiciais de condomínio, taxas, contratos, direitos lesados, defesa do consumidor).
Tem também direito a descontos em diversas instituições de ensino, lazer, esporte, saúde e outras, com as quais o sindicato mantiver convênio. Uma negociação salarial é longa, difícil, cansativa, com avanços e recuos, ainda mais em tempos de crise. O sindicato negocia duramente para que você tenha reajustes sobre o salário, sobre o tíquete e todas as outras cláusulas que envolvem valores monetários.
Tenha certeza de que, se dependesse da empresa, você receberia 0% de reajuste salarial e seus direitos seriam reduzidos e os benefícios retirados. Só não nos atacam mais porque lutamos coletivamente, e porque o sindicato luta com você.
No setor privado, o sindicato tem negociado Acordos de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) com várias empresas e você pode se mobilizar e incluir sua empresa nessa relação.
Isso não significa que abandonamos nossa luta contra a propriedade privada e o capitalismo. Mas trata-se de receber parte do que nos é tirado pelos patrões. Só o sindicato pode negociar e assinar a PLR. Pela CLT, o sindicato detém o monopólio da negociação coletiva. Mesmo sendo um desconto opcional, muitos trabalhadores ainda veem com certa reserva a contribuição assistencial. Fale um pouco sobre a função e os objetivos dessa contribuição.
Todo trabalhador tem direito de se sindicalizar, exercer sua cidadania sindical, opinar, discordar, propor, eleger e ser eleito, desde que participe ativamente da vida de seu sindicato.
Nunca é demais registrar: do céu só cai a chuva, os raios de sol e as bênçãos da fé. Todos os direitos trabalhistas, direitos sociais e políticos que temos hoje foram conquistados através de muitas lutas da organização sindical, dos movimentos sociais. Tudo é fruto de lutas. Se lutando já é difícil, sem luta é muito mais!
O sindicato, ao cobrar contribuição assistencial dos trabalhadores não sindicalizados, faz um ato de justiça, pois as despesas de uma campanha salarial são grandes, e os direitos e benefícios, quando conquistados e garantidos, são distribuídos a todos e todas, tanto para aqueles que lutaram quanto para os que não lutaram. Não é justo que só os sindicalizados se responsabilizem pelos custos.
Os sindicalizados sustentam a entidade sempre, antes e após as campanhas salariais. Dessa forma, a contribuição assistencial se torna necessária, pois ela visa garantir recursos para as despesas da campanha salarial, como cálculos e acompanhamentos estatísticos e socioeconômicos, assessoria jurídica, produção de boletins, viagens para negociações, materiais, jornais, publicações de editais etc.
Nossos direitos foram todos conquistados nas lutas. O sindicato é o instrumento coletivo de combate de classe, e só a luta coletiva faz frear e recuar o retrocesso civilizatório do capital quanto aos direitos da classe trabalhadora
Curso de Formação Política Sindical da FISENGE
Federação Interestadual dos Sindicatos dos Engenheiros
Com Helder Molina
Bacharel e Licenciado em História (UFF); Mestre em Educação (UFF); Doutor em Políticas Públicas e Formação Humana (UERJ),
professor da Faculdade de Educação da UERJ
Objetivos:
a) Conhecer a História do Movimento Sindical como organização coletiva dos trabalhadores na conquista e defesa de seus direitos específicos e históricos, no Modo de Produção Capitalista
b) Analisar o papel dos sindicatos do atual contexto sócio histórico e econômico político de crise do capital e do capitalismo
c) Discutir as concepções e práticas sindicais contemporâneas e os princípios do sindicalismo combativo, classista, independente e democrático, organizado nos locais de trabalho.
d) Analisar criticamente a conjuntura econômico política, e os desafios aos sindicatos e as alternativas diante da ofensiva do capital e da direita, a nível nacional e internacional.
Primeiro dia – 02/10/2015
• 09:00 às 12:00: Modo de Produção Capitalismo e Movimento Sindical: Resgate histórico conceitual.
• 13:30 às 17:30: Papel dos Sindicatos e Movimentos Sociais no atual contexto sócio histórico e econômico político de crise do capital e do capitalismo.
Segundo Dia: 03/10/2015
• 09:00 às 12:00: Concepções e Práticas Sindicais Contemporâneas: Os princípios do dirigente e do sindicalismo combativo, classista, independente e democrático, organizado nos locais de trabalho.
• 13:30 às 17:00: Analise da Conjuntura Econômica e Política, e os desafios aos sindicatos e as alternativas diante da ofensiva do capital e da direita, a nível nacional e internacional.
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