segunda-feira, 23 de abril de 2012

SINPAF/NACIONAL, BANCÁRIOS DE DOURADOS, FETEMS/MATO GROSSO DO SUL

24/4 – Terça - Plenária Nacional do SINPAF - Análise da Conjuntura Nacional e Internacional Brasília - DF 27 e 28/4 – Sex/Sab - Curso de Formação do Sindicato dos Bancários de Dourados - Mato Grosso do Sul Dourados-MS 02 e 03/05 - Quarta e Quinta Curso de Formação Política "Módulo sobre Teoria Política" - Federação dos Trabalhadores da Educação de Mato Grosso do Sul - FETEMS Campo Grande - MS

MÁQUINA SINDICAL ALIENA E PRENDE

Lutamos contra o imediatismo, a movimentismo, e tantos ismos que tornam o sindicatos e a máquina sindical um fim em si mesmo. Sindicato é um instrumento, uma ferramenta da classe, não é posse de nenhuma corrente, nenhum partido, nenhuma religião, nenhum fundamentalismo. Os sindicatos devem estar na frente, encabeçando as lutas, mas também o estudo, a reflexão, a produção do conhecimento, para a mudança social, para construir uma outra sociedade.

PREGUIÇA E ACOMODAÇÃO SÃO INIMIGOS DA FORMAÇÃO

Os sindicatos podem e devem estimular seus diretores a fazerem formação, serem solidários na hora de organizar as atividades, lutamos contra a mídia, os empresários, os fazendeiros, os banqueiros, os patrões públicos e privados, é verdade. Mas também lutamos contra nossa preguiça e acomodação, nosso corporativismo que acha que o sindicato basta por si mesmo, que só vive para fazer campanha salarial, e olhe lá. .

PERGUNTAS DE QUEM FAZ FORMAÇÃO POLÍTICA SINDICAL...

1. Há um discurso recorrente de que existe uma crise identidade no movimento sindical, há essa crise? 2. Como se dá essa mutação, fragmentação, e que encruzilhada é essa? 3. Como assim? Uma adaptação à ideologia neoliberal? 4. Qual então, específicamente, deve ser o papel da formação nos sindicatos? E da educação na sociedade? 5. Quais os temas mais importantes para formação básica dos dirigentes e militantes sindicais, diante dessa metamorfose? 6. E as questões ambientais, da juventude, dos trabalhadores desempregados? Os sindicatos não são muito corporativos? 7. Como atuar diante do desemprego e da informalidade, dos jovens? 8. É possível resgatar? Ou é só desejo? 9. E os recursos humanos, financeiros, e vontade política, tem?

AGIR NO CONTEXTO, CONSTRUIR OUTRO TEXTO

Educação-experimento-troca-prática-avaliação. Prática que se aprende. Aprendizado que pratica uma teoria que liberta. Práxis formadora, inconformadora, criadora, transformadora. Todos podem. Todos sabem. Todos fazem. Mundo da razão, razão do mundo. Ser educador hoje, mais que professor, é usar o texto para entender e mudar o contexto. Agir no contexto e construir um outro texto. Este é um manifesto de luta. Lutamos contra a barbárie, sonhamos um mundo farto de flores, sorrisos, sonhos e pão, num barco perfumado onde risos de crianças vêm nos acordar para um novo dia que nasce.

PRÁXIS - TEORIA>PRÁTICA>TEORIA...

Os vencedores nunca foram sempre vencedores, e não o serão por muito tempo. Os que agora perdem, já venceram, e poderão vencer de novo. É a marcha da história, são os processos sociais. Nenhuma saída é individual ou permanente. Todas os grandes movimentos que moveram, e movem, a história são frutos de processos coletivos. E tantas lições a história nos ensina. Os saberes são construidos nas relações sociais. Da interação entre os homens, e as mulheres, nascem as grandes respostas aos desafios dos tempos em que se vive. Educar, assim, é ser inquietamente paciente, perseverantemente vigilante. Ouvir. Ouvir. Ouvir. Ouvir bastante. Ouvir é um ato educativo. Falar, mas sempre atento ao ato de ouvir. Teorizar sobre a prática. Praticar o que se teoriza. É avaliar sempre o que se pratica e o que se teoriza. Caminham juntas, inseparáveis, indispensáveis. Isso práxis.

COMBATER A INDIFERENÇA POLÍTICA E A NATURALIZAÇÃO DA DESIGUALDADE

Nossas palavras, nossas práticas, nossos exemplos devem servir para animar os que estão ao nosso redor, e convidá-los a se inquietar diante da indiferença, e a criar coragem diante do desconhecido, de desvendar o que nos parece complexo. Ser professor, hoje, na sala de aula, na relação com os alunos, significa ver neles novos sujeitos históricos, agentes da construção de um mundo sem segregação, sem excludência, sem fronteiras sociais. Nós que são educadores por formação, temos algo a dizer aos governos e aos donos de escolas particulares: Não somos “tios” ou “tias”, nem somos “ sacerdotes do ensino”. Somos profissionais, somos trabalhadores, temos direitos, temos dignidade, exigimos respeito, queremos ser ouvidos. Nossa opinião deve ter algum valor nas mesas de decisões das grandes políticas sobre a educação e a sociedade, e nas políticas do cotidiano escolar, enfim. Nossa prática é marcada por avanços e recuos, coragens e medos, ânimos e cansaços, fluxos e refluxos, mas a própria história das sociedades humanas é assim.

EDUCAR OS TRABALHADORES CONTRA A ALIENAÇÃO POLÍTICA

Nós, parceiros dos oprimidos, educadores de um povo sofrido, educadores de jovens e adultos que insistem em não perder dos olhos o brilho da esperança por mundo melhor, cada dia mais distante. Nós, que aprendemos a esperar caminhando. Caminhantes de causas coletivas, aprendemos que educar é semear. Somos plantadores de sementes, mesmo em terras endurecidas pelas brutas estruturas das relações na sociedade atual. Educar deveria ser um ato de denúncia das estruturas injustas, de combate pela igualdade e pelos direitos, de revolucionar a vida e os costumes, de libertação dos indivíduos de obscurantismo cultural e da cegueira políticas, da luta pela cidadania, da construção da consciência crítica, da conquista da autonomia , enfim, da fraternidade e da solidariedade. Temos que ler a palavra tendo a dimensão de que, por ela, buscamos ler e interpretar o mundo. Somos aprendizes numa sociedade que construiu enormes correntes que prendem os indivíduos a uma relação fragmentada e parcializada com os outros e consigo mesmo. Um sociedade onde os valores são marcados pelo individualismo, a alienação, a ignorância política, o analfabetismo social.

A Pedagogia da Luta - A Práxis nos Movimentos sociais e no Fazer Político

A Pedagogia da Luta - A Práxis nos Movimentos sociais e no Fazer Político Aprender e ensinar, ler e escrever, são atos de prazer. Aprendi com Paulo Freire, Thiago de Mello e Carlos Drummond Andrade. Gosto de escrever cartas a quem ousa ensina e aprender, como diz Paulo Freire. Neste deserto social em que vivemos, ávidos de esperança, nosso desafio é resgatar uma pedagogia que seja ousadia. Pedagogia da ousadia. Uma pedagogia, um fazer educativo que seja como água fresca que faça irrigar esta aridêz opressora que assola o mundo. Fazer brotar esperança, coragem que fertilizem nosso fazer histórico. Estive relendo as CARTAS DE QUEM OUSA ENSINAR, de Paulo Freire. Com certa nostalgia reli algumas de suas reflexões. Singelas, estimulantes, provocativas, convoca-nos ao compromisso. Quase sempre um convite a continuar resistindo e lutando. O poeta Thiago de Mello, nos seus versos, afirma “ FAZ ESCURO MAS EU CANTO, PORQUE O AMANHA VAI CHEGAR”. E é esse amanha, desenhado no horizonte, que nos move a caminhar. Eduardo Galeano enxerga nesse amanha uma utopia andarilha.

FORMAÇÃO E CONSCIÊNCIA DE CLASSE

A construção da consciência de classe, seja individual ou coletiva, é um processo social, um movimento prático de transformação, através do qual os trabalhadores adquirem uma percepção de sua existência social, enquanto, ao mesmo tempo, nega e destrói o sistema de dominação.Isto não significa subestimar o papel desempenhado pela teoria mas, preferencialmente, significa coloca-la no devido lugar, A consciência de classe é, portanto, uma síntese, tirada da experiência pessoal adquirida no decorrer de uma prolongada luta, que criticamente revê todo o conhecimento previamente disponível. É indispensável, ao mesmo tempo, que os trabalhadores compreendem a essência da sociedade capitalista, as relações de exploração entres as classes sociais, e suas próprias tarefas históricas

SEM FORMAÇÃO POLÍTICA, NOS TORNAMOS ESCRAVOS DO COTIDIANO SINDICAL

A luta, por mais justa que seja, sem a presença do estudo crítico da realidade, da reflexão teórica, perde substância, esvazia-se de conteúdo. Sem a formação continuada e permanente, sem a disciplina de nos tornamos intelectuais de nossa classe, caímos num praticismo, num administrativismo, num burocratismo perigoso, acrítico, apolitizado, e nos tornamos escravos do cotidiano. O sindicato se reduz ao um conjunto de tarefas imediatas, Sem sentido estratégico, transformador e sem ruptura com o status quo." (Florestan Fernandez, 1993. Foi sociólogo, professor da USP)