segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

2013 - Cursos de Formação Política; Planejamento Estratégico de Gestão, Produção de Conteúdos

Assessoria; Formação Política; Produção de Conteúdos; Planejamento; Gestão Facebook: helder molina molina
HELDER MOLINA
Blog da Formação Política e Planejamento Sindical
heldermolina.blogspot.com

Assessoria; Formação Política;
Produção de Conteúdos;
Planejamento; Gestão Facebook: helder molina molina
professorheldermolina@gmail.com
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Elaboração e Produção de Cadernos de Formação, Apostilas, Conteúdos Didáticos;
Produção e Execução de Cursos, Seminários, Palestras, Aulas, Oficinas;
Produção de Projetos Sindicais, Planos de Formação Sindical e Popular;
Pesquisas e Estudos em Educação Popular,
Capacitação Profissional, Movimentos Sociais, ONGs e Sindicatos



• Doutor em Políticas Públicas e Formação Humana. Programa de Pós Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro - PPFH-UERJ. Sindicalismo e Formação Humana: "Sindicalismo: Movimento com Sinais Trocados - Entre a Subversão e a Adaptação ao Modo de Produção Capitalista".
• Professor da Faculdade de Educação da UERJ (Disciplinas: Trabalho e Educação e Desenvolvimento Profissional; Educação e Movimentos Sociais; Educação de Jovens e Adultos Trabalhadores, Pedagogia nas Instituições e Movimentos Sociais).
• Pesquisador do Grupo de Pesquisa: Grupo THESE - Projetos Integrados de Pesquisa - UERJ-UFF-FIOCRUZ.
• Mestre em Educação, pelo Programa de Pós Graduação em Trabalho e Educação, da Faculdade de Educação da UFF - Universidade Federal Fluminense (2004). Dissertação: Sindicalismo, Educação e Neoliberalismo: A Travessia Contraditória - As Políticas de Educação de Trabalhadores, desenvolvida pela CUT na década de 1990.
• Pós Graduado Latu Sensu (Especialista) em História do Brasil (Economia, Sociedade, Estado, Poder, Ideologia e Cultura) pela Universidade Cândido Mendes - UCAM. (2006) Dissertação: A Transição da Escravidão ao Trabalho Assalariado no Brasil: Origens do Assalariamento e dos Sindicatos.
• Licenciado e Bacharel em História (Licenciatura e Bacharelado)pela Universidade Federal Fluminense - UFF. (1998).
• Consultor e Assessor em Formação Política, Planejamento Estratégico Institucional e Projetos de Educação, Trabalho, Educação e História, Planejamento de Gestão, Direitos Sociais, Sindicalismo e Direitos dos Trabalhadores, Política e Ideologia, Políticas Públicas, Formação Humana e Formação Política
SEM FORMAÇÃO POLÍTICA, NOS TORNAMOS ESCRAVOS DO COTIDIANO SINDICAL
"A luta, por mais justa que seja, sem a presença do estudo crítico da realidade, da reflexão teórica, perde substância, esvazia-se de conteúdo. Sem a formação continuada e permanente, sem a disciplina de nos tornamos intelectuais de nossa classe, caímos num praticismo, num administrativismo,num burocratismo perigoso, acrítico, apolitizado, e nos tornamos escravos do cotidiano. O sindicato se reduz ao um conjunto de tarefas imediatas,Sem sentido estratégico, transformador e sem ruptura com o status quo." (Florestan Fernandez, 1993. Foi sociólogo, professor da USP)







• 25 anos fazendo formação política e sindical, planejamento estratégico de gestão sindical, projetos e estudos sindicais, produções de material didático para cursos de formação, assessoria em gestão e administração sindical, e educação de trabalhadores.

• São mais de 120 sindicatos, federações sindicais, associações de classe , de diferentes concepções políticas, correntes de pensamentos, etc...

• Metodologia participativa, interativa, com dinâmicas de grupos, estudos de textos, produções coletivas, dramatizações e exercícios práticos dos temas, e com subsídios de novas linguagens tecnologicas e ferramentas digitais.


• Cada curso/tema é desenvolvido em 2 dias - Com carga horária de 12 a 16 horas/aulas
• Produzimos o material didático de acordo com os conteúdos programáticos, como recursos didáticos e metodológicos, trabalhamos com vídeos/DVDs, com músicas, documentários e filmes sobre os temas abordados. Cada cursista recebe a apostila completo e CD com todo material do curso,




1 – Gestão e Planejamento Sindical: Planejamento Estratégico de Gestão:

Ø DIAGNÓSTICO: Quem somos (missão, meta)
Ø O que fazemos (mapa das atividades, projetos, frentes de atuação)
Ø Quais recursos temos disponíveis
Ø Humanos (nomes, qualificações e funções)
Ø Materiais (equipamentos, estruturas móveis e imóveis)
Ø Financeiros (orçamento, fontes de receitas)
Ø Políticos (governabilidade, decisão, gestão, capacidade de decidir e agir)
Ø ANÁLISE DA CORRELAÇÃO DE FORÇAS (ALIADOS E ADVERSÁRIOS).
Ø Relacionar e analisar detalhadamente adversários e os aliados, parceiros.
- CONSTRUÇÃO DE UMA ÁRVORE OU UM MAPA DE OBJETIVOS E PROBLEMAS
Ø Localizar e descrever os problemas que impedem a realização de seus objetivos
Localizar, analisar e estabelecer hierarquicamente seus objetivos, por grau de importância
– MAPA OU ARVORE DE AÇÕES ESTRATÉGICAS
Ø Desenhar um mapa ou árvores com as ações consideradas estratégicas, isto é, fundamentais, numa perspectiva de olhar o futuro e agir no presente,
Ø – DESENHAR UM QUADRO DETALHADO DAS AÇÕES (OPERAÇÕES)
Ø Ações de curto prazo, de médio prazo e de longo prazo
Ø Prazos para execução
Ø Responsáveis (quem vai executar ou se responsabilizar por encaminhar a execução)
Supervisão (quem vai garantir que as ações sejam executadas e não caiam no esquecimento). Recursos necessários e disponíveis






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2 – A Relação entre Sindicatos, Movimentos Sociais e Governos, hoje!

Ø Uma abordagem sobre étíca, solidariedade, construção coletiva, relações humanas (interpessoais),
Ø Prática do(a) dirigente e militante sindical,
Ø A questão da participação política e
Ø Papel dos movimentos coletivos pela
Ø Cidadania ativa e direitos sociais, gênero, igualdade racial,
Ø Políticas públicas, e a relação destes com os sindicatos e movimentos sociais.
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3 - Políticas Públicas, Sindicato e Participação Política.

Ø Formas de Estado no Modo de Produção Capitalista
Ø O Estado no Modo de Produção Socialista
Ø A formação do Estado, poder e serviço público no Brasil
Ø Serviço público, papel do Estado (poder público), políticas públicas,
Ø Participação nos conselhos, fóruns de gestão pública,
Ø A relação entre poder, governo, movimentos sociais e participação política.
Ø A crise atual, neoliberalismo, alternativas
Ø Os sindicatos devem participar do Estado?
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4 - Ética, Relações Interpessoais, Gestão e Prática Sindical, hoje:

Ø Ética, relações interpessoais,
Ø trabalho coletivo, respeito à diferença,
Ø importância do estudo e da formação para construção de uma ética solidária e participativa,
Ø as deformações e burocratizações presentes no sindicalismo hoje,
Ø a adaptação do movimento sindical à lógica burguesa da competição, individualismo e pragmatismo.
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5 - Negociação Coletiva de Trabalho: Estrutura, processos e simulações da negociação coletiva.

Ø As estruturas e os processos da negociação coletiva no Brasil.
Ø As concepções e as experiências em negociação do movimento sindical.
Ø A negociação coletiva no Brasil atual.
Ø Simulações dos processos de negociação, os caminhos, avanços e recuos da negociação.
Ø O que é negociação coletiva, como se constroe uma pauta, passo a passo,
Ø As cláusulas, o que é dissidio, o que é acordo, convenção, e
Ø Como se negocia, o que se negocia,
Ø Exercícios práticos de todas as etapas do processo de negociação coletiva (público e privado).
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6 - Movimento Sindical e Capitalismo: Origens e atualidade da luta de classes e dos sindicatos

Ø O modo de produção capitalista, a contradição capital-trabalho, preço, lucro, mais valia, trabalho assalariado, divisão social do trabalho, mercadoria, alienação. Surgimento das lutas operárias, das idéias socialistas e dos sindicatos. Burgueses x proletários. Luta de classes.
Ø As idéias de Marx e suas contribuições para a luta dos trabalhadores.
Ø A formação da classe trabalhadora brasileira, a partir do fim da escravidão, do início do capitalismo industrial e do surgimento do trabalho assalariado no Brasil.
Ø A contribuição das idéias comunistas, socialistas, trabalhistas e anarquistas na formação do movimento operário e sindical brasileiro,
Ø As diferentes centrais sindicais e organizações operárias que existiram, ou que existem, hoje, no Brasil.
Ø O sindicalismo na Era Vargas, as heranças do Estado Novo na legislação e na estrutura sindical brasileira. > O sindicalismo na Ditadura Militar,
Ø O surgimento do novo sindicalismo, da CUT, e os desafios do sindicalismo nos tempos neoliberais. Ideologia e políticas neoliberais, a resistência dos trabalhadores.
Ø As centrais sindicais: Força Sindical, GGT, CGTB, UGT NCST), CSP/CONLUTAS/INTERSINDICAL e CTB
Ø As concepções sindicais e o sindicalismo diante da conjuntura atual.
Ø Sindicalismo, movimentos sociais e governos Lula e Dilma
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7- Construção de Discurso, Linguagem e Prática de Oratória.

Ø Técnicas de construção de argumentos (produção de textos).
Ø Teorias e práticas de comunicação oral e/ou escrita para os dirigentes e militantes.
Ø Técnicas e exercícios de discursos, persuasão, retórica, argumentação,(com gravação e análise das imagens e som do(a) orador(a).
Ø O que dizer, como dizer e para quem dizer.
Ø Meios e contéudos da linguagem.
Ø A importância do conhecimento, argumento e inguagem.
Ø Vocabulário de linguagem sindical.
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8 - Como Fazer Análise de Conjuntura: Metodologia e Exercícios

Ø Identificando e discutindo o que é conjuntura, infraestrutura e superestrutura.
Ø Os aspectos econômicos, políticos, culturais e sociais que envolvem o contexto em que estamos analisando.
Ø As classes sociais, a luta de classes, a correlação de forças, os aliados, os parceiros e os adversários.
Ø Os diferentes movimentos e projetos políticos em disputa na sociedade.
Ø O papel das mídias, a coerção e o consenso, os interesses de grupos e frações de classe.
> Os aspectos locais (internos) e gerais (externos).
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9 - Concepção, organização e ação sindical: o sindicato e a organização por local de trabalho

Ø O que é sindicato e seu papel na sociedade capitalista
Ø O que é ser dirigente sindical, hoje.
Ø O que é luta de classes, como se manifesta hoje.
Ø A relação sindicato-local de trabalho.
Ø A organização sindical de base.
Ø As diversas concepções sindicais, hoje:
Ø Como diagnosticar os problemas do local de trabalho,
Ø Como atuar no sentido de resolve-los, tarefas imediatas,
Ø Questões de médio e longo prazo, prazos e responsáveis,
Ø A comunicação sindical no local de trabalho, quem resolve,
Ø A legislação sindical, CLT, aspectos de saúde, segurança e condições de trabalho.


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10 – Papel dos Representantes nos Locais de Trabalho
e as Tarefas do Militante e Dirigente Sindical.

Ø Concepção sindical de organização por local de trabalho,
Ø Papel, suas tarefas,
Ø Como organizar,
Ø O que fazer,
Ø Como melhorar a relação direção>base>direção.
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11 - Direitos dos Trabalhadores, Processos e Condições de Trabalho e Qualidade de Vida e Assédio Moral

Ø Modo de produção capitalista, exploração do trabalho e assédio moral
Ø Lógicas liberal, gestão empresarial, lucro e produtividade
Ø Conceito de Assédio Moral e suas conseqüência profissionais, físicas e morais.
Ø Legislação e jurisprudência no enfrentamento do conflito e dano moral.
Ø Formas de prevenção
Ø Consequências psicológicas e jurídicas do assédio para a vítima,
Ø Ação sindical contra o assédio moral
Ø Convenções da OIT

Sobre o Medo - Eduardo Galeano


Sobre o Medo - Eduardo Galeano

Os que trabalham têm medo de perder o trabalho. Os que não trabalham têm medo de nunca encontrar trabalho. Quem não tem medo da fome, tem medo da comida. Os automobilistas têm medo de caminhar e os peões têm medo de ser atropelados.

A democracia tem medo de recordar e a linguagem tem medo de dizer. Os civis têm medo dos militares, os militares têm medo da falta de armas, as armas têm medo da falta de guerras.

É o tempo do medo.

Medo da mulher à violência do homem e medo do homem à mulher sem medo. Medo dos ladrões, medo da polícia.
Medo da porta sem fechadura, do tempo sem relógios, do menino sem televisão. Medo da noite sem pastilhas para dormir e medo do dia sem pastilhas para despertar. Medo da multidão, medo da solidão, medo do que foi e do que pode ser.
Medo de morrer, medo de viver.

Eduardo Galeano – O Medo Global

A LUTA DE CLASSES NO BRASIL EM 2013 - UM BALANÇO DOS CENÁRIOS...




Classes Sociais e Luta de Classes no Brasil em 2013
Por Vladimir Pomar
20 de Dezembro de 2013

No final de 2012, dizíamos que as perspectivas para 2013, qualquer que fosse o ângulo de que se olhasse, prometiam ser um ano carregado de turbulências, desafios e emoções. Pode-se até discordar das formas que tais turbulências, desafios e emoções tomaram, mas não de que elas se fizeram cada vez mais presentes.

Dissemos que, em âmbito internacional, nada indicava que a crise que assolava os Estados Unidos e os países da Europa amainasse. A globalização capitalista, ao invés de resolver os problemas decorrentes da enorme concentração e centralização do capital, da imensa elevação da produtividade, e da decorrente tendência de queda da taxa de lucratividade do capital, tendia a agravá-los. Continuaria desindustrializando os países centrais, gerando desemprego neles, industrializando países periféricos, e acirrando a concorrência entre todos. Apesar dos anúncios em contrário, essas tendências permaneceram.

Também dissemos que, apesar ou por causa de seu declínio relativo, os Estados Unidos continuariam procurando reaver sua posição hegemônica. Isso poderia lhe render alguns sucessos, mas poderia agravar suas contradições com muitos outros países do mundo, e inclusive com algumas outras potências capitalistas. Não calculamos que isso iria ocorrer justamente pela ação de funcionários assalariados norte-americanos, como Snowden, que denunciaram os sistemas globais de espionagem do poder supostamente imperial dos Estados Unidos. E seria difícil prever que a disputa interna entre as diversas frações burguesas colocaria esse país diante da possibilidade de declarar uma moratória, de qualquer modo uma demonstração do ponto a que chegou o declínio da maior potência militar do globo.

Achamos que a derrubada supostamente legal de governos dirigidos pela esquerda poderia ganhar conotações diversas e se tornar o padrão da contraofensiva tentada pela direita. Mas tal padrão só se tornaria efetivo se as forças de esquerda não conseguissem encontrar formas de desenvolvimento econômico e social, que conquistassem os trabalhadores das cidades e dos campos e a maior parte das classes médias urbanas, dividissem as oligarquias e as burguesias, e isolassem os aliados do capital corporativo norte-americano. Embora o padrão não tenha se configurado, a tendência a ele continuou presente, principalmente na Venezuela, onde a intensa mobilização da classe trabalhadora assalariada, da ralé e de parte da pequena-burguesia, a fez fracassar.

Alertamos que o Brasil talvez se transformasse, em 2013, no epicentro dessa disputa. Afirmamos que a grande burguesia já não suportava um governo dirigido pelo PT, que começara a baixar juros, a pressionar a maior parte da burguesia a investir no sistema produtivo, e a intervir de forma mais ativa na economia. Acostumada a ganhar no mercado financeiro e nos aluguéis indexados, a burguesia tendia a se voltar cada vez mais contra o governo Dilma, embora tivesse uma grande representação nele. Essa tendência também seria agravada pela teimosia do governo em realizar uma distribuição de renda menos extremamente desigual, e em aumentar a participação e o controle democrático das camadas populares nos três poderes, nas comunicações e na economia.

Nessas condições, a estratégia da direita burguesa deveria sofrer uma inflexão paulatina, com duas vertentes principais. Por um lado, através do adesismo de forças de direita ao governo, como o PSD, de modo a impedir uma maior unificação dos setores de esquerda, e minar a direção do PT nos assuntos governamentais. Por outro, aproveitando a defensiva do PT em travar uma luta sem trégua contra o uso de recursos privados nas campanhas eleitorais, o chamado caixa dois, que o STF o transformou em crime de compra de votos parlamentares, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e outros delitos penais.

O supremo tribunal do país já estava em condições de assumir o papel de forjar um novo procedimento legal, sob aparente adesão aos códigos jurídicos, criar uma comoção nacional no julgamento dos chamados mensaleiros, encurralar o PT, e criar condições para um posterior golpe fatal em Lula. Os cinco meses de julgamento do suposto mensalão representaram apenas a primeira batalha da nova guerra para destruir Lula e o PT através da criminalização judicial da política. Batalha que foi seguida da campanha do partido da mídia e da oposição conservadora para demonstrar que Lula e o PT nada tinham a ver com a melhoria das condições de vida do povo brasileiro nos últimos anos.

Transformaram fatos positivos em negativos, e sabotaram os programas de crescimento e desenvolvimento. Nessas condições, os cenários políticos brasileiros mais prováveis para o restante de 2013 dependiam da posição que o PT e Lula assumissem. Um cenário seria o de continuidade da defensiva passiva, decorrente das resistências a assumir publicamente o erro de aceitar acriticamente as regras ambíguas de uso de recursos privados em campanhas eleitorais. Outro cenário poderia ocorrer se o PT transformasse a defensiva passiva em defensiva ativa, trabalhando para incentivar a mobilização popular pelas reformas políticas que dessem fim aos financiamentos privados, estabelecessem o financiamento e o controle público das campanhas eleitorais, impusessem a fidelidade partidária, e restabelecessem uma divisão clara dos poderes da república.

A direita burguesa não conseguiu fazer com que os milhões de beneficiados pelas políticas governamentais de transferência de renda, tanto da ralé quanto da classe trabalhadora assalariada, acreditassem naquela campanha negativa. No entanto, o PT também não conseguiu passar a uma defensiva ativa, capaz de preparar o terreno para a retomada da ofensiva política. Não foi incisivo no reconhecimento público de seus erros. Não conseguiu retomar o tipo de ação militante que marcou sua participação nas mobilizações sociais, nas Diretas Já! e nas Campanhas Presidenciais de 1989, 2002 e 2006. E ficou totalmente atrelado ao desempenho do governo, em especial na área econômica.

O governo Dilma até que se esforçou para elevar rapidamente a taxa de investimento, reduzir a taxa de juros, utilizar a taxa de câmbio como instrumento de competição industrial, aumentar a produção de alimentos pela agricultura familiar, qualificar as forças humanas sem condições de acesso ao mercado de trabalho, e elevar a concorrência nos setores monopolizados ou oligopolizados. No entanto, como grande parte da efetivação dessas medidas dependia da burguesia, muitas delas não se realizaram, ficaram incompletas, ou foram revertidas, a exemplo do que ocorreu com a redução da taxa de juros.

Foi em meio a essas tentativas de redefinição de rumos que as mobilizações sociais emergiram espontaneamente, em junho de 2013. Elas apresentaram uma amplitude de reivindicações ainda maior do que aquelas que estavam na agenda política da esquerda, sem que esta participasse das manifestações de forma organizada e consciente. As ruas colocaram em evidência a intensa luta de classes urbana, e os problemas urgentes que precisam ser solucionados para que um desenvolvimento econômico e social de novo tipo seja efetivado.

Muito mais do que era esperado, 2013 se tornou, em especial no segundo semestre, um ano carregado de turbulências, desafios e emoções, promovendo profundas rearticulações econômicas, sociais e políticas, ainda não clarificadas de todo. Setores conservadores e reacionários da burguesia e da pequena-burguesia, esta ainda sob a marca genérica de classe média, procuraram impor a luta contra a corrupção, apenas ligada ao governo ou ao Estado, como a principal bandeira de luta. Mas a ralé, a classe trabalhadora assalariada, e setores da pequena-burguesia urbana, embora ainda não de forma consistente, colocaram em pauta a prioridade de solução da mobilidade urbana, saúde, segurança e alimentação, esta sem repiques inflacionários.

Wladimir Pomar é analista político e escritor.