segunda-feira, 27 de maio de 2013

O sindicato: Nossa casa coletiva, nossa identidade de classe, nosso instrumento de luta

O sindicato: Nossa casa coletiva,
nossa identidade de classe, nosso instrumento de luta
Helder Molina

• O sindicato existe para defender os direitos dos trabalhadores. Nossos direitos são frutos de muitas lutas, e para garanti-los temos que ter um sindicato forte e de luta.

• Hoje temos emprego, salário, previdência, plano de saúde, e tantos outros direitos garantidos. Milhões de trabalhadores não têm. Amanha, quem garante que não estaremos sem emprego, vivendo na informalidade, sem salário, sem renda, sem direitos, sem futuro? É pensando nisso que nos organizamos em sindicatos

• Os direitos que os trabalhadores têm, hoje, são frutos de muitas lutas, vindas desde o século XIX. Duros combates e mobilizações para melhorar a vida dos trabalhadores se deram não só no Brasil (desde a escravidão), mas no mundo inteiro.

• A luta pela definição, e depois pela redução da jornada de trabalho, vem de 150 anos. Quando não havia sindicatos, nem direitos trabalhistas. Era o patrão quem decidia o preço da força de trabalho e a duração da jornada. Eram de 14 ou 16 horas diárias, e o trabalho das crianças e mulheres não remunerados.

• Só na década de 1920 os trabalhadores conquistaram a jornada de 8 horas diárias. E no Brasil foi garantida na lei só em 1932. A vida “produtiva” de um trabalhador não passavam de 25 anos de trabalho. Viravam bagaços humanas nas engrenagens das fábricas.

• Só a partir de 1910 foram garantidos o descanso aos domingos e o direito a férias. E essas conquistas foram a custa de muitas greves, mobilizações de massas, sofrendo repressões violentas, torturas, prisões, desaparecimentos, mortes. Operárias queimadas vivas numa fábrica de Chicago são prova disso

• Os grandes banqueiros e empresários só acumulam lucros porque exploram os trabalhadores. Dinheiro não nasce em árvore, nem cai do céu. O lucro privado ou estatal é produto da exploração do trabalho e do trabalhar e da ausência de políticas sociais de distribuição da riqueza e dos benefícios gerados pelo trabalho humano, ou quando o Estado vira um comitê de negócios e interesses das classes que dominam a sociedade e monopolizam a economia

• O 13º salário foi conquistado após grandes greves, confrontos sangrentos, desde 1953, em São Paulo. E só foi reconhecido em lei em 1962, no governo Goulart, após uma década de lutas.

• As leis de aposentadoria, contra acidentes de trabalho, da licença-maternidade, da periculosidade e insalubridade, fundo de garantia por tempo de serviço, todas, foram resultados de muitas lutas, sem nenhuma dádiva do Estado e dos patrões.

• Foram presos mais de cinco mil trabalhadores metalúrgicos, em greve, na frente do sindicato, em São Paulo. Para conquistar um direito que os trabalhadores já tinham na Europa, Japão e nos EUA, menos no Brasil. Questão social no Brasil sempre foi “caso de polícia”.

• Nada veio por bondade dos patrões, dádiva do Estado, vontade de Deus, ou por “sorte” de alguns trabalhadores. Ao contrário, só a resistência, a organização, a luta, a mobilização coletiva, traz conquista e direitos.

• A empresa privada ou estatal, para implantar banco de horas tem, por força da Convenção Coletiva, negociada pelo sindicato, que se submeter às regras instituídas para proteger nossos direitos.

• Todo trabalhador tem direito de se sindicalizar, exercer sua cidadania sindical, opinar, discordar, propor, eleger e ser eleito, desde que participe ativamente da vida de seu sindicato. Quando sindicalizado, não precisa descontar a Contribuição Assistencial, que é decidida em Assembléia.

• Por força da Convenção Coletiva, negociada pelo sindicato, as horas extras de domingos e feriados não podem ser compensadas no Banco de Horas, isso é uma conquista de duras lutas e conflituosas negociações.

• Nunca é demais registrar: Do céu só cai chuva, sol e as benções da fé. Todos os direitos trabalhistas, direitos sociais, políticos, que temos hoje, foram conquistados através de muitas lutas da organização sindical, dos movimentos sociais. Tudo é fruto de lutas. Se lutando já é difícil, sem luta é muito mais!

• O sindicato, ao cobrar Contribuição Assistencial dos trabalhadores não sindicalizados, faz um ato de justiça, pois as despesas de uma campanha salarial são grandes, e os direitos e benefícios, quando conquistados e garantidos, são distribuídos a todos e todas, os que lutaram e os que não lutaram. Não é justo que só os sindicalizados se responsabilizem pelos custos. Os sindicalizados sustentam a entidade, sempre, antes e após as campanhas salariais.

• Por conseqüência desse ato, a Contribuição Assistencial visa garantir recursos para as despesas da campanha salarial, como cálculos e acompanhamentos estatísticos e sócio-econômicos, assessoria jurídica, produção de boletins, viagens para negociações, materiais, jornais, publicações de editais)

• O trabalhador sindicalizado tem direito garantido de assistência jurídica, seja individual ou coletivo, com advogados de direitos trabalhista, criminal e civill ( em alguns sindicatos, inclusive atendendo demandas administrativas e judiciais de condomínio, taxas, contratos, direitos lesados, defesa do consumidor)

• O trabalhador sindicalizado tem direito a descontos em diversas instituições de ensino, lazer, esporte, saúde e outras, com as quais o sindicato tem convênio. Veja no site do sindicato a lista de convênios, usufrua desse direito.

• Uma negociação salarial é longa, difícil, cansativa, com avanços e recuos, ainda mais em tempos de Crise. O sindicato negocia duramente para que você tenha reajustes sobre o salário, sobre o tíquete e todas as outras cláusulas que envolvem valores monetários.

• Tenha certeza que, se dependesse da empresa você receberia 0% de reajuste salarial e seus direitos seriam reduzidos e benefícios retirados. Só não nos atacam mais, porque lutamos coletivamente, e porque o sindicato luta com você.

DISCURSO, LINGUAGEM E ORATÓRIA: CURSO DE FORMAÇÃO PARA DIRIGENTES E MILITANTES SINDICAIS

1 - Os representantes de núcleos e dirigentes devem fazer mais cursos de formação, é a formação que aumenta nossa capacidade de compreender o mundo, a política, o poder, as ideologias, o papel dos sindicatos, dos movimentos sociais, enfim. Sem estudar, a gente cai num praticismo sem crítica, pode se tornar oportunista, carreirista, conservador. A preguiça intelectual é uma das formas de alienação, vivemos numa sociedade alienada e alienante, dominada pelo imediatismo, consumismo, individualismo. Fazer cursos, estudar, exercitar as práticas coletivas, exercer a solidariedade, se educar para a troca, a tolerância, a construção coletiva. O sindicato é uma escola de formação, uma escola de militantes, de desenvolvimento do companheirismo, de troca e aprendizado nas relações humanas e política. Um sindicato combativo e forte tem na formação uma ferramenta de independência de classe, de autonomia e emancipação humana e transormação social. Por isso, parabéns ao Sintrasef por investir na formação política, para melhorar as relações humanas e capacitar os militantes e dirigentes para a práxis tranformadora da vida e da sociedade.

2 - Falar em público, e prática. O discurso ao vivo é importante, mas tem que organizar a fala, escrever, estruturar em tópicos, evitar o improviso, o improviso pode nos levar a erros. Tem que estudar, organizar, escrever o que se vai dizer, para falar com consistência, qualidade, e conteúdo.


3 - Importante utilizar as redes sociais, sites, tecnologias digitais. entender que a linguagem é uma ideologia, a ideologia é construída na linguagem, no discurso. Entender que numa sociedade em que a maioria das pessoas se informa pelas mídias, é fundamental utiliza-las. O movimento sindical tem que disputar as redes sociais, utilizar as redes sociais como forma de organização, politizar, discutir direitos, ampliar a democracia, quebrar os monopólios, enfim. O Sintrasef utiliza muito bem essas redes, o site sempre atualizado é sinal de boa comunicação. O facebook deve ser instrumento de construção da política do sindicato, compartilhamento de informações, troca de agendas, divulgação das lutas e conquistas, ferramenta de mobilização da categoria, de organização e formação da classe trabalhadora. O portal e o blog deve ser atualizado, com conteúdos informativos, mas também críticos, formativos, para elevar o nível de consciência da categoria.

CURSO: CONSTRUÇÃO DE DISCURSO, CONTEÚDO DA LINGUAGEM, TÉCNICAS DE ORATÓRIA



Entrevista ao Jornal do SINTRASEF -
Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal do Riod e Janeiro

1 Qual sua avaliação sobre o curso de Oratória e Discurso, realizado nos dias 16 e 17/5, no Sintrasef
R: Foi excelente, apesar do pouco tempo da atividade, pois em apenas dois dias não temos tempo de aprofundar na teoria e nas técnicas de linguagem, construção dos argumentos, e nos exercícios práticas de fala e análise dos discursos. Mas a participação e o interesse foi grande, tivemos mais de 40 participantes, todos construíram suas falas, que foram sobre a importância do sindicato, os processos de conquistas e defesas dos direitos, e sobre a defesa dos serviços públicos, e da organização sindical dos servidores federais. A timidez e a insegurança foram superados pelos exercícios, pela organização clara e coerente das idéias e dos argumentos. Ninguém ficou de fora, todos e todas falaram, expondo seus argumentos, com coerência e objetividade, uns mais experientes pela prática sindical, outros acostumados a discutirem os temas sindicais, mas com pouca prática de falar em público, então foi um aprendizado coletivo importante, que fortalece a ação sindical e a prática dos militantes.

2 Os participantes evoluiram? Como você viu essa evolução?

Evoluíram. Primeiro discutimos o que é linguagem, as formas de linguagem, a relação entre linguagem e ideologia. Depois estudamos a relação entre forma e conteúdo, o que se fala, como se fala, para quem se fala, e do que se fala. Depois fizemos exercícios práticos de organizar o discurso, escrever textos, e questão da coerência e concisão textual, e a necessidade da clareza e objetividade no texto e no discurso. Analisamos o papel da mídia, a questão da hegemonia e a disputa de hegemonia. E fizemos muitos exercícios de postura, corpo, voz, retórica, persuasão, argumentos. E todos construíram seus próprios argumentos, organizando em tópicos, no papel, estudando o tema que iria falar, e depois organizando, simulando visitas aos locais de trabalho, convencendo a categoria de uma proposta, mobilizando para uma assembléia, e simulando participação de debate ou plenárias e congressos sindicais. A teoria sendo aprendida na prática, a prática como produto dos exercícios, do aperfeicoamento constante e permanente. Trabalhamos exercícios vocais, timbre da voz, aquecimento vocal, a utilização de técnicas de respiração, relaxamento, voz, enfim.

3 Há cursos complementares de Oratória e Linguagem
Sim, tem que exercitar permanentemente, pegar o microfone, perder o medo, falar diante do espelho, simular situações. Mas tem que ler bastante, ler sobre economia, política, sindicalismo, cultura, Estado, poder, ideologia, enfim. A leitura é que produz o conhecimento. Ninguém fala do que não conhece. Não há técnicas e teorias que se possam aprender sem leitura, sistematização, escrita, produção de textos, sem prática permanente. Ler e escrever é o fundamento para produção do conhecimento, sem conhecimento não há do que falar.
Exercitar a fala nas reuniões, nas assembléias, nas passeatas, nas plenárias, nas mobilizações nos locais de trabalho, acima de tudo gostar de ler, gostar de escrever. Ouvir as formas e conteúdos dos oradores, mas entender que a linguagem é uma ideologia, a ideologia é construída na linguagem, no discurso. Entender que numa sociedade em que a maioria das pessoas se informa pelas mídias, é fundamental utiliza-las. O movimento sindical tem que disputar as redes sociais, utilizar as redes sociais como forma de organização, politizar, discutir direitos, ampliar a democracia, quebrar os monopólios, enfim.

VOCÊ É HOMOFÓBICO(A)? OU DISFARÇA BEM?

Você é um homofóbico(a) ? ou disfarça bem?

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:
Você. Sim, você, que diz que não é preconceituoso porque tem amigos gays. Que acha um absurdo homossexuais serem surrados, mas “entende” quando gays “extrapolam” em suas liberdades, tiram outras pessoas do sério e “exageros” acabam acontecendo. Que defende a igualdade perante a lei, mesmo que vivamos em uma sociedade com pessoas que, historicamente, tiveram mais direitos que outras e, portanto, estão em uma situação privilegiada. Pois, para você, igualdade de tratamento deve significar manutenção da desigualdade – ou seja, se houver punição para homofobia também deve haver para heterofobia. Você, que acredita, acima de tudo, na proteção à família cristã, com pai e mãe, como solução para todos os males do mundo.

Acredite, você pode ser dodói e, talvez, nem perceba. Pois o diabo, ele sim, não está apenas nos grandes atos discriminatórios ou em genocídios, mas também nos detalhes que causam dor no cotidiano. Responda comigo:

Você fica no fundo da sala de aula tirando barato da colega só porque descobriu que ela é lésbica?

Envia para amigos, via redes sociais, dados mal interpretados a partir de pesquisas questionáveis de algum instituto de pesquisa de fundo de quintal, “provando” que não é possível criminalizar a homofobia?

Senta no sofá da sala e concorda com seu pai que alguma coisa precisa ser feita pois o mundo está indo para o buraco e a prova disso é um casal de “bichas” ter se beijado na saída do cinema?

Na hora de contratar alguém no escritório, prefere o hétero inexperiente do que a travesti mais do que adequada para a função?

Fica possesso por um hétero se juntar a um grupo de gays e reclamar das piadinhas estúpidas e sem sentido que você faz?

Vê seu filho brincando de boneca com a amiguinha e, imediatamente, manda ele voltar para casa e nunca mais permite que a veja de novo, pois não quer má influências na formação dele?

Acha uma aberração às leis de Deus duas mulheres ou dois homens se dedicarem à criação de uma criança, mas gasta todo o seu tempo livre com amigos, terceirizando seus filhos para uma babá?

Considera que falar sobre preconceito, igualdade, tolerância e homofobia para as crianças na escola fazem com que elas “aprendam” a ser gays e lésbicas?

Fica lisonjeado quando recebe uma cantada de mulher, mas transtornado quando o gracejo vem de um homem?

Se respondeu a “sim” a alguma delas, precisa conhecer mais gente diferente de você.
Se respondeu a “sim” a todas, precisa de ajuda médica. Urgente.

Recebi uma avalanche de notícias e histórias de homofobia faltando duas semanas para a Parada do Orgulho LGBT em São Paulo. Deve ser culpa do ar seco ou da frente fria, só pode.