segunda-feira, 30 de novembro de 2015

OS SINDICATOS DIANTE DA OFENSIVA NEOLIBERAL NO BRASIL. FINAL DOS ANOS 80, INÍCIO DOS ANOS 90: TEMPOS DIFÍCEIS. Parte 1

OS SINDICATOS DIANTE DA OFENSIVA NEOLIBERAL NO BRASIL.
FINAL DOS ANOS 80, INÍCIO DOS ANOS 90: TEMPOS DIFÍCEIS. Parte 1
(Helder Molina)
Era o ano de 1989. Depois de duas grandes greves gerais de trabalhadores, dirigidas pela CUT,e pelo movimento sindical combativo, grandes avanços organizativos da classe trabalhadora. Inflação altíssima, custo de vida nas nuvens, final do governo Sarney.
No final desse ano, Lula havia perdido as eleições para Collor, no segundo turno. No ano anterior (1988) tinha sido aprovada a nova constituição federal, que garantiu importantes direitos sociais e políticos, de democratização da sociedade, apesar da correlação de forças no congresso, à época, ser desfavorável às esquerdas e aos movimentos sociais. Estávamos fazendo a transição da ditadura militar para um regime de liberdades democráticas.
Mas os anos que viriam seriam muito difíceis. Collor foi a porta de entrada do neoliberalismo. Privatizações das estatais, confisco nos direitos dos trabalhadores, desmonte do serviço público e do Estado. Confisco da poupança, plano econômico de arrocho nos trabalhadores. Estado mínimo para os pobres, direitos sociais e trabalhadores, e mercado máximo para os empresários. Mas Collor era só o começo, o pior viria de 1994 em diante, com FHC as políticas neoliberais tomaram fôlego, com desemprego em massa, leilões de privatizações, iniciadas por Itamar Franco. Ataque direto aos sindicatos, flexibilização e precarização das relações de trabalho e do emprego, quebradeira da indústria, crescimento do ensino privado, desmantelamento das universidades e escolas públicas.
A abertura comercial irrestrita quebrou a soberania nacional, a indústria, as pequenas empresas, os serviços públicos. A inovação tecnológica introduziu os computadores pessoais em massa, os celulares, a internet, enfim, a revolução tecnológica e digital destruiu milhões de empregos, aprofundou a cultura do individualismo, do consumismo, e principalmente entre os jovens. Consumo, logo existo. A mídia amplificou a ideologia liberal do cada um por si, da inserção pelo consumo, da descartabilidade, do fetichismo da mercadoria.
O movimento sindical era a barreira de contenção contra a avalanche neoliberal e privatizante. As esquerdas enfrentam enorme crise, pela ofensiva e hegemonia do mercado e do privado.

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