quarta-feira, 10 de julho de 2013

CURSO DE FORMAÇÃO SENGE-RONDÔNIA: MOVIMENTO SINDICAL, CRISE CAPITALISTA, DESAFIOS ATUAIS



R: No Sindicato dos Engenheiros de Rondônia fizemos uma análise histórico-política do contexto em que surgiu o capitalismo, para compreender o surgimento das lutas organizada dos trabalhadores, e delas o movimento operário, e depois os sindicatos assim como os conhecemos. Com a transição do sistema feudal, em que os trabalhadores eram camponeses servos, para o capitalismo, em que estes vão trabalhar coletivamente nas fábricas, há um aprisionamento e controle sobre o processo de trabalho e dos trabalhadores, mas nessa relação coletiva eles vão se descobrindo enquanto classe, e passam a questionar as contradições, a exploração brutal, a opressão produtiva. E começa a se organizar, primeiro quebrando as máquinas, depois construindo as uniões por fábricas, as greves, e depois os sindicatos.

Analisamos o processo da revolução industrial, o surgimento da indústria moderno, os burgos e os burgueses se tornando classe dirigente do processo econômico e político, com a tomada do poder político, tornando o capitalismo um sistema produtor de mercadorias, em escala continental, depois mundial.
Discutimos as concepções ideológicas que fundaram o movimento sindical, o papel dos anarco sindicalistas, dos comunistas, dos socialistas, e de outras corrente.

No Brasil analisamos a transição da sociedade colonial e da economia escravista para o capitalismo urbano industrial, o surgimento da classe trabalhadora urbana, as lutas e greves que consolidaram os sindicatos no Brasil. A construção de uma "República sem povo", feito de cima para baixo, com forte marca da exclusão social e desigualdade econômica e autoritarismo político. A opressão provocada pelas elites agrárias e urbano-industriais contra a maioria do povo, formada de trabalhadores, na sua maioria analfabetos, saindo da escravidão das senzalas para uma nova escravidão dos salários, da marginalidade, das favelas, do desemprego, do racismo, e de todas as formas de pre conceitos e discriminações sociais, culturais e políticas.

Estudamos o processo de industrialização, de capitalismo tardio, de uma burguesia interna que se subalternizou e se submeteu aos interesses e ordens do capital internacional. Esse capitalismo tardio, fruto de uma escravidão tardia, é responsável pelos profundos atrasos sociais e culturais que persistem no tempo presente, que se recusa a reconhecer e garantir os direitos dos trabalhadores, que vê os sindicatos como inimigos que devem ser destruídos, que criminaliza os movimentos sociais, e utiliza o Estado como patrimônio privado de uma classe contra as outras, usa e abuso do nepotismo, do patrimonialismo, e privatizou a política.

Discutimos o sindicalismo nos diferentes períodos, da primeira república, do Estado novo varguista, do nacional desenvolvimentismo que internacionalizou nossa economia numa divisão internacional do trabalho que nos tornou um pais exportador de matérias primas e de commodites, isto é, uma internacionalização subalterna e predatória aos interesses nacionais e populares. O sindicalismo na ditadura militar, onde o capital estrangeiro e os interesses dos Estados Unidos deram um golpe nas conquistas e avanços sociais e econômicos que estavam em processo de construção no início dos anos 60. A repressão, a violência de classe, a privatização do Estado pelo capital multinacional, o amordaçamento das vozes de oposição, o arrocho salarial e o banimento dos movimentos sociais populares, num contexto autoritário com uso da prisão, tortura e morte.

Por fim, discutimos o surgimento dos novos movimentos sociais, do novo sindicalismo, das oposições vindas das ruas, das fábricas, das universidades, dos profissionais liberais, do mundo das artes e da música, e da juventude.

A transição, a consolidação democrática, a reconstrução do Estado democrático, o Neoliberalismo, com as privatizações, precarizações de direitos, desindustrialização, entrada desenfreada do capital estrangeiro comprando nosso patrimônio público, e o impacto das novas tecnologias no mundo do trabalho, a privatização da saúde e da educação, e a contraditória transição que se iniciou no governo Lula, os concretos avanços sociais, e as enormes concessões ao setor privado, principalmente no campo econômico.

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