quarta-feira, 10 de julho de 2013

QUE MOBILIZAÇÕES SÃO ESSAS? INTERESSAM A QUEM? O QUE AS MOTIVARAM? O QUE REIVINDICAM?




R:, Os 15 anos de governo, economia e políticas neoliberais, iniciadas com Fernando Collor e aprofundadas com Fernando Henrique, e mais os últimos dez anos de Lula e Dilma, que são governos de composição de classes transformou a forma de fazer política em refém apenas dos interesses do capital. Os partidos envelheceram, se burocratizaram, abandonaram a organização popular, as lutas das ruas. Suas práticas os transformaram em meras siglas que aglutinam, em sua maioria, oportunistas para ascender a cargos públicos ou disputar recursos públicos para seus interesses. Uma geração inteira de jovens que nasceram depois das Diretas Já, na disputa pela Constituinte e redemocratização do Brasil, e mesmo as que nasceram depois das lutas pelos Impeachment de Collor, não tiveram oportunidade de participar da política. Hoje, para disputar qualquer cargo, por exemplo, o de vereador, o sujeito precisa ter mais de um milhão de reais. O de deputado custa ao redor de dez milhões de reais. Os empresários capitalistas pagam, financiam privadamente as campanhas, e depois os políticos os obedecem. Uma autêntica compra dos deputados, uma privatização da política, um assalto ao Estado, aos recursos públicos. Um compadrio entre os de cima, que se apoderam dos instrumentos e instituições públicas, para enriquecimento privado.

Os jovens, em geral, e os trabalhadores está de saco cheio dessa forma de fazer política privada, mercantil. O império da mercadoria, o fetiche do consumo, um tempo de indeterminação da política. Com raras excessões, os partidos da esquerda institucional, os sindicatos, e mesmo os movimentos sociais populares, quase todos eles, se moldaram a esses métodos. Envelheceram, se tornaram pragmáticos, perderam substância ideológica, abandonaram as estratégias de ruptura e de mudança estrutural, vivem das migalhas da política e da economia capitalista, e se contentam com isso. Adaptaram-se ao capital e sua lógica. Muitos administram a ordem das coisas, e perderam contato com as ruas. E, portanto, gerou na juventude uma ojeriza à forma dos partidos atuarem. E eles têm razão. A juventude não é apolítica, ao contrário, tanto é que levou a política para as ruas, mesmo sem ter consciência do seu significado. Mas está dizendo que não aguenta mais assistir na televisão essas práticas políticas que sequestraram o voto das pessoas, baseadas na mentira e na manipulação. E os partidos de esquerda precisam reapreender que seu papel é organizar a luta social e politizar a classe trabalhadora. Senão cairão na vala comum da história.

A direita, a mídia, os grupos fascistas viram a oportunidade para pegar caronas nas insatisfações populares, e se tentaram dirigir as ruas, impondo suas bandeiras, sua pauta, para claramente desgastar o atual governo, e construir uma alternativa conservadora de virarem o jogo.
A classe dominante, os capitalistas e seus interesses, e seus porta-vozes ideológicos, que aparecem na televisão todos os dias, têm um grande objetivo: desgastar ao máximo o governo Dilma, enfraquecer as formas organizativas da classe trabalhadora, derrotar quaisquer propostas de mudanças estruturais na sociedade brasileira e ganhar as eleições de 2014, para recompor uma hegemonia total no comando do Estado brasileiro, que agora está em disputa. Para alcançar esses objetivos, eles estão ainda tateando, alternando suas táticas. Às vezes, provocam a violência para desfocar os objetivos dos jovens.

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