domingo, 3 de abril de 2011

Formação Ideológica: Antídoto contra oportunismo e cretinismo

Formação Ideológica:

Haverá uma formação que não seja ideológica?
Afinal, ideologia é só de esquerda? socialista? solidária?
Não! Quer ver exemplos de ideologia? Burocratismo, cinismo, competiç]ão, pragmatismo, individualismo, oportunismo, cretinismo, pelequismo, apartidarismo
Enfim.

Um sindicato que se propõe a participar do processo de construção da nova sociedade terá que tratar das questões ideológicas, culturais, morais, éticas, grupais, interpessoais, sexuais e individuais. Até porque, no movimento sindical, seja de qual central, corrente ou partido, isto é, em todas, são visíveis, entre nós fenômenos como o individualismo, a corrupção moral, o acomodamento e o mandonismo.

A formação política não é o único meio de combater esses desvios, que exigem vigilância constante e uma profunda democracia - mesmo porque é nos círculos dirigentes que eles se manifestam primeiro e mais fortemente.

A falta de democracia e o endeusamento das lideranças ajudaram os sindicatos e os partidos de esquerda a abrigar, ao lado de monumentos de integridade, abnegação e heroísmo, crápulas, oportunistas, cretinos de todas as matizes, machistas, racistas, moralistas emperdenidos em público, conservadores de grande estirpe, no privado.

Não existe uma vacina definitiva contra esses perigos.

É preciso lembrar que eles brotam das condições de vida da nossa sociedade, exigindo de nossa parte um combate permanente, na sociedade, no sindicato, nos movimentos sociais e nos partidos.

Estão aí as experiências das igrejas para mostrar que a doutrinação ideológica não é um antídoto contra a hipocrisia, a corrupção, a estupideza e o moralismo.

Ao desenvolver uma maneira de abordar essas questões no processo formativo, o sindicato terá que evitar tanto os pecados quanto as fórmulas mágicas que pretendem impor modelitos comportamentais. A formação e a relação coletiva nos obriga a romper com o DNA burguês que trazemos nas veias, e a transfusão é uma batalha dura, entre o velho e novo, entre os valores capitalistas e o modo de vida proletária, solidário e socialista. Como diz Gramsci, o sindicato deve ser uma escola de humanismo e de consciência emancipatória e emancipada.

Helder Molina
27 de março de 2011

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